Essa receita foi parte invenção e parte imitação, metade criatividade e metade técnica. A parte de invenção foi o recheio, que pode ser praticamente de qualquer coisa. Eu misturei ricotta fresca, tomates maduríssimos cortados em cubinhos, manjericão fresco e um pouco de bacon italiano (pancetta), que tostei primeiro no forno até ficar crocante. Cozinhei as conchas até um pouco antes do al dente, uns 12 minutos, esfriei na água fria e coloquei o recheio.
A parte técnica ficou por conta do molho bechamel. Segundo a rainha Julia Child, não tem como errar nesse molho branco básico, desde que se siga os passos corretamente. A base desse molho, chamada roux, é uma técnica universal usada para engrossar caldos, molhos, sopas, recheios e soufflés. Trata-se de uma mistura de manteiga e farinha, cozidas até a farinha perder o gosto cru, e depois enriquecida com um líquido quente (leite ou caldo, dependendo do molho que se esteja fazendo).
As proporções dos ingredientes variam de acordo com a grossura desejada:
Molho fino ou sopa - 1 colher de sopa de farinha por xícara de líquido
Molho médio - 1 e 1/2 colher de farinha por xícara de líquido
Molho grosso - 2 colheres de farinha por xícara de líquido
Base para soufflé - 3 colheres de farinha por xícara de líquido
Eu usei duas xícaras de leite, duas colheres de sopa de manteiga e três de farinha. Enquanto você mexe a manteiga derretida com a farinha na panela, é importante esquentar o líquido para que, quando combinado, ele dissolva o roux e não fique caroçudo. Depois de cozinhar o roux por uns dois minutos em fogo baixo, acrescente o leite quente e mexa vigorosamente com um batedor de arame, até o líquido ficar homogêneo e engrossar. Acerte o sal e a pimenta e sirva em seguida.
Conferindo a receita
Depois de preparar o molho, eu forrei um refratário de vidro com molho de tomate pronto, coloquei as conchinhas recheadas por cima e cobri generosamente com o molho bechamel. Depois uma camada de parmesão ralado na hora e forno por 20 minutos até gratinar*.
*O meu prato não gratinou direito porque o forno daqui é pré-histórico, temperamental e, apesar de ter o botão "broil", não tem aquela serpentina que esquenta na parte de dentro. Com ele ou você gratina ou cozinha os alimentos até a combustão...
domingo, 30 de dezembro de 2007
Jantar e uma câmera nova
Eu adoro receber os amigos Alexandre e Lúcia para jantar, pois eles não se importam de serem cobaias para os testes das receitas (deram sorte que nada deu terrivelmente errado até então), e abraçam com uma incrível boa-vontade essa neurose de apresentar os pratos e fazer uma sessão fotográfica imediatamente antes de comer. Acredite, não é todo mundo que entende essa minha fixação.
Mas ontem tínhamos um motivo especial para as fotos, pois compramos uma câmera nova mil vezes melhor do que a antiga. Agora eu só preciso criar vergonha na cara e aprender a usar de verdade (aulas de fotojornalismo, onde foram parar nesse porão que é a minha memória?!). O Alexandre, que humildemente disse que entendia "um pouco" de fotografia, sorridentemente se encarregou das fotos. Só no dia seguinte eu vi que ele tinha feito um trabalho profissional. Se eu não conseguir aprender a mexer, já sei quem vou contratar.
Entrada: chèvre chaud com alface frisée e nozes
Prato: conchigliones recheados com ricotta e cobertos com molho bechamel
Sobremesa: fondue de chocolate
Tirando a poeira do trompete
Vinho espanhol
Mas ontem tínhamos um motivo especial para as fotos, pois compramos uma câmera nova mil vezes melhor do que a antiga. Agora eu só preciso criar vergonha na cara e aprender a usar de verdade (aulas de fotojornalismo, onde foram parar nesse porão que é a minha memória?!). O Alexandre, que humildemente disse que entendia "um pouco" de fotografia, sorridentemente se encarregou das fotos. Só no dia seguinte eu vi que ele tinha feito um trabalho profissional. Se eu não conseguir aprender a mexer, já sei quem vou contratar.
Entrada: chèvre chaud com alface frisée e nozes
Prato: conchigliones recheados com ricotta e cobertos com molho bechamel
Sobremesa: fondue de chocolate
Tirando a poeira do trompete
Vinho espanhol
sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
Salada de endívias e gorgonzola
Endívias são folhas perfeitas para servir saladinhas e outras entradinhas, pois seu formato natural de barquette envolve e segura bem o que estiver dentro, dispensando utensílios. Também não são nada ruim de se ver e degustar - as mais bonitas e menos amargas são as mais brancas e fechadinhas. Essa saladinha simples levou pedaços de gorgonzola, nozes tostadas, lascas de prosciutto assado no forno e uma vinagrete simples de azeite de oliva, mostarda dijon, vinagre de vinho tinto, sal, pimenta moída na hora e mel.
terça-feira, 25 de dezembro de 2007
Noite feliz
A festa de Natal pot-luck foi excelente, com muita comida gostosa e troca de presentes. Na hora da sobremesa o cheesecake com morangos cobertos de chocolate fez sucesso; tive que explicar umas mil vezes aos convivas incrédulos que eu tinha mesmo feito tudo aquilo from scratch, não era comprado pronto!
Cheesecake vestido para festa
Foi devorado em segundos!
Cheesecake vestido para festa
Foi devorado em segundos!
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segunda-feira, 24 de dezembro de 2007
Presente de Natal
O carteiro trouxe meus presentes de Natal esse ano: Mastering the Art of French Cooking, usado mesmo, que é mais barato e tem mais personalidade, e My Life in France, autografado pelo co-autor Alex Prud'homme. Finalmente agora posso dar continuidade à minha obsessão por Julia Child, que começou quando vi os dvds do programa dela na década de 60.
Tudo bem que a encomenda demorou quase um mês para chegar, mas não podia ter vindo num dia melhor. Thank you Mr. Postman!
Tudo bem que a encomenda demorou quase um mês para chegar, mas não podia ter vindo num dia melhor. Thank you Mr. Postman!
Natal pot-luck
Este ano fomos convidados para o Natal dos expatriados - todo mundo que estiver sem família (alguns recém-chegados ao Canadá) vai levar um prato e se reunir na casa de amigos. A mim coube levar a sobremesa - cheesecake, encomendado desde novembro, que já está pronto na geladeira. Resolvi fazer também uns morangos cobertos com chocolate e uma outra surpresinha. Por um lado fiquei feliz de não ter que me envolver nos pratos típicos, pois não entendo nada de comida de Natal, mas por outro estou morrendo de expectativa para saber o que as outras pessoas estão fazendo. Mania de gente controladora.
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quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
Tortinhas de palmito
A receita da torta de palmito é aquela mesma que rodou os foodblogs em 2007; o que fiz foi dividir a massa em oito pedaços iguais para fazer quatro tortinhas individuais. Fica uma gracinha para o lanche - e ainda sobrou um pouco de massa que eu congelei para usar numa chicken pot-pie.
terça-feira, 18 de dezembro de 2007
Sopa vermelha
Não, não é a sopa vermelha da Fabrícia. Está mais para um experimento que terminou dando meio certo e meio errado. Eu comecei seguindo uma dica da Fer: assei no forno enroladas em papel alumínio uma batata doce grande, uma abóbora, uns dentes de alho. Depois coloquei tudo na panela com um litro de caldo de legumes e bati com o hand mixer até virar um creme. Só que nessa hora eu resolvi jogar uma beterraba que também havia sido assada no papel alumínio.
Não estava na receita original, mas pensei comigo mesma: é só mais um vegetal de raiz, não pode desandar demais o gosto. Qual o que! O vermelho intenso da beterraba, que era pequenina, anulou os tons de laranja tão bonitinhos que estavam dominando a sopa até então. Não sobrou pra ninguém, foi vermelhão mesmo, quase cor-de-rosa. O bom é que ficou gostoso. O ruim é que ficou com gosto predominante de beterraba, e eu estava na vontade de tomar sopa de batata doce e abóbora. Logo eu, que devia saber que tamanho não é documento!
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
A romã e eu
Eu nunca havia comprado uma romã. Claro, já conhecia de nome e de vista, já tinha ouvido falar muito das propriedades nutritivas e das histórias e rituais de Ano Novo. É provável que já tenha até comido sem saber anos atrás, ou tomado o suco misturado com alguma outra coisa, mas nunca havia tido um tête-à-tête com essa bela fruta. Na China era muito comum e extremamente barata, mas sempre havia o problema de como comer uma romã no meio da rua. Então decidi marcar um encontro para essa semana, já que ela está em época e anda dando as caras com maior frequência e preço bom no mercado.
E lá fui eu me familiarizar com mais uma comida nova (essa frase ficou com uma cara de resolucão de ano novo...), mas não sem antes fazer minha pesquisa. Já sabia, por exemplo, que ao abrir a casca grossa iria me deparar com uma membrana branca segurando inúmeros caroçinhos gelatinosos cor-de-rosa, parecendo pequenas jóias. Sabia também que o melhor método para tirar as sementinhas é batendo na casca com uma colher de pau. Fiz todo esse ritual em silêncio, enquanto o gato me olhava com cara de quem não estava entendendo nada.
A arma do crime
Só não sei ainda como usar as sementinhas gostosinhas, que por enquanto estão domiciliadas na geladeira. Acho que vou preparar uma salada e usá-las no lugar dos croutons. Mas acho que também ficaria legal em cima de um doce, quem sabe uma salada de frutas ou musse de qualquer coisa. De qualquer maneira, vou separar 12 sementinhas para trazer sorte no ano novo, que 2008 já está dando sinais de que será longo e complicado.
domingo, 16 de dezembro de 2007
Mocha semifreddo com crosta de amaretto cookies
Eu sei, o tempo aqui não está para sobremesas geladas. Mas quando bati os olhos nessa receita, não resisti à tentação de 1) fazer sorvete em casa sem o auxílio de nenhuma máquina e 2) incorporar duas das coisas que mais amo, que são doces e café.
O resultado não me deixou na mão. Realmente não é a sobremesa mais simples do mundo, mas o processo é relativamente fácil de fazer, exigindo apenas um pouco de paciência, planejamento e boa vontade. Sem falar que há um sentimento de satisfação sem igual no processo de fazer sorvete com as próprias mãos. Quanto ao gosto, simplesmente divino: o sabor do café é bem proeminente e a crosta de biscoitos amaretto complementa bem a textura extra-macia do sorvete. Também fica muito elegante no prato.
Tecnicamente, semifreddo não é exatamente um sorvete, mas um quase-sorvete, no sentido de que é mais mole e nunca chega a congelar tanto quanto o sorvete. O que é ótimo em matéria de textura, mas não é lá muito prático: bastam alguns segundos fora do congelador para que ele derreta em velocidade recorde.
Foi aí que eu me atrapalhei toda, pois inventei de desenformar o semifreddo num prato e o troço começou a desaparecer antes que eu pudesse tirar sequer uma foto decente. Tive que correr e colocar de volta no pote de sorvete antes que fosse tudo pia abaixo. Portanto, se você pretende desenformar o semifreddo, duas coisas: forre a forma com papel filme antes, para ajudar a desenformar, e certifique-se de que tudo será comido rapidamente (o que não é muito difícil). Porém, se você pretende comer aos pouquinhos, não precisa desenformar: basta usar uma forma funda para sorvete (pode ser um pote de sorvete já usado) e tirar as fatias com uma faca, certificando-se que cada fatia tenha a parte do semifreddo e parte da crosta de biscoitos em baixo.
Para fazer a crosta de amaretto, basta quebrar uns 20 biscoitinhos com o processador até virar uma farinha, e umedecê-los com duas ou três colheres de manteiga derretida. Espalhe a mistura no fundo da forma e coloque na geladeira. Eu prefiro uma crosta bem fininha, pois acho o sabor do biscoito amaretto um tanto enjoativo.
Para o semifreddo, faz-se uma "custard" usando 3/4 de xícara de açúcar, 8 gemas, 1/3 de xícara de expresso frio e uma xícara de creme de leite fresco. A receita pede ainda 2 colheres de vinho Marsala, mas eu não usei. Antes de começar, porém, é bom se organizar: coloque uma panela com um pouco de água para ferver (para banho-maria) e separe uma outra vasilha grande com água bem gelada.
Numa vasilha resistente a calor, bata 1/2 xícara do açúcar com as gemas, o café, o Marsala e uma pitadinha de sal. Leve essa vasilha ao banho-maria (com cuidado para a água fervente não tocar no fundo da vasilha) e bata (com um batedor de arame ou batedeira portátil) até a mistura ficar clara e cremosa. O processo é demorado, pois é preciso cozinhar as gemas da maneira mais delicada possível sem fazer uma omelete. Quando estiver tudo bem cremoso e quase firme, tire a vasilha do banho-maria e coloque diretamente sobre a vasilha com água para esfriar.
Em outra vasilha, bata o creme de leite com o restante do açúcar até ficar bem firme. Com uma espátula, incorpore lentamente o creme batido à custard, até estar tudo uniforme. Nesse ponto eu inventei de adicionar uns pedacinhos de chocolate amargo (chocolate com café nunca é demais, certo?), mas os danados afundaram todos. A mistura é muito macia e delicada para suportar o peso dos pedacinhos de chocolate. Mas que ficou gostoso, ficou.
Por fim, despeje essa mistura sobre a crosta de biscoitos, cubra com papel filme e leve ao congelador por no mínimo 8 horas. Eu recomendo no mínimo 24 horas para ele ficar numa consistência não muito mole.
sábado, 15 de dezembro de 2007
Sopa de lentilha
Vi essa receita no Food Network, que é de longe o canal mais assistido aqui em casa. Sempre leio muitas críticas aos programas/chefs do canal nos blogs e sites de culinária, e até concordo com algumas coisas, mas como telespectadora e leiga eu posso garantir também que devo muito do que aprendi sobre comida ao Food Network. É verdade que tem muito de entretenimento e às vezes a informação se perde, mas também tem programas maravilhosos.
Pois bem, essa receita foi do programa Everyday Italian, com a bela e cabeçuda chef Giada di Laurentiis. Gente, ficou tão boa, mas tão boa, que eu fiz um pouco menos do que a receita para quatro pessoas e eu e Luiz comemos absolutamente tudo. Aliás, tudo o que fiz do programa dela até hoje deu muito certo. Lá vai a receita, sem tirar nem pôr:
Sopa de Lentilhas
1 cebola média, cortada
2 cenouras cortadas
2 talos de aipo cortados
2 dentes de alho, cortados
1 lata pequena de tomates pelados
1 xícara de lentilhas
6 xícaras de caldo de galinha
1 pitada de tomilho
2/3 de xícara de macarrão pequeno (usei aquele "elbow pasta")
Parmesão ralado à gosto
Sal, pimenta e azeite de oliva à gosto
Esquente o azeite numa panela grande e junte a cebola, cenoura e aipo. Deixe cozinhar por alguns minutos. Adicione o alho, cozinhe mais um pouco, e os tomates. Deixe o líquido dos tomates evaporar um pouco, acrescente o sal, o tomilho e a pimenta, e junte as lentilhas. Cubra tudo com o caldo de galinha e deixe cozinhar até a lentilha amolecer, cerca de 30 minutos. Fique olhando de vez em quando, pois a lentilha pode sugar muito líquido - neste caso, acrescente àgua ou mais caldo de galinha. Coloque o macarrão e deixe cozinhar por mais uns sete minutos. Conserte o tempero, se precisa, e sirva com parmesão ralado.
Pois bem, essa receita foi do programa Everyday Italian, com a bela e cabeçuda chef Giada di Laurentiis. Gente, ficou tão boa, mas tão boa, que eu fiz um pouco menos do que a receita para quatro pessoas e eu e Luiz comemos absolutamente tudo. Aliás, tudo o que fiz do programa dela até hoje deu muito certo. Lá vai a receita, sem tirar nem pôr:
Sopa de Lentilhas
1 cebola média, cortada
2 cenouras cortadas
2 talos de aipo cortados
2 dentes de alho, cortados
1 lata pequena de tomates pelados
1 xícara de lentilhas
6 xícaras de caldo de galinha
1 pitada de tomilho
2/3 de xícara de macarrão pequeno (usei aquele "elbow pasta")
Parmesão ralado à gosto
Sal, pimenta e azeite de oliva à gosto
Esquente o azeite numa panela grande e junte a cebola, cenoura e aipo. Deixe cozinhar por alguns minutos. Adicione o alho, cozinhe mais um pouco, e os tomates. Deixe o líquido dos tomates evaporar um pouco, acrescente o sal, o tomilho e a pimenta, e junte as lentilhas. Cubra tudo com o caldo de galinha e deixe cozinhar até a lentilha amolecer, cerca de 30 minutos. Fique olhando de vez em quando, pois a lentilha pode sugar muito líquido - neste caso, acrescente àgua ou mais caldo de galinha. Coloque o macarrão e deixe cozinhar por mais uns sete minutos. Conserte o tempero, se precisa, e sirva com parmesão ralado.
sexta-feira, 14 de dezembro de 2007
Comfort food
Não tem mau-humor que resista a uma massa fumegante cheia de queijo derretido. Se essa massa for facílima de fazer (como a maioria das massas é) com os ingredientes que estiverem rolando na geladeira, então, melhor ainda.
Tinha uma ricota na geladeira gritando para ser usada. Então eu peguei uns conchigliones, cozinhei por alguns minutos (é importante que ele fique ainda bem duro, pois vai continuar a cozinhar no forno), e recheei com uma mistura da ricota, orégano, tomates secos picadinhos, sal e pimenta. Refoguei um molho de tomate rápido com pancetta, cebola, alho e uma lata de tomates pelados. Forrei a assadeira com metade do molho de tomate, coloquei os conchigliones, cobri com mais molho de tomate, um pouco de creme de leite fresco por cima e salpiquei com queijo mozarella para gratinar no forno. Ficou ótimo!
Tinha uma ricota na geladeira gritando para ser usada. Então eu peguei uns conchigliones, cozinhei por alguns minutos (é importante que ele fique ainda bem duro, pois vai continuar a cozinhar no forno), e recheei com uma mistura da ricota, orégano, tomates secos picadinhos, sal e pimenta. Refoguei um molho de tomate rápido com pancetta, cebola, alho e uma lata de tomates pelados. Forrei a assadeira com metade do molho de tomate, coloquei os conchigliones, cobri com mais molho de tomate, um pouco de creme de leite fresco por cima e salpiquei com queijo mozarella para gratinar no forno. Ficou ótimo!
quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
No worries in the kitchen
Vários dias sem novidades no blog porque, guess what, não tem havido muitas novidades por estes cantos. A verdade é que a cozinheira andou se estranhando com a cozinha (e com todo o resto) por conta de estresses múltiplos que apareceram essa semana: 1) Ainda estou tentando me re-adaptar à rotina de almoçar sozinha e preparar algo para o Luiz levar pro trabalho, 2) Estou de mau-humor porque meus livros da Julia Child encomendados pela Amazon ainda não chegaram, e 3) Recebemos uma notícia péssima que vai nos obrigar a entrar na justiça contra a empresa que nos vendeu nossas passagens para a China. Só para resumir a história, quando compramos as passagens, a senhora latina com três mil sobrenomes aqui ultrapassou os acanhados limites dos formulários canadenses, acostumados com pessoas normais de Nome e Sobrenome apenas. Daí que o funcionário da agência teve que emitir uma passagem de papel, daquelas de antigamente, para mim - até aí tudo bem, só que ele esqueceu de me informar isso, e nunca me deu o diabo da passagem. No dia da viagem perdemos o vôo e, naquela hora, a agência garantiu que consertaria tudo e pagaria pelo inconveniente. Eles consertaram, só que cobraram as taxas de re-emissão das passagens no nosso cartão de crédito, assim, sem nem avisar. Nem dá para acreditar que a única coisa ruim da nossa viagem aconteceu aqui, antes mesmo de ir, e por uma coisa tão, mas tão besta.
Resumindo a novela: passei a semana me inteirando de procedimentos legais nada legais, tentando recuperar a fé na humanidade (sem muitos sucessos) e não tive tempo nem vontade de cozinhar nada. Comemos muitas coisas congeladas, repetecos e sobras - ou seja, nada digno de aparecer por aqui. A única notícia boa é que descobri que as sopinhas que fiz congelaram muito bem sim senhor.
Resumindo a novela: passei a semana me inteirando de procedimentos legais nada legais, tentando recuperar a fé na humanidade (sem muitos sucessos) e não tive tempo nem vontade de cozinhar nada. Comemos muitas coisas congeladas, repetecos e sobras - ou seja, nada digno de aparecer por aqui. A única notícia boa é que descobri que as sopinhas que fiz congelaram muito bem sim senhor.
sábado, 8 de dezembro de 2007
O segura-livros
Usei pela primeira vez este segura-livros-de-receita pelo qual havia me apaixonado à primeira vista, e ele não me decepcionou. A estrutura de acrílico transparente permite que você leia a receita facilmente e ainda protege de eventuais espirros e manchas, ao mesmo tempo em que segura a página perfeitamente e sem danificar o livro.
Simples e arrojado, tudo numa coisa só, não é genial? E ainda pode ter usos fora da cozinha, porque não? Meu deus, eu que há anos fazia malabarismos para copiar trechos de livros e outros materiais impressos para o computador, como não pensei nisso antes?
Segurando o tal livro das batatas
De perfil
Simples e arrojado, tudo numa coisa só, não é genial? E ainda pode ter usos fora da cozinha, porque não? Meu deus, eu que há anos fazia malabarismos para copiar trechos de livros e outros materiais impressos para o computador, como não pensei nisso antes?
Segurando o tal livro das batatas
De perfil
Sopa de brócolis com gorgonzola
Mais uma sopinha fabulosa, desta vez tirada de um livrinho fantástico só de receitas com batatas e outros vegetais. Encontrei esse livro numa barraquinha de promoções em frente ao metrô por módicos sete dólares, e já me rendeu algumas refeições bem interessantes. Para esta sopa você irá precisar de:
- 2 batatas grandes cortadas em cubos (*usei 4 pequenas)
- 1 cebola média cortada em cubos
- 250g de brócolis
- 1 xícara de gorgonzola cortado em cubos (*a receita pede duas xícaras, mas achei demais. Uma é mais do que suficiente)
- 4 e 1/2 xícaras de caldo de legumes
- 2/3 de xícara de creme de leite
- uma pitada de páprica
- sal e pimenta a gosto
Esquente um fio de azeite numa panela funda e salteie a cebola e as batatas por uns cinco minutos. Adicione o brócolis (a receita recomenda separar alguns para enfeitar na hora de servir, mas eu esqueci), o queijo e o caldo de legumes, e deixe ferver por uns 30 minutos. Bata tudo no liquidificador até virar um creme, volte para a panela e acrescente o creme de leite, a páprica, o sal e a pimenta.
A receita diz também que esta sopa congela muito bem, desde que você o faça antes de misturar o creme de leite. Eu reservei um pouco e congelei para ver se fica bom mesmo (até porque ela rende 4 grandes porções e aqui somos apenas dois...). Na falta do brócolis, servi com pedacinhos de gorgonzola e mais uma pitadinha da páprica. Ficou delicioso.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
Friday night blues
Lanchinho perfeito para uma sexta-feira fria e melancólica: chocolate quente com bolo de laranja.
A receita do bolo de laranja é da Dadivosa, e eu não conseguiria explicar melhor se tentasse. Então veja aqui.
O chocolate quente eu fiz esquentando uma xícara de leite, uma colher de sopa de cacau em pó, uma pitada de canela e mel até ficar doce. Para evitar que o cacau empelote, misture-o primeiro em dois dedinhos de leite até formar uma pasta grossa, e depois transfira para o resto do leite. Esquente até quase ferver.
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
Encontrei conforto na sopa
Dizem que a necessidade é a mãe da invenção, ou coisa do tipo. Não acho que seja somente a necessidade, mas uma série de coisas que acontecem ao mesmo tempo e que mudam a vida de uma pessoa. Por exemplo, eu sempre fiz cara feia pra sopas. Sei lá, associava à comida de bebê e de hospital, e quanto mais coisa boiando num líquido tivesse, menos apetitoso me parecia.
Bem, este é o meu terceiro inverno em Montreal, e o que está me abalando mais. No primeiro tudo era novidade; no segundo, passamos boa parte dos piores meses no Brasil; e agora... bem, agora não tem escapatória. Tenho passado mal desde que voltamos da China, com uma gripe que vai e volta toda vez que ponho o nariz pra fora de casa. E como infelizmente preciso sair, tenho alternado dias bons e ruins com maior freqüência do que gostaria.
Quando neva 40 centímetros de neve lá fora, e as janelas da sua casa ficam brancas que não dá nem pra ver se é dia ou noite (não que faça muita diferença, pois tem escurecido às 16h mesmo), tudo o que seu organismo pede é uma comida quente e reconfortante. Não dá mais pra encarar somente as saladinhas: tem que ser, como diria uma tia minha, algo "quente e mole". E como não dá pra viver de macarrão todos os dias... tive que mudar.
Pois então, foi a necessidade, junta ao fato de hoje em dia minha relação com comida ser muito menos complicada do que outrora, que fez com que eu me rendesse às sopas. Aos poucos, não tive como resistir ao conforto fumegante me chamando daquele prato fundo. Nem aos benefícios da ingestão de vegetais saudáveis e fresquinhos que eu preciso pra manter o sistema imunológico funcionando.
O problema é que eu continuo não sendo muito fã das coisitas boiando. Prefiro os cremes macios e uniformes. Só que eu não tenho liquidificador, então, resignada e com aquela determinação digna de heroína de Zhang Yimou, lá fui eu enfrentar o frio de -13 graus e um trânsito dos infernos atrás de uma engenhoca que vi na tv. Voltei com o mixer de imersão nas mãos e uma receitinha bem fácil e rápida na cabeça.
Mais um gadget
Sopa de abóbora butternut com curry
- Uma abóbora butternut cortada em cubos
- Dois dentes de alho cortadinhos
- uma cebola média cortadinha
- Uma colher de sopa bem cheia de curry em pó
- seis xícaras de caldo de galinha ou de legumes
- uma colher de sopa de mel
- sal e pimenta a gosto
Começe fritando a cebola e o alho num fio de azeite até ficarem translúcidas, mas não douradas. Junte a abóbora, o curry em pó e o caldo e deixe ferver por uns vinte minutos, ou até a abóbora estar bem macia. Transforme tudo em purê com seu novíssimo mixer de imersão (ou no liquidificador), adicione o mel, acerte o sal e a pimenta e sirva com uma colherada de sour cream ou iogurte natural.
Essa foi a história da minha primeira sopinha. Que ficou deliciosa e me confortou como eu imaginei que ela faria.
Bem, este é o meu terceiro inverno em Montreal, e o que está me abalando mais. No primeiro tudo era novidade; no segundo, passamos boa parte dos piores meses no Brasil; e agora... bem, agora não tem escapatória. Tenho passado mal desde que voltamos da China, com uma gripe que vai e volta toda vez que ponho o nariz pra fora de casa. E como infelizmente preciso sair, tenho alternado dias bons e ruins com maior freqüência do que gostaria.
Quando neva 40 centímetros de neve lá fora, e as janelas da sua casa ficam brancas que não dá nem pra ver se é dia ou noite (não que faça muita diferença, pois tem escurecido às 16h mesmo), tudo o que seu organismo pede é uma comida quente e reconfortante. Não dá mais pra encarar somente as saladinhas: tem que ser, como diria uma tia minha, algo "quente e mole". E como não dá pra viver de macarrão todos os dias... tive que mudar.
Pois então, foi a necessidade, junta ao fato de hoje em dia minha relação com comida ser muito menos complicada do que outrora, que fez com que eu me rendesse às sopas. Aos poucos, não tive como resistir ao conforto fumegante me chamando daquele prato fundo. Nem aos benefícios da ingestão de vegetais saudáveis e fresquinhos que eu preciso pra manter o sistema imunológico funcionando.
O problema é que eu continuo não sendo muito fã das coisitas boiando. Prefiro os cremes macios e uniformes. Só que eu não tenho liquidificador, então, resignada e com aquela determinação digna de heroína de Zhang Yimou, lá fui eu enfrentar o frio de -13 graus e um trânsito dos infernos atrás de uma engenhoca que vi na tv. Voltei com o mixer de imersão nas mãos e uma receitinha bem fácil e rápida na cabeça.
Mais um gadget
Sopa de abóbora butternut com curry
- Uma abóbora butternut cortada em cubos
- Dois dentes de alho cortadinhos
- uma cebola média cortadinha
- Uma colher de sopa bem cheia de curry em pó
- seis xícaras de caldo de galinha ou de legumes
- uma colher de sopa de mel
- sal e pimenta a gosto
Começe fritando a cebola e o alho num fio de azeite até ficarem translúcidas, mas não douradas. Junte a abóbora, o curry em pó e o caldo e deixe ferver por uns vinte minutos, ou até a abóbora estar bem macia. Transforme tudo em purê com seu novíssimo mixer de imersão (ou no liquidificador), adicione o mel, acerte o sal e a pimenta e sirva com uma colherada de sour cream ou iogurte natural.
Essa foi a história da minha primeira sopinha. Que ficou deliciosa e me confortou como eu imaginei que ela faria.
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
Cheesecake e um pedido de aniversário
Quando perguntei a Luiz se ele tinha algum pedido especial para a noite do seu aniversário, ele respondeu que queria cheesecake. Achei perfeito, pois estava querendo testar uma receita de New York cheesecake há tempos.
É uma receita simples, mas cuja massa densa requisita uma batedeira ou processador robusto. A minha, baratinha e portátil, fraquejou diante dos blocos de cream chesse e eu pensei que ela fosse pifar. Tive que fazer parte do trabalho no braço, até poder tentar com a batedeira novamente. E novamente ela deu sinais de cansaço, mas no final conseguiu incorporar todos os ingredientes. Mambembe do jeito que foi, até que o resultado saiu perfeito. Os convidados gostaram tanto que já pediram repeteco para a festa de Natal.
Ingredientes
Massa:
- 2 xícaras de farelo de biscoito (usei graham crackers)
- 5 colheres de sopa de açúcar
- 6 colheres de sopa de manteiga derretida
- 1/4 de colher de chá de canela em pó
Recheio:
- 3 pacotes (750g) de cheam cheese culinário
- 1 xícara de açúcar
- 1/2 colher de sopa de raspas de limão
- 1 colher de chá de essência de baunilha
- 5 ovos, gemas e claras separadas
- 1/4 de xícara de creme de leite fresco ou sour cream
- 2 colheres de açúcar (separadas do outro açúcar)
Comece pelo preparo da massa, que é o mesmo usado para a torta de limão - e que a Faby explica aqui num passo-a-passo ilustrado. Achei a adição de canela nessa receita fantástica, bem sutil mas faz uma diferença enorme, até na cor que combina bem com o rico recheio de queijo cremoso.
Para o recheio, você deve deixar antes todos os ingredientes em temperatura ambiente. Depois, com a ajuda da sua fiel batedeira, bata o cream cheese com o açúcar até ficar bem cremoso. Adicione a baunilha e as raspas de limão, bata mais até misturar tudo. Adicione o creme de leite e as gemas, batendo novamente. Reserve.
Em outra vasilha bem limpa, bata as claras em neve com as duas colheres de açúcar até ficarem firmes e lustrosas. Depois incorpore as claras à mistura de cream cheese, com delicadeza. Coloque na forma com a massa e leve para assar por uma hora e 15 minutos, ou até ficar dourado e levemente firme. Deixe esfriar por mais umas duas horas, desenforme se quiser e leve à geladeira.
Descobri que a torta cresce bastante no forno, mas murcha e fica bem densa depois de resfriada na geladeira - portanto, faça sempre com muita antecedência para dar tempo dela descansar bem na geladeira. Eu servi com um coulis de morango, que nada mais são que morangos inteiros batidos com um puquinho de açúcar e fervidos até virarem uma calda cor de rosa grossa (pode ser servida fria ou quente).
É uma receita simples, mas cuja massa densa requisita uma batedeira ou processador robusto. A minha, baratinha e portátil, fraquejou diante dos blocos de cream chesse e eu pensei que ela fosse pifar. Tive que fazer parte do trabalho no braço, até poder tentar com a batedeira novamente. E novamente ela deu sinais de cansaço, mas no final conseguiu incorporar todos os ingredientes. Mambembe do jeito que foi, até que o resultado saiu perfeito. Os convidados gostaram tanto que já pediram repeteco para a festa de Natal.
Ingredientes
Massa:
- 2 xícaras de farelo de biscoito (usei graham crackers)
- 5 colheres de sopa de açúcar
- 6 colheres de sopa de manteiga derretida
- 1/4 de colher de chá de canela em pó
Recheio:
- 3 pacotes (750g) de cheam cheese culinário
- 1 xícara de açúcar
- 1/2 colher de sopa de raspas de limão
- 1 colher de chá de essência de baunilha
- 5 ovos, gemas e claras separadas
- 1/4 de xícara de creme de leite fresco ou sour cream
- 2 colheres de açúcar (separadas do outro açúcar)
Comece pelo preparo da massa, que é o mesmo usado para a torta de limão - e que a Faby explica aqui num passo-a-passo ilustrado. Achei a adição de canela nessa receita fantástica, bem sutil mas faz uma diferença enorme, até na cor que combina bem com o rico recheio de queijo cremoso.
Para o recheio, você deve deixar antes todos os ingredientes em temperatura ambiente. Depois, com a ajuda da sua fiel batedeira, bata o cream cheese com o açúcar até ficar bem cremoso. Adicione a baunilha e as raspas de limão, bata mais até misturar tudo. Adicione o creme de leite e as gemas, batendo novamente. Reserve.
Em outra vasilha bem limpa, bata as claras em neve com as duas colheres de açúcar até ficarem firmes e lustrosas. Depois incorpore as claras à mistura de cream cheese, com delicadeza. Coloque na forma com a massa e leve para assar por uma hora e 15 minutos, ou até ficar dourado e levemente firme. Deixe esfriar por mais umas duas horas, desenforme se quiser e leve à geladeira.
Descobri que a torta cresce bastante no forno, mas murcha e fica bem densa depois de resfriada na geladeira - portanto, faça sempre com muita antecedência para dar tempo dela descansar bem na geladeira. Eu servi com um coulis de morango, que nada mais são que morangos inteiros batidos com um puquinho de açúcar e fervidos até virarem uma calda cor de rosa grossa (pode ser servida fria ou quente).
domingo, 2 de dezembro de 2007
Risoto de abóbora com açafrão
Sábado comemoramos o aniversário de Luiz, e decidi dar uma incrementada num prato que estava querendo fazer já há algum tempo. O prato era o risoto de abóbora com açafrão do livro "Barefoot Contessa Family Style", de Ina Garten, e a parte especial ficou por conta das seis abóboras cuti-cuti que usei para servir o risoto. Deu um certo trabalho para abrir os topos das abóboras, e tive que assá-las por uns trinta minutos para conseguir raspar a carne de dentro até formar um bowl, mas valeu a pena. O visual ficou incrível, fez bom uso das abóboras que abundam por aqui nesta época, e ajudou a aplacar o frio arrasador que tem feito nos últimos dias.
Ingredientes (serve seis pessoas):
- 2 1/2 xícaras de arroz arbóreo
- 6 xícaras de caldo de galinha
- 2 chalotas ou uma cebola cortadinha
- 2 colheres de sopa de manteiga
- 1/2 xícara de parmesão ralado
- 1/2 xícara de vinho branco seco
- azeite de oliva, sal e pimenta do reino
- uma pitada de fios de açafrão
- 6 fatias de pancetta ou bacon cortado em cubinhos
- 1 abóbora butternut, mais 6 abóboras pequenas para servir (opcional)
Um outro pequeno detalhe é que não dá para aproveitar a carne das abóboras pequenas na receita, pois para usá-las como bowl é preciso assar até a carne ficar "tirável" com uma colher (e a receita pede a abóbora cortada em cubinhos e com consistência mais al dente). Então eu reservei e congelei o purê das abóboras pequenas para usar em outra ocasião, e usei a carne de uma abóbora butternut (é, eu sei, mas o que a gente não faz por amor...).
A abóbora pode ser preparada com antecedência. Basta descascá-la, retirar as sementes, cortar em cubinhos de aproximadamente 1 centímetro e espalhá-los numa assadeira com um punhado de sal, pimenta e azeite de oliva. Asse no forno médio por uns 15 minutos, até ficar macia mas ainda al dente. Reserve.
O restante da receita é similar à de qualquer outro risoto. Deixe uma panela com o caldo de galinha fervendo e coloque o açafrão para dissolver no caldo. Em outra panela maior, coloque a manteiga para derreter com um fio de azeite de oliva. Frite as chalotas com a pancetta até ficar dourada, depois acrescente o arroz e frite mais um pouco. Coloque o vinho branco e mexa até o líquido quase evaporar. Acrescente um pouco do caldo de galinha com açafrão por vez, mexendo sempre até quase evaporar. Fique provando para ver quando o arroz estiver totalmente cozido. Quando estiver, retire do fogo, veja se precisa de sal ou pimenta, acrescente o queijo ralado e os cubinhos da abóbora cozida e sirva em seguida.
sexta-feira, 30 de novembro de 2007
Enfim, (quase) casa
Ok, este relato de viagem já está se alongando demais - afinal, a vida continua e o inverno por estas bandas parece que será rigoroso comme toujours, requisitando a invenção de pratos bem quentes e com sustância. Antes de voltar pra casa, porém, tivemos um gostinho de casa em pleno Oriente.
Para quem é brasileiro ou português, estar em Macau é uma experiência um tanto desconcertante. O que dizer de uma ilha situada a menos de uma hora de ferry de Hong Kong, mas onde a língua oficial ainda é a de Camões, senão estranho. Onde me senti andando pelas ruas do centro histórico de Salvador como há mais de dois anos não faço. Onde a população é claramente mais mestiça do que em qualquer outra cidade chinesa. Estranho.
E onde comemos pastéis de Belém, frango assado, bacalhau Zé do Pipo e outras especialidades decididamente portuguesas em restaurantes onde o menu é em português e chinês (mistura que, até então, achava que era exclusividade do meu caderninho de notas). Isso para não falar nos cassinos - sim, os mega-cassinos, pois Macau está se transformando rapidamente numa espécie de Las Vegas do Oriente, com direito a toda sua breguice.
Colonização tem dessas coisas curiosas. Macau esteve sob o domínio português até 1999, ou seja, seu retorno à China é muito recente, e é por isso que a influência lusitana é tão forte, apesar de ninguém lá falar realmente o português - a não ser os portugueses que imigraram. E agora, com essa invasão dos cassinos americanos imitando outras cidades famosas do mundo (o Venetian é toda uma Itália assombrosamente fake), a confusão identitária está completa.
Pastel de Belém bilingue
A feijoada é diferente, leva até abóbora
Frango no churrasco
Bacalhau com purê de batatas
Arroz de tomate
O menu do "Santos"
Para quem é brasileiro ou português, estar em Macau é uma experiência um tanto desconcertante. O que dizer de uma ilha situada a menos de uma hora de ferry de Hong Kong, mas onde a língua oficial ainda é a de Camões, senão estranho. Onde me senti andando pelas ruas do centro histórico de Salvador como há mais de dois anos não faço. Onde a população é claramente mais mestiça do que em qualquer outra cidade chinesa. Estranho.
E onde comemos pastéis de Belém, frango assado, bacalhau Zé do Pipo e outras especialidades decididamente portuguesas em restaurantes onde o menu é em português e chinês (mistura que, até então, achava que era exclusividade do meu caderninho de notas). Isso para não falar nos cassinos - sim, os mega-cassinos, pois Macau está se transformando rapidamente numa espécie de Las Vegas do Oriente, com direito a toda sua breguice.
Colonização tem dessas coisas curiosas. Macau esteve sob o domínio português até 1999, ou seja, seu retorno à China é muito recente, e é por isso que a influência lusitana é tão forte, apesar de ninguém lá falar realmente o português - a não ser os portugueses que imigraram. E agora, com essa invasão dos cassinos americanos imitando outras cidades famosas do mundo (o Venetian é toda uma Itália assombrosamente fake), a confusão identitária está completa.
Pastel de Belém bilingue
A feijoada é diferente, leva até abóbora
Frango no churrasco
Bacalhau com purê de batatas
Arroz de tomate
O menu do "Santos"
terça-feira, 27 de novembro de 2007
Fui à praia em Hong Kong
Pouca gente sabe, mas Hong Kong é formada não só pela ilha grande que dá nome à região, mas por diversas ilhotas menores e menos habitadas. O aeroporto, por exemplo, fica numa ilha chamada Lantau. E tem uma outra ilha chamada Lamma que é tão pequena, mas tão pequena, que nela não circulam carros. Para atravessar a pé de uma ponta a outra, leva-se menos de três horas (com pausa para admirar a paisagem).
Esta mesma ilha é conhecida por suas praias belíssimas e pelos restaurantes de frutos do mar onde o cliente escolhe o bicho que vai comer. É simplesmente absurdo molhar os pés numa praia tranquila a menos de vinte minutos de toda a correria de megalópole que rola em Hong Kong. Dá uma perspectiva boa de que este lugar vai muito além da idéia de que Hong Kong é um ponto meramente comercial e desprovido de identidade própria.
Mas voltando ao assunto, um programa típico de domingo é a boa e velha "farofada" na praia com direito a se esbaldar nos restaurantes à beira-mar depois. Nós fomos nos empolgando com aquilo tudo, pedimos umas cervejas, comemos e terminamos esquecendo que, epa, isso aqui ainda é Hong Kong! No fim das contas pagamos HK$ 180,00 (algo em torno de 20 dólares) pela unidade do hairy crab. Mas ainda assim eu digo que valeu cada centavo.
Herbário em Lamma island
Restaurante de frutos do mar
Esse aí tentou escapar
O siri de HK$ 180,00
Beringela no vapor com alho e manteiga
Em Hong Kong é outra história
Bem, Hong Kong era o destino principal (e final) dessa minha viagem à China, já que o cineasta que eu estudo é de lá e eu queria mesmo era sentir o clima deste lugar que há muito me intriga. As diferenças entre a China continental e a ex-colônia britânica são visíveis, mas também há muitas semelhanças e eu tive aquele sentimento de estar num lugar que mistura mesmo, naturalmente (e até harmoniosamente, quem diria), ocidente e oriente.
Uma das principais expressões dessa mistura está na cozinha. Em nenhum outro lugar da Ásia (tirando Tóquio, talvez) encontra-se tanta influência da culinária mundial misturada à comida local. E haja variedade: tem muito restaurante indiano e paquistanês (a população imigrante é grande), tailandês, italiano, japonês, mexicano, churrascaira brasileira e o escambau. E os restaurantes, embora muito mais caros do que na China, são dignos de colocar Hong Kong em qualquer atlas gourmet.
Em meio à tanta oferta, até que nós tentamos comer algum prato típico da região, mas depois de quase um mês o estômago estava mesmo era implorando por sabores mais, digamos, mediterrâneos. Os preços altíssimos também nos forçaram a fazer menos refeições em restaurantes e ceder ocasionalmente, mas cheios de culpa, às redes multinacionais de hambúrgueres gordurosos e aos noodles instantâneos.
Abaixo seguem registros fotográficos de alguns momentos gastronômicos de Hong Kong.
Restaurante indiano vegetariano em Kowloon
Lojinha orgânica no Soho, Hong Kong island
Frango com molho de tomate e mel no restaurante nepalês
Restaurante especializado em salmão em Kowloon
Legítima pizza italiana
Uma das principais expressões dessa mistura está na cozinha. Em nenhum outro lugar da Ásia (tirando Tóquio, talvez) encontra-se tanta influência da culinária mundial misturada à comida local. E haja variedade: tem muito restaurante indiano e paquistanês (a população imigrante é grande), tailandês, italiano, japonês, mexicano, churrascaira brasileira e o escambau. E os restaurantes, embora muito mais caros do que na China, são dignos de colocar Hong Kong em qualquer atlas gourmet.
Em meio à tanta oferta, até que nós tentamos comer algum prato típico da região, mas depois de quase um mês o estômago estava mesmo era implorando por sabores mais, digamos, mediterrâneos. Os preços altíssimos também nos forçaram a fazer menos refeições em restaurantes e ceder ocasionalmente, mas cheios de culpa, às redes multinacionais de hambúrgueres gordurosos e aos noodles instantâneos.
Abaixo seguem registros fotográficos de alguns momentos gastronômicos de Hong Kong.
Restaurante indiano vegetariano em Kowloon
Lojinha orgânica no Soho, Hong Kong island
Frango com molho de tomate e mel no restaurante nepalês
Restaurante especializado em salmão em Kowloon
Legítima pizza italiana
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