terça-feira, 26 de abril de 2011

Tortinha de tomate com queijo de cabra daqui


Sou a primeira a admitir que às vezes me deixo abater por uma nostalgia muito grande das coisas do Canadá (afinal, foi lá que eu descobri de fato a comida, por isso a ligação afetiva é e sempre será muito forte). Sinto falta dos ingredientes de primeira qualidade, da fazenda orgânica a que tinha acesso, da feirinha 24h do lado de casa, dos restaurantes ótimos e baratos, etc.

Também admito que não é nada legal ficar reclamando e chorando por águas passadas. Assim a gente corre sério risco de não perceber as coisas boas que estão bem debaixo dos nossos narizes. Como um pedaço de queijo de cabra produzido aqui mesmo, na Bahia, que encontrei outro dia na Ceasa do Rio Vermelho. Não é o queijo de cabra que conheci em Montreal, de sabor muito forte e consistência macia. Este parece mais um queijo frescal, tem sabor sutil, embora marcante, e derrete que é uma maravilha.

Usei este queijo para coroar umas tortinhas de tomate que ficam muito bem como entrada ou jantar leve, acompanhadas por uma saladinha verde. Peguei um pedaço de massa folhada congelada, cortei uma rodela que regulasse mais ou menos com o tamanho do meu tomate, e pré-assei por alguns minutinhos (só o suficiente para começar a dourar).

Depois pincelei a massa com um tantinho de nada de mostarda Dijon, coloquei a fatia de tomate (temperado com sal e pimenta do reino) e o pedaço de queijo de cabra por cima. De volta ao forno por mais alguns minutinhos para terminar de assar, amolecer o tomate e derreter o queijo. Servi com um fio de vinagre balsâmico reduzido (receita aqui).

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Cozinhando com vinhos



Além do seu lugar cativo na mesa, o vinho também tem um importante papel na cozinha. Versátil, ele pode ser utilizado da entrada à sobremesa, seja para marinar carnes, encorpar molhos ou dar aquele toque especial ao risoto.

Para ler a matéria na íntegra, clique aqui.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Comida afetiva

Desde que comecei a cozinhar com frequência (desde o nascimento deste blog, na verdade), a comida tem se tornado um elemento cada vez mais presente e importante na minha vida. Sim, é bom ver o resultado de uma receita nova, é ótimo receber elogios por um prato bem executado e melhor ainda comer aquilo que se produz e o que se tem vontade sem depender de ninguém. Mas o que tem me dado cada vez mais satisfação é o lado afetivo (e menos egocentrado) da cozinha. Nada se compara ao ato de agregar pessoas em volta da mesa, oferecer carinho em forma de comida a quem se ama.

A comida serve tanto para agregar como também para comunicar coisas que talvez a gente nem soubesse dizer em palavras. Pensava nisso enquanto preparava o cardápio de um jantar familiar muito importante. Que prato fazer para contar à família que em breve teremos mais um integrante? Não existe receita para essas situações, claro. De repente, percebi que não se tratava mais de impressionar os convidados, nem de ter certeza de que sairia tudo certinho como o planejado. Na verdade importava muito pouco o que eu fizesse, pois o sentimento estaria ali, posto à mesa, de qualquer maneira.

Talvez eu esteja apenas ficando mais velha. Talvez sejam os famosos hormônios. Mas talvez essa mudança de percepção tenha me feito perceber que agora me sinto finalmente preparada para encarar uma fase de imensa doação, mas sem sacrifícios, de coração aberto. A comida me fez perceber isso. Não é à toa que a expressão popular diz que estamos com uma coisinha no forno, não é? É a mais pura verdade.


Ah, ficou curioso para saber o menu do famoso jantar? Fui de comfort food italiana: conchigliones recheados com ricota temperada, molho de tomate e bechamel, incrementados com uma ricota defumada maravilhosa que trouxe de São Paulo. Receitinha antiga mas que sempre agrada. Clique aqui para ver.