terça-feira, 29 de dezembro de 2009
Pera assada com gorgonzola e nozes
Fiz essa entradinha baseada numa receita da Ina Garten, a Condessa Descalça - por sinal, morro de saudades do programa dela no Food Network - apenas simplificando um pouco as etapas. Cortei as peras no meio, retirei os caroços fazendo uma cavidade no centro, na qual coloquei pedaços generosos de queijo gorgonzola e nozes quebradas em pedaços grandes.
Preparei um molhinho com duas partes de azeite de oliva para uma de vinagre balsâmico, uma pitada de sal, pimenta do reino e açúcar mascavo à gosto. Pincelei metade desse molho nas peras antes de levar ao forno e separei metade para enfeitar o prato já pronto.
As peras levaram uns 25 minutos em forno baixo até ficarem macias e quentinhas, e a combinação da fruta com o queijo e as nozes ficou nota dez! Falando em nota, eu servi este prato para um grupo de professores da universidade muito queridos meus - os quais agora eu tenho que me acostumar a chamar de colegas.
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Bolo de chocolate
Tenho que compartilhar com vocês a descoberta que fiz recentemente do blog Simplesmente Delícia, da Flávia Pantoja. Além de um visual lindo e fotos de dar água na boca, ela ainda nos delicia com receitas muito interessantes.
Copiei a receita do bolo de chocolate ideal e adorei. Como ela mesma diz, essa receita é para chamar de sua e repetir muitas e muitas vezes. Só não fiz a cobertura, porque estava querendo uma coisa menos doce para comer no café da manhã ou lanche da tarde, mas se fosse para uma festa ou sobremesa certamente a faria também.
Para mim esse bolo ficou com gosto de casa e conforto. Tudo o que ele pede é um cafezinho feito na hora, pés para cima, silêncio e um bom livro.
domingo, 13 de dezembro de 2009
Sorbet de caju
Eu havia me esquecido - eu nem poderia estar dizendo isso, porque na verdade eu nunca havia prestado a devida atenção a essas coisas - de como os vendedores de frutas são uma presença constante pelas ruas da cidade, com suas barracas improvisadas cheias de frutas da época colorindo e perfumando tudo ao redor. Caju, umbu, pitanga, jabuticaba, só de ver tantas cores vibrantes já faz qualquer um querer se aproximar.
Durante um dos invernos que passei em Montreal fiz uma promessa para mim mesma de que quando voltasse iria provar e comer tantas frutas quantas aparecessem na minha frente, sem pré-julgamentos (e eu fazia muitos desses quando o assunto era comida, mas o tempo realmente transforma uma pessoa). Desde então venho tomando sucos e fazendo sorvetes de frutas as quais eu nem sequer sabia manusear.
Uma delas foi o caju, que comprei de um rapaz que instala sua barraquinha estrategicamente em frente à academia de pilates. Com um quilo em mãos, me propus a fazer um sorbet, porque não há nada mais apropriado para fazer neste calor. Como não achei nenhuma receita por perto, resolvi seguir a mesma do sorbet de manga do David Lebovitz, apenas diminuindo a quantidade de açúcar pela metade e substituíndo o rum por cachaça (a qual também dobrei a quantidade).
Bati os cajus cortados em pedaços (menos a castanha, é claro), misturei a água, o açúcar (usei o demerara), o suco de meio limão e a cachaça, bati mais um pouco e passei tudo por uma peneira para separar a polpa e a casca. Joguei o líquido restante na sorveteira e em pouco tempo tinha um sorbet que, embora não tivesse ficado cremoso como o de manga, estava muito saboroso e refrescante.
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Crostini de figos com gorgonzola
Dia desses estava à procura de uma entradinha fácil e rápida para um jantar especial e, como estava sem os meus livros de culinária à mão (ainda encaixotados na época), resolvi inventar umas torradinhas doce-salgadas misturando geléia de figos com queijo gorgonzola. O resultado ficou tão gostoso que já repeti a receita pelo menos duas vezes aqui em casa.
Tudo o que fiz foi pegar uma baguete, cortá-la em torradas e assar no forno até que ficassem douradas. Depois espalhei uma camada generosa de geléia de figos (gosto daquela marca inglesa da tampinha xadrez, que por sinal aparece no filme novo de Almodóvar) e coloquei por cima fatias de gorgonzola (dica: coloque o queijo no congelador uns 15 minutos antes para conseguir fatias uniformes e que não derretam imediatamente ao cortar).
O pulo do gato está no tempero final, desavergonhadamente inspirado numa entrada que comi na pizzaria do Mario Batali: lá eles servem uma mistura de azeite trufado com mel e pimenta para acompanhar a degustação de queijos. Eu usei um azeite de oliva com infusão de cogumelos porcini, mel orgânico e bastante pimenta do reino. Ficou muito bom. Aliás, essa mistura do doce com salgado combina muito bem com diversos tipos de queijo.
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Legumes com hummus caseiro
Tudo começou com a idéia de fazer uma bela salada niçoise, aquela cujos ingredientes vem separadinhos no prato para que cada um faça a composição que quiser. Foi só ao abrir a geladeira que me dei conta de que não tinha à mão os ingredientes típicos de Nice - havia ovos e vagens, mas não tomates ou azeitonas, muito menos batatas e atum.
Eu, no entanto, estava decidida a continuar com a idéia da salada, mesmo que fosse apenas isso, uma idéia. Peguei couve-flor e cozinhei no vapor junto com as vagens até que ficassem al dente. Cortei um pedaço de pimentão vermelho em tirinhas. Cozinhei um ovo por exatos oito minutos (o número mágico do Jaques Pepin para cozinhar ovos sem que eles fiquem moles demais ou duros demais, com aquela camada cinza ao redor da gema). Depois arrumei tudo num prato.
E, já que estava saindo do tema francês, porque não pegar um desvio para o oriente médio e preparar um molho árabe para comer com os legumes? Foi assim que decidi finalmente abrir a latinha de tahine que estava há meses na despensa e preparar um hummus básico - que, por sinal, é tão fácil e gostoso que me fez arrepender-me de todas as vezes em que comprei este molho pronto.
Para fazer o hummus, eu usei uma lata de grão de bico (esta é uma das poucas vezes em que o produto enlatado é melhor do que o fresco, já que ele perdeu mesmo a textura e o que queremos é uma pasta macia), um dente de alho, suco de um limão, 1/3 de xícara de tahine (pasta de semente de gergelim tostada), sal, pimenta do reino e azeite de oliva à gosto. Bati tudo no processador até virar uma pasta homogênea e fui acrescentando água até ficar na consistência desejada. Rendeu umas duas xícaras.
Eu comi o meu hummus junto com os legumes, mas ele fica ótimo também com pão pita, claro, e outras comidinhas do oriente médio.
Eu, no entanto, estava decidida a continuar com a idéia da salada, mesmo que fosse apenas isso, uma idéia. Peguei couve-flor e cozinhei no vapor junto com as vagens até que ficassem al dente. Cortei um pedaço de pimentão vermelho em tirinhas. Cozinhei um ovo por exatos oito minutos (o número mágico do Jaques Pepin para cozinhar ovos sem que eles fiquem moles demais ou duros demais, com aquela camada cinza ao redor da gema). Depois arrumei tudo num prato.
E, já que estava saindo do tema francês, porque não pegar um desvio para o oriente médio e preparar um molho árabe para comer com os legumes? Foi assim que decidi finalmente abrir a latinha de tahine que estava há meses na despensa e preparar um hummus básico - que, por sinal, é tão fácil e gostoso que me fez arrepender-me de todas as vezes em que comprei este molho pronto.
Para fazer o hummus, eu usei uma lata de grão de bico (esta é uma das poucas vezes em que o produto enlatado é melhor do que o fresco, já que ele perdeu mesmo a textura e o que queremos é uma pasta macia), um dente de alho, suco de um limão, 1/3 de xícara de tahine (pasta de semente de gergelim tostada), sal, pimenta do reino e azeite de oliva à gosto. Bati tudo no processador até virar uma pasta homogênea e fui acrescentando água até ficar na consistência desejada. Rendeu umas duas xícaras.
Eu comi o meu hummus junto com os legumes, mas ele fica ótimo também com pão pita, claro, e outras comidinhas do oriente médio.
sábado, 5 de dezembro de 2009
Louça da vovó
Minha mãe me presenteou recentemente com alguns pratos que foram do enxoval de minha avó materna, vovó Cotinha como era carinhosamente chamada. São pratos simples, mas com detalhes lindos, e de uma louça inglesa de excelente qualidade que já durou muitas décadas e eu espero que durem muitas mais sob os meus cuidados.
Infelizmente não tive a oportunidade de conviver muito tempo com meus avós, pois morávamos longe e eles já eram bem idosos quando nasci, mas sei que a vovó Cotinha adorava coisas de cozinha e deve ter servido muitas iguarias gostosas nesses pratinhos de sobremesa.
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Tortinha de tomate para dias de muito calor
Com o calor que tem feito por aqui, é praticamente impossível ficar à beira do fogão na hora do almoço. Por isso instituí uma rotina de só comer saladas, pratos crus ou sobras do jantar anterior ao meio-dia, e deixar os pratos mais calientes para a noite.
Quebrei um pouco as regras com essa tortinha de tomate, que precisou do forno para ser assada. Mas o processo todo foi tão rápido e fácil que não provocou uma gota sequer de suor, e isso é o que importa nessas horas. Tudo o que fiz foi pegar um quadradinho de massa folheada descongelada de véspera, espalhar um pouco de mostarda em grãos por cima e alternar fatias de tomate maduro e queijo minas.
Depois temperei tudo com pimenta do reino, sal marinho e sal defumado, orégano, manjericão e um fio de azeite. Em quinze minutos no forno médio (nem precisa ficar na cozinha nessa hora) e estava pronta. Comi com uma saladinha verde temperada na hora.
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Paraíso Tropical
Enquanto nos estabelecemos de volta à rotina (e enquanto minha má fase na cozinha não termina), temos comido bastante fora e conhecido alguns restaurantes muito legais. É um trabalho sujo, eu sei, mas a gente também tem que comer...
Disparado o lugar mais interessante que fomos foi o Paraíso Tropical, local bastante conhecido de foodies locais ou não (já o vi até numa matéria do Discovery Channel). É que escondido lá pelo bairro do Cabula fica o sítio do chef Beto Pimentel, no qual ele planta centenas de variedades de frutas e legumes que são usados no seu cardápio.
As especialidades são pratos da culinária baiana, mas re-interpretados pela criatividade do chef e pelos ingredientes que têm à mão. Então, na moqueca sai o azeite de dendê e entra a fruta, sai o leite de coco e entra também a fruta, tornando tudo mais leve e increvelmente saboroso. Ele também usa frutas as quais eu jamais tinha ouvido falar nos pratos, é um trabalho incrivelmente inventivo.
Eu confesso que fiquei fã ao ver o salão amplo, bem no meio das árvores e do qual se pode ver as galinhas ciscando. Mais local e sustentável do que isso eu só vi mesmo na zona rural da China, onde comemos na beira do rio observando um senhor que pescava os peixes ao nosso lado. De quebra, o cardápio ainda oferece sucos que mais parecem sorbets de tão cremosos, e uma cesta de frutas de sobremesa (com direito a um saquinho para levar o que sobrar para casa).
Serviço: Restaurante Paraíso Tropical
Rua Edgard Loureiro, 98-B, Cabula
Telefone: 3384-7464
terça-feira, 10 de novembro de 2009
A maldição da troca de hemisférios
Eu bem que tentei ignorar, achando que era só uma fase de adaptação e esperando quietinha ela passar, mas a maldição da troca de hemisférios parece que veio mesmo para ficar. Desde que cheguei de Montreal quase tudo o que tentei cozinhar deu errado: já tentei fazer duas receitas de pizza que falharam (aqui não tem o tal do fermento seco não-instantâneo, que era o que eu usava), fiz um pão de queijo tão mole que virou panqueca no forno, ontem fizemos um hamburguer que também não ficou bom (e a lista continua).
Não é só a mudança de ambiente e disponibilidade de ingredientes; parece que eu perdi a mão para algumas coisas que eu costumava fazer de olhos fechados. E o pior é que os parentes e amigos, incrédulos e sedentos, continuam a clamar para provar todas as comidas que nós alegávamos fazer no Canadá. Tenho certeza de que alguns já estão achando que era tudo mentira, mas como explicar que estamos numa urucubaca danada? Enquanto isso, vou aqui colocando os toques finais na reforma da cozinha para ver se espanto essa má fase...
Não é só a mudança de ambiente e disponibilidade de ingredientes; parece que eu perdi a mão para algumas coisas que eu costumava fazer de olhos fechados. E o pior é que os parentes e amigos, incrédulos e sedentos, continuam a clamar para provar todas as comidas que nós alegávamos fazer no Canadá. Tenho certeza de que alguns já estão achando que era tudo mentira, mas como explicar que estamos numa urucubaca danada? Enquanto isso, vou aqui colocando os toques finais na reforma da cozinha para ver se espanto essa má fase...
domingo, 1 de novembro de 2009
Presentão
Quando o carteiro bateu à porta hoje de tarde, eu já tinha me esquecido que o Eduardo Luz havia dito que mandaria um presentinho após o menu chinês do Inter Blogs, como ele sempre faz muito gentilmente. Fiquei pensando que se tratava de alguma correspondência da universidade com mais alguma das muitas pendengas que tenho que resolver até ter o diploma.
Qual não foi então a minha surpresa ao receber um pacote com um livro, um CD com as fotos to jantar, um bilhetinho carinhoso e, espere... o que tem nestes saquinhos? temperos! O livro sobre cozinha peruana - vindo direto de lá, o que o faz ainda mais especial - não podia ter sido mais apropriado para a ocasião, já que a cozinha de lá é bastante influenciada pela China.
Obrigada, Eduardo, por este presentão! Mal posso esperar para mergulhar em mais um novo universo gastronômico.
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Lançamento do Pequeno livro de cozinha
Ontem foi o lançamento em Salvador do Pequeno Livro de Cozinha - guia para toda hora, das Rainhas do Lar Kátia e Faby. Eu sempre fui fã de carteirinha dessas duas, sabia que um dia elas iriam publicar um livro (o próximo passo tem que ser um programa de TV, né meninas?) e fiquei muito orgulhosa pelo sucesso merecido. Foi ótimo rever Katita depois de anos e conhecer a Faby pessoalmente.
E o filhinho delas é um arraso: pequeno e fofinho, mas carregado de informações que ninguém pode perder. Principalmente aqueles que estão começando na cozinha e precisam de informações básicas - mas não menos importantes - sobre a compra, limpeza e estoque dos alimentos, utensílios e outras dicas que dão praticidade na cozinha e receitas para constar no repertório do dia-a-dia.
Parabéns, meninas!
sábado, 24 de outubro de 2009
Salada de sábado
Acordamos tarde, sem apetite nem energias para um almoço de verdade, então fui preparar uma saladinha leve. Mas tinha que ser daquelas que você não planeja muito, vai tirando o que tem na geladeira e combinando, sabe? Então peguei folhas de alface que sempre estão lavadas e guardadas na geladeira e completei com tomates maduros, um pedaço de queijo minas que ia estragar se não usasse logo, e uma manga surrupiada das quatro que havia comprado para fazer um sorvete.
Cortei tudo em tirinhas mais ou menos do mesmo tamanho. O alface foi temperado com um molho vinagrete básico que também sempre deixo pronto na geladeira; o tomate e o queijo foram temperados isoladamente com azeite, sal, pimenta e orégano; a manga foi pura e doce mesmo. Depois juntei tudo e finalizei com castanhas de caju torradas e um pouco de sal defumado. Ficou leve, gostosa, colorida e não precisei nem chegar perto do fogão.
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
The Inner Life of China
Foto surrupiada do blog de Edu Luz
Há quase um ano fui gentilmente convidada pelo Eduardo Luz para criar um menu chinês para o seu Inter Blogs. Tomei o convite como uma oportunidade para testar e reproduzir as receitas de coisas que comemos quando estivemos na China em 2007.
Fiquei muito emocionada ao ver o resultado online e saber que o menu agradou e as receitas funcionaram. Ele não sabe, mas a perspectiva de preparar este cardápio me ajudou muito nos momentos mais tenebrosos do doutorado!
Por pouco não pude estar presente de carne e osso neste jantar histórico, mas sei que outras oportunidades não faltarão. Xie xie, Eduardo, pelo belíssimo jantar!
Há quase um ano fui gentilmente convidada pelo Eduardo Luz para criar um menu chinês para o seu Inter Blogs. Tomei o convite como uma oportunidade para testar e reproduzir as receitas de coisas que comemos quando estivemos na China em 2007.
Fiquei muito emocionada ao ver o resultado online e saber que o menu agradou e as receitas funcionaram. Ele não sabe, mas a perspectiva de preparar este cardápio me ajudou muito nos momentos mais tenebrosos do doutorado!
Por pouco não pude estar presente de carne e osso neste jantar histórico, mas sei que outras oportunidades não faltarão. Xie xie, Eduardo, pelo belíssimo jantar!
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Comilanças em São Paulo, parte 2 - Carlota
Update: Este post é dedicado à Fabrícia e Mohamed, nossos companheiros de restaurantes e descobertas gastronômicas. Lembramos demais de vocês quando estivemos lá, desejando que estivéssemos todos juntos. Saudades!
Tais como religiosos fazem peregrinações de tempos em tempos para a cidade prometida, nós - peregrinos esfomeados e, agora, desempregados - decidimos aproveitar cada ida a São Paulo para conhecer um, e apenas um, de seus restaurantes mais comentados (e caros). O escolhido para estrear a saga foi o Carlota, da chef Carla Pernambuco, do qual já tinha ouvido falar mil maravilhas das mais diversas fontes.
De cara eu já gostei demais do ambiente aberto e arejado, com ares de casa de campo, paredes brancas, muitas plantas e objetos de decoração que remetem, muito provavelmente, às viagens que a chef já fez e das quais trouxe inspiração para sua cozinha. Aproveitei que fomos durante o dia e não parei de disparar a câmera para todos os lados.
O cardápio era tão eclético quanto a decoração do lugar, com misturas de ingredientes e nomes franceses, brasileiros e asiáticos. Eu comi um magret de pato defumado com risotto de cogumelos selvagens que estava simplesmente maravilhoso (e muito bem servido, um magret inteiro para uma pessoa chega a ser um exagero). O prato do Luiz era ainda mais delicioso: carne de vitelo marinada e cozida durante horas, depois desfiada e montada sobre um bolinho de batatas, ambos ilhados por um molho à base de vinho que me deixou instigada a tarde inteira.
De sobremesa, pedimos o petit gateau de doce de leite, uma interpretação mais do que bem-vinda de um clássico que já estava implorando para ser repensado. Só o sorvete que acho que não era feito lá mesmo, e se for, podia ter mais sabor de baunilha.
Além da comida e do ambiente acolhedor, devo dizer que o serviço também mereceu estrelinhas em nossos cadernidos de notas, completando uma experiência bem agradável. Para mim não tem nada melhor do que entrar num restaurante no qual você consegue captar na hora qual é a intenção e o espírito do(a) chef por trás de tudo aquilo, e o Carlota certamente é um desses lugares. Nem preciso dizer que voltei para casa com um exemplar do livro de receitas da Carla Pernambuco, e doida para colocar algumas em prática.
Serviço: Carlota (www.carlota.com.br)
Rua Sergipe, 753 - Higienópolis, São Paulo.
11.3661.8670
Tais como religiosos fazem peregrinações de tempos em tempos para a cidade prometida, nós - peregrinos esfomeados e, agora, desempregados - decidimos aproveitar cada ida a São Paulo para conhecer um, e apenas um, de seus restaurantes mais comentados (e caros). O escolhido para estrear a saga foi o Carlota, da chef Carla Pernambuco, do qual já tinha ouvido falar mil maravilhas das mais diversas fontes.
De cara eu já gostei demais do ambiente aberto e arejado, com ares de casa de campo, paredes brancas, muitas plantas e objetos de decoração que remetem, muito provavelmente, às viagens que a chef já fez e das quais trouxe inspiração para sua cozinha. Aproveitei que fomos durante o dia e não parei de disparar a câmera para todos os lados.
O cardápio era tão eclético quanto a decoração do lugar, com misturas de ingredientes e nomes franceses, brasileiros e asiáticos. Eu comi um magret de pato defumado com risotto de cogumelos selvagens que estava simplesmente maravilhoso (e muito bem servido, um magret inteiro para uma pessoa chega a ser um exagero). O prato do Luiz era ainda mais delicioso: carne de vitelo marinada e cozida durante horas, depois desfiada e montada sobre um bolinho de batatas, ambos ilhados por um molho à base de vinho que me deixou instigada a tarde inteira.
De sobremesa, pedimos o petit gateau de doce de leite, uma interpretação mais do que bem-vinda de um clássico que já estava implorando para ser repensado. Só o sorvete que acho que não era feito lá mesmo, e se for, podia ter mais sabor de baunilha.
Além da comida e do ambiente acolhedor, devo dizer que o serviço também mereceu estrelinhas em nossos cadernidos de notas, completando uma experiência bem agradável. Para mim não tem nada melhor do que entrar num restaurante no qual você consegue captar na hora qual é a intenção e o espírito do(a) chef por trás de tudo aquilo, e o Carlota certamente é um desses lugares. Nem preciso dizer que voltei para casa com um exemplar do livro de receitas da Carla Pernambuco, e doida para colocar algumas em prática.
Serviço: Carlota (www.carlota.com.br)
Rua Sergipe, 753 - Higienópolis, São Paulo.
11.3661.8670
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Comilanças em São Paulo, parte 1 - Mestiço
Estive em São Paulo por alguns dias para um congresso de cinema, mas aproveitei cada momento livre para fazer programas tipicamente foodies. Nossa primeira parada, seguindo as preciosas indicações do Edu Luz, foi no mestiço, onde se come uma comida contemporânea com fortes inspirações tailandesas.
De entrada comemos Krathong-thong, bolsinhas de massa crocante com recheio de frango moído e outras especiarias deliciosas.
Eu não resisti aos apelos do tradicional frango ao curry thai, prato que costumava comer pelo menos uma vez por semana em Montreal. Como eu estava com saudade destes aromas! Saí de lá decidida a comprar curries de todas as cores para tentar reproduzir em casa (sim, em São Paulo se encontra curries de todas as cores...)
A sobremesa se chamava festa, e o nome não podia ser mais apropriado: um pão de ló fofinho coberto com abacaxis em calda, ganache de chocolate e lascas de amêndoas tostadas. Muito bom mesmo.
Serviço: Restaurante Mestiço
R. Fernando de Albuquerque, 277
São Paulo - SP, 01309-030
(0xx)11 256-3165
http://www.mestico.com.br/
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Sobre começos e fins
A esta altura todos já devem estar sabendo que a Gourmet vai sair do mercado - novembro será a última edição da revista, publicada desde 1941. A crise foi o grande fator por trás desta radical decisão da editora Condé Nast, que também publica a Bon Appétit (esta sim, será poupada, já que grande parte de suas páginas são publicidades).
Eu já publiquei aqui dezenas de receitas reproduzidas da Gourmet, que para mim sempre foi a revista mais séria e bonita do mercado. Se eu já estava sentindo falta dela aqui no Brasil, onde só chega importada, agora então... Quem acompanha o twitter da editora Ruch Reichl sabe também que pelo menos o site da Gourmet será mantido e expandido com conteúdo interativo e curiosidades sobre edições passadas.
Mas nem tudo são notícias ruins no mundo das edições culinárias. Passando por uma banca em São Paulo me deparei com o primeiro número de uma revista novíssima da editora Globo, chamada Casa e Comida, focada principalmente em receber bem. A revista conta com a celebrada chef Carla Pernambuco entre as colunistas e tem um projeto editorial bem interessante.
Ainda não testei nenhuma das receitas propostas, mas fiquei com vontade de fazê-lo o mais rápido possível, tão bonitas são as fotos. Espero que o mercado editorial brasileiro seja mais gentil do que o americano, e que a Casa e Comida tenha uma vida longa o suficiente para se estabelecer.
Eu já publiquei aqui dezenas de receitas reproduzidas da Gourmet, que para mim sempre foi a revista mais séria e bonita do mercado. Se eu já estava sentindo falta dela aqui no Brasil, onde só chega importada, agora então... Quem acompanha o twitter da editora Ruch Reichl sabe também que pelo menos o site da Gourmet será mantido e expandido com conteúdo interativo e curiosidades sobre edições passadas.
Mas nem tudo são notícias ruins no mundo das edições culinárias. Passando por uma banca em São Paulo me deparei com o primeiro número de uma revista novíssima da editora Globo, chamada Casa e Comida, focada principalmente em receber bem. A revista conta com a celebrada chef Carla Pernambuco entre as colunistas e tem um projeto editorial bem interessante.
Ainda não testei nenhuma das receitas propostas, mas fiquei com vontade de fazê-lo o mais rápido possível, tão bonitas são as fotos. Espero que o mercado editorial brasileiro seja mais gentil do que o americano, e que a Casa e Comida tenha uma vida longa o suficiente para se estabelecer.
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Aventuras do gato canadense no Brasil
Gaston, nosso gatão canadense, parece que já está perfeitamente adaptado à nova morada. Adorou a claridade do apartamento e principalmente o chão de azulejos. Seu lugar preferido é a varanda, onde ele fica horas olhando o movimento, mas é só aparecer um beija-flor que ele sai correndo a se esconder, medroso que é.
domingo, 27 de setembro de 2009
Churrasco
domingo, 20 de setembro de 2009
Primeira refeição
Só depois de uma semana e meia de muitas arrumações pude preparar alguma coisa na minha nova/velha cozinha. Fui de frango assado com batatas, cebolas e salada, que considerei ser o cardápio mais fácil de achar os ingredientes, além de ser um excelente test-drive para o fogão novo.
Comprei um frango caipira no mercado, mas não sem antes pagar um mico de gringa metida a besta ao perguntar a procedência da galinha (ao que o funcionário me olhou meio incrédulo e não respondeu nada). Temperei com sal e pimenta, massageei com manteiga e assei com as cebolas e batatas cortadas. Ficou bom, muito bom.
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Mudanças, muitas mudanças
Nunca fiquei tanto tempo sem postar neste blog, e isto vinha me deixando cada dia mais nervosa. Não, eu não abandonei este espaço, não perdi a inspiração nem fui misteriosamente tragada pelo ciberespaço. Eu estava mesmo era esperando um momento de paz para refletir sobre as - grandes - mudanças das últimas semanas mas, como diz o ditado, não há melhor momento que o presente.
No último mês, concluí o doutorado que foi o motivo da minha ida a Montreal e, como estava previsto, também concluí meus quatro anos de vida por lá e retornei ao Brasil. Neste momento estou escrevendo da minha cozinha em Salvador que, apesar de velha conhecida, está com um ar de nova e diferente. É que quando eu saí dela mal sabia cozinhar um arroz, e agora tudo mudou. Eu mesma já sou outra pessoa.
Nos quatro anos que passei em Montreal eu não só aprendi a cozinhar (alguns diriam que desenvolvi uma leve obsessão) como também descobri inúmeros ingredientes e culinárias mundiais, as quais trouxe comigo junto com dez caixas de livros, louças e apetrechos que - até hoje não sei como - dei um jeito de arrumar no diminuto espaço do meu apartamento.
Ainda não cozinhei nada por aqui, mas aos poucos as coisas vão se arrumando para o recomeço: fogão, geladeira, lava-louças que era o sonho do marido... Vou continuar com o blog, mas certamente terei que pensar em algumas mudanças que reflitam esta nova fase da minha vida. Ou seja, aguardem as novidades!
No último mês, concluí o doutorado que foi o motivo da minha ida a Montreal e, como estava previsto, também concluí meus quatro anos de vida por lá e retornei ao Brasil. Neste momento estou escrevendo da minha cozinha em Salvador que, apesar de velha conhecida, está com um ar de nova e diferente. É que quando eu saí dela mal sabia cozinhar um arroz, e agora tudo mudou. Eu mesma já sou outra pessoa.
Nos quatro anos que passei em Montreal eu não só aprendi a cozinhar (alguns diriam que desenvolvi uma leve obsessão) como também descobri inúmeros ingredientes e culinárias mundiais, as quais trouxe comigo junto com dez caixas de livros, louças e apetrechos que - até hoje não sei como - dei um jeito de arrumar no diminuto espaço do meu apartamento.
Ainda não cozinhei nada por aqui, mas aos poucos as coisas vão se arrumando para o recomeço: fogão, geladeira, lava-louças que era o sonho do marido... Vou continuar com o blog, mas certamente terei que pensar em algumas mudanças que reflitam esta nova fase da minha vida. Ou seja, aguardem as novidades!
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Julie & Julia: enfim, o filme
Foto montagem: abc.com
Acho que todos os foodies do universo estavam - ou ainda estão, dependendo do hemisfério em que se encontrem - esperando pelo lançamento do filme Julie & Julia com a mesma ansiedade que eu. E, claro, todos ficarão igualmente tentados a escrever sobre o filme porque, bem, o filme é muito bom, e não só pelas cenas envolvendo comida.
Primeiro, acredito que todos os blogueiros irão se identificar em algum momento com os percalços sofridos pela Julie Powell no decorrer do seu projeto de reproduzir todas as receitas da bíblia Mastering the Art of French Cooking, co-escrito por Julia Child. As cenas da moça preparando pratos sofisticados em sua micro cozinha novaiorquina são impagáveis - e prova de que não é preciso mais do que uma boa panela e muita força de vontade para cozinhar maravilhas.
Além disso, a história de Julie e sua salvação culinária rendeu um bom enredo de comédia romântica, com direito às previsíveis reviravoltas do gênero - que, diga-se de passagem, não sei se estavam no livro original pois este eu não li, uma vez que não queria nenhuma influência externa na minha própria relação imaginária com a Julia (ciumenta, eu? imagina).
Então, como era de se esperar, para mim o que fez o filme brilhar mesmo foi a história de Julia e seus anos vividos na França, que são narrados paralelamente ao enredo de Julie nos tempos modernos. Fiquei muito contente ao constatar que a história paralela ganhou tanto destaque no filme quanto a principal, pois para mim ela é a mais interessante. Eu já cansei de falar por aqui sobre Julia Child e o livro de memórias dela, My Life in France, no qual o filme também foi baseado. O engraçado é que eu me emocionei no filme nas mesmíssimas partes que me fizeram chorar no livro, como se estivesse vendo uma encenação dos eventos que antes só existiam na minha imaginação.
Meryl Streep faz uma interpretação tão boa que a partir de agora duas imagens me virão à cabeça quando eu pensar em Julia Child: a dela e a da Julia de verdade nos programas de TV. O filme faz uma belíssima homenagem à uma mulher de personalidade fascinante, tanto na perseverança de sua carreira como na bela história de amor com o marido. Tenho certeza que aqueles que não a conheciam irão se apaixonar à primeira vista, e a eles fica a dica dos livros - aliás, já ando lendo notícias de que as vendas do Mastering the Art of French Cooking estão disparando, o que me deixa muito feliz.
Acho que todos os foodies do universo estavam - ou ainda estão, dependendo do hemisfério em que se encontrem - esperando pelo lançamento do filme Julie & Julia com a mesma ansiedade que eu. E, claro, todos ficarão igualmente tentados a escrever sobre o filme porque, bem, o filme é muito bom, e não só pelas cenas envolvendo comida.
Primeiro, acredito que todos os blogueiros irão se identificar em algum momento com os percalços sofridos pela Julie Powell no decorrer do seu projeto de reproduzir todas as receitas da bíblia Mastering the Art of French Cooking, co-escrito por Julia Child. As cenas da moça preparando pratos sofisticados em sua micro cozinha novaiorquina são impagáveis - e prova de que não é preciso mais do que uma boa panela e muita força de vontade para cozinhar maravilhas.
Além disso, a história de Julie e sua salvação culinária rendeu um bom enredo de comédia romântica, com direito às previsíveis reviravoltas do gênero - que, diga-se de passagem, não sei se estavam no livro original pois este eu não li, uma vez que não queria nenhuma influência externa na minha própria relação imaginária com a Julia (ciumenta, eu? imagina).
Então, como era de se esperar, para mim o que fez o filme brilhar mesmo foi a história de Julia e seus anos vividos na França, que são narrados paralelamente ao enredo de Julie nos tempos modernos. Fiquei muito contente ao constatar que a história paralela ganhou tanto destaque no filme quanto a principal, pois para mim ela é a mais interessante. Eu já cansei de falar por aqui sobre Julia Child e o livro de memórias dela, My Life in France, no qual o filme também foi baseado. O engraçado é que eu me emocionei no filme nas mesmíssimas partes que me fizeram chorar no livro, como se estivesse vendo uma encenação dos eventos que antes só existiam na minha imaginação.
Meryl Streep faz uma interpretação tão boa que a partir de agora duas imagens me virão à cabeça quando eu pensar em Julia Child: a dela e a da Julia de verdade nos programas de TV. O filme faz uma belíssima homenagem à uma mulher de personalidade fascinante, tanto na perseverança de sua carreira como na bela história de amor com o marido. Tenho certeza que aqueles que não a conheciam irão se apaixonar à primeira vista, e a eles fica a dica dos livros - aliás, já ando lendo notícias de que as vendas do Mastering the Art of French Cooking estão disparando, o que me deixa muito feliz.
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Salada caprese
Comemos uma salada caprese tão boa em Vermont que eu voltei com vontade de repetir todos os dias. Todo mundo sabe que não há nada de complicado na salada caprese. Muito pelo contrário, os ingredientes são bem simples, apenas tomates maduros, mozzarela fresca e manjericão.
Aliás, quando se lida com ingredientes assim tão mínimos, vale apostar na riqueza dos detalhes: usei os tomates do Quebec mais bonitos que encontrei, manjericão da minha varanda, mozzarela de búfala, e temperei tudo com uma mistura de flor de sal e sal defumado, bastante pimenta do reino, azeite de oliva honesto e um fiozinho de vinagre de vinho do porto. E voilà! Uma perfeição de salada.
terça-feira, 11 de agosto de 2009
Vermont, queijo e sorvete
Quem está com o pé quebrado também tem direito a passear, então aproveitamos o fim de semana e cruzamos a fronteira até Vermont, estado vizinho de Nova Iorque. A região é belíssima, cheia de lagos, montanhas, fazendas com vaquinhas felizes e casinhas bonitas.
A região de Burlington é reconhecidamente agrícola, e as pessoas da área tem muito orgulho dos ingredientes e comidas locais: cervejas e vinhos artesanais, o inconfundível queijo cheddar e a fábrica do famoso sorvete Ben and Jerry's. Comemos muito bem em Vermont!
Burlington
Barraca de dumplings
Beije o cozinheiro (adorei o nome dessa lojinha)
Paraíso: Wine and cheese traders
Salada caprese no Pauline's Cafe
O paraíso do sorvete
Paz, amor e sorvete
Tudo é fofo, colorido e psicodélico neste lugar
A região de Burlington é reconhecidamente agrícola, e as pessoas da área tem muito orgulho dos ingredientes e comidas locais: cervejas e vinhos artesanais, o inconfundível queijo cheddar e a fábrica do famoso sorvete Ben and Jerry's. Comemos muito bem em Vermont!
Burlington
Barraca de dumplings
Beije o cozinheiro (adorei o nome dessa lojinha)
Paraíso: Wine and cheese traders
Salada caprese no Pauline's Cafe
O paraíso do sorvete
Paz, amor e sorvete
Tudo é fofo, colorido e psicodélico neste lugar
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