segunda-feira, 29 de junho de 2009

domingo, 21 de junho de 2009

Kitchen Stories


Foi o título deste simpático filme norueguês que me seduziu, mas terminei gostando dele por assuntos não somente culinários.

O enredo fala sobre uma pesquisa antropológica conduzida por pesquisadores suecos para observar e aprimorar a famosa eficiência das donas de casa norueguesas - e descobriram que os saracoteios diários de uma típica dona de casa na cozinha equivalem a uma ida à pé da Suécia até o Congo. O filme narra então o que acontece quando os cientistas decidem aplicar a mesma pesquisa em homens solteiros.


O detalhe é que, para comprovar a eficiência da pesquisa, o cientista não pode interferir na rotina da pessoa observada, ou seja, nada de falar, comer ou se movimentar enquanto o outro faz suas coisas na cozinha. A situação, claro, é absurda - o cientista observando do seu pedestal "neutro" enquanto o outro homem solitário faz café e fuma seu cachimbo em total silêncio -, mas eu não conseguia parar de pensar em como seria engraçado - e constrangedor - ter alguém observando as trapalhadas que eu faço na minha cozinha.

No fim das contas pouco se cozinha no filme, mas ele me deixou pensando sobre as idiossincrasias da ciência humana, sobre como é (im)possível compreender uma coisa tão misteriosa quanto o comportamento humano, assim, apenas observando. Mas por outro lado é isso o que fazemos o tempo todo, observamos um ao outro, comparamos hábitos e tentamos entender mais um pouco daquilo que nos é diferente.

Kitchen Stories (Salmer fra kjøkkenet), direção de Bent Hamer, Noruega, 2003.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Bolo de mirtilo (blueberry)


Antes que todos - inclusive eu - pensem que abandonei o blog de uma vez por todas, tenho que postar essa receita de bolo delicioso e muito fácil de fazer. Eu não tenho tido tempo nem energia para cozinhar nada fora do trivial ultimamente, mas quando vi esta receita na Gourmet deste mês tive que sair correndo comprar frutinhas e pensando, Ei, até uma estudante de doutorado enlouquecida para entregar a tese em tempo tem que comer...

A receita original leva framboesas, mas a autora foi enfática ao dizer que é possível substituir por qualquer frutinha vermelha que estiver fresca na feira. Eu fui de mirtilos, ou blueberries. A massa leva buttermilk (leite de manteiga), que é uma espécie de leite azedo que sobra do processo de fabricação da manteiga. Ele não tem gordura e deixa o bolo parecendo uma nuvem de tão macio. A Fer publicou algumas substituições para o buttermilk se você não tem acesso a ele.


Bolo de frutinhas e buttermilk
(Receita adaptada da revista Gourmet de Junho/2008)

- 1 xícara de farinha branca
- 1/2 colher de chá de fermento em pó
- 1/2 colher de chá de bicarbonato
- Uma pitada de sal
- 1/2 tablete de manteiga (aprox. 62g) sem sal e em temperatura ambiente
- 2/3 de xícara de açúcar mais uma colher de sopa (separados)
- 1 colher de chá de extrato de baunilha
- 1/2 xícara de buttermilk (mexa bem a embalagem antes de abrir, pois ele pode estar separado)
- 1 ovo orgânico grande
- 1 xícara de framboesas ou outra frutinha vermelha fresca

Pré- aqueça o forno em temperatura média-alta (400F/200C). Unte e enfarinhe uma assadeira e reserve. Numa vasilhe, junte a farinha, bicarbonato, fermento e sal. Na batedeira, bata a manteiga com os 2/3 de xícara de açúcar até virar um creme pálido. Acrescente a baunilha e o ovo e bata mais um pouco.

Acrescente a farinha e o buttermilk alternadamente e aos poucos, mexendo só até que tudo esteja bem homogêneo. Coloque a massa na forma e espalhe as frutinhas por cima. Salpique a colher de sopa de açúcar por cima das frutinhas e leve ao forno por 30-35 minutos, até o palito sair limpo. Deixe esfriar antes de retirar da forma.

domingo, 7 de junho de 2009

Acarajé made in Montreal? Oui!


Os baianos que se acumulam em Montreal - com dois casais de amigos que chegaram recentemente - ouviram falar de um lugar que supostamente vendia acarajé autêntico. Mas seria mesmo cem por cento verdadeiro? Eu fui uma das que duvidaram, afinal só conseguir os ingredientes já seria complicado. Mas fomos lá para conferir e vimos que eram, de fato, autênticos, feitos por um brasileiro, fritos no azeite de dendê e servidos com vatapá.

Só os camarões secos que ele preferiu evitar, talvez para agradar ao paladar internacional, trocando por frescos. Se quisesse usar os secos era só dar um pulo em Chinatown. Aliás, qualquer tentativa de reproduzir a culinária brasileira por aqui leva você a uma peregrinação multinacional de lojinhas e mercados portugueses, asiáticos e africanos. Assim se vê como a comida é um troço global.

Sobre os acarajés eu não posso emitir opinião, pois não sou nenhuma especialista no assunto e, para ser sincera, nem gosto do "original", ou seja, aquele servido pelas mãos da baiana na beira da praia. Mas os baianos aprovaram, dizendo que o bolinho não era lá muito crocante mas o vatapá estava muito gostoso. De qualquer modo disseram que serviu para matar a saudade.

Os acarajés estão sendo servidos no restaurante Lelê da Cuca, do simpático senhor Ed. Fica na Rua Marie-Anne Est, número 70, em Montreal.

quinta-feira, 4 de junho de 2009