quinta-feira, 30 de julho de 2009

101 saladas

Foto: New York Times

O minimalista Mark Bittman, autor e colunista do New York Times, está sempre produzindo ótimas listas de receitas. No verão do ano passado ele sugeriu 101 idéias para pique niques, e este ano ele vem com 101 saladas. O mais legal das idéias do Bittman é que elas são isso mesmo: idéias simples que você pode mudar e adaptar de acordo com o que tiver à disposição ou suas preferências. Neste dias calorentos em que simplesmente ligar o forno parece impensável, essa listinha veio mesmo a calhar.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Meu primeiro peixe (Tilápia meunière)

Pois bem. Quem acompanha este blog sabe que eu venho tentando vencer meus principais preconceitos gastronômicos, pelo menos aqueles mais superficiais (continuo sem comer crustáceos e banana, meus dois piores pavores culinários). Com ajuda do bom senso e inspiração de alguns livros, venho tendo sucesso. Michael Pollan e seu "Dilema do Onívoro", por exemplo, me fizeram gostar de cogumelos.

Agora foi a vez de Julia Child, que virou minha musa depois que eu li "My Life in France", que narra os anos que ela passou na França e durante os quais ela se apaixonou pela arte culinária. O mesmo aconteceu com a Julie Powell, cujo blog-que-virou-livro-que-virou-filme está para se transformar em fenômeno de audiência em algumas semanas. Apesar de não ter lido o livro da Julie (preferi ir direto na fonte), não me admira o fato dela ter encontrado em Julia uma grande fonte de inspiração.

Lendo a descrição da primeira refeição de Julia na França, é impossível não se deixar levar pelas sensações e sentimentos tão bem narrados no livro. Ao aportar em Rouen, capital da Normandia, Paul e Julia sentaram num restaurante simples e comeram uma refeição de ostras frescas, sole meunière, salada verde e queijos franceses. Anos depois, Julia ainda se referia a esta refeição como uma espécie de revelação culinária.

Foi essa descrição, junto com o poder de persuasão do meu marido, que me fizeram tentar reproduzir o sole meunière. Até então, o único peixe que eu encarava sem medo era o salmão, porque não tem aquele gosto de mar que me aterroriza tanto. No entanto, eu fiz algumas alterações na receita original, começando pelo peixe. Troquei o sole (não sei o nome em português, me desculpem) pela tilápia, que estava fresca no mercado, e troquei a salsinha pelo manjericão porque sim.


Para fazer o peixe meunière, você precisa de leite e farinha de trigo para empanar, quatro colheres de sopa de manteiga (esta é uma receita de Julia Child, afinal), sal e pimenta, suco de meio limão amarelo, duas colheres de sopa de alcaparras picadas grosseiramente e um punhado de salsinha ou manjericão picados.

Passe os filés de peixe no leite e depois na farinha, que deve ter sido previamente bem temperada com sal e pimenta do reino. Sacuda para tirar o excesso de farinha e coloque os filés para dourar numa frigideira com uma colher de manteiga e um fio de azeite, por não mais que três minutos de cada lado. Reserva o peixe quando estiver dourado dos dois lados e coloque o restante da manteiga, as alcaparras picadas, o suco de limão e as ervas. Quando a manteiga estiver derretida e dourada, verta sobre os filés de peixe e sirva em seguida.

Devo admitir que qualquer coisa envolta nesse molho de manteiga e alcaparras estaria deliciosa, mas o peixe tinha uma textura especialmente agradável, macio e suculento por dentro e crocante e dourado por fora. Comemos com salada verde, arroz e batatas assadas no forno. "Our first lunch together in France had been absolute perfection. It was the most exciting meal of my life", diz o livro. Agora eu sei porque, Julia.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Acme Bar and Grill






Nossa última parada gastronômica em Nova Iorque foi pura obra do acaso. Estávamos morrendo de fome e procurando um lugar para comer não muito longe de onde estávamos, em Greenwich Village, e nos deparamos com este restaurante de comida creole. Eu nunca havia provado a comida do sul dos Estados Unidos antes, mas sabia que eles tinham muita comfort food, do tipo que enche a barriga e esquenta a alma. Era exatamente o que estávamos precisando.

O restaurante terminou se revelando um dos melhores lugares que visitamos em toda a semana - não é o máximo quando essas coisas acontecem assim, por puro acaso? Da decoração com garrafas de molho de pimenta e pôsteres de ídolos da soul music até a cerveja feita no local, estava tudo ótimo.

E a comida? Sensacional: comemos cornbread com manteiga de entrada (o que me lembrou do cuscuz de milho que comemos no Nordeste), costelinhas caindo do osso de tão macias, sanduíche de frango no churrasco desfiado, feijão com arroz e o que os meninos disseram ser o melhor purê de batata que já comeram na vida. Se não tivéssemos comido tanto, eu teria provado a sobremesa de pudim com molho de Bourbon. Bem, fica para a próxima.

Acme bar and grill
9 Great Jones Street, New York, NY 10012

sexta-feira, 24 de julho de 2009

NYC Pizza

O assunto é polêmico, mas eu estou cada vez mais convencida de que os norte-americanos curtem mais pizza do que os italianos. Ela pode até ter nascido por lá (e até isso é discutível), mas são os ianques que vivem e morrem por uma boa pizza. Em Nova Iorque isso é vísivel, pois a redonda está em todos os lugares. Não é incomum ver gente consumindo pizza nas ruas. Quem está apressado come uma fatia no metrô mesmo, ou leva para casa num saquinho de papel com aquelas indisfaçáveis manchas de óleo.

Quem tem mais tempo e dinheiro vai num dos milhares de restaurantes italianos espalhados pela cidade, onde as filas costumam dobrar esquinas. Nós comemos na pizzaria do chef italo-americano Mario Batali, chamada Otto. Lá são servidas pizzas num estilo bem italiano - massa fina, bem tostada no forno à lenha e com pouco recheio. Infelizmente não tirei fotos, mas a pizza margherita com mussarela de búfala estava muito boa, embora o que tenha me chamado mais a atenção tenha sido o molho de tomate super saboroso.

As fotos abaixo são do mercado de pulgas do Brooklyn, que acontece todo final de semana.



quinta-feira, 23 de julho de 2009

Eu também fui à feira





Não poderia deixar de dar uma passadinha na feira em Nova Iorque. Fiquei sabendo que a da Union Square era boa e me mandei para lá. Muito organizada, mas pequena - para quem está acostumada com o mercado Jean Talon, então, é bem pequena. Talvez tenha sido porque fui num dia de semana, mas estava meio vazia também. Parece que o negócio lá em NY são os mercadinhos de bairro, estes sim cheios de produtos, flores e gente.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Café Boulud


Nossa segunda parada gastronômica em Nova Iorque foi no Café Boulud, um dos vários restaurantes do chef francês Daniel Boulud espalhados pela cidade. Fiquei sabendo de um cardápio de almoço com temática "fresh from the market" e preços super razoáveis, o que nos possibilitou visitar este restaurante dono de estrela Michelin e tudo o mais.

A fachada do restaurante, assim como a de muitos outros prédios na mesma rua, estava em reparos, uma pena porque o café fica num prédio histórico numa das ruas que dá acesso ao Central Park na altura do museu Metropolitan (eu falei que o negócio era chique, não falei?). Lá dentro, fomos rapidamente sentados pelo maitre e oferecidos pequenos arancini, aquelas bolinhas fritas feitas com risotto e queijo.

O cardápio do almoço, que muda toda semana, oferecia três opções de entrada, três pratos principais e três sobremesas. Como estávamos em três provamos todas as entradas: um gazpacho branco, que é feito com pepino ao invés de tomate, um carpaccio de lula e tomates verdes fritos com um molho picante. Depois vieram um gnocchi de ricotta com radichio grelhado e um peixe com crosta de pimenta do reino e salada de feijões.

A comida estava maravilhosa, em porções ideais para um almoço leve, e a apresentação dos pratos era simplesmente espetacular. Na hora da sobremesa, fomos unânimes em pedir o mousse de chocolate com sorvete de baunilha, uma das melhores sobremesas que já comi. Junto com o café veio uma cestinha de pequenas madeleines, uma fofura só.








Café Boulud
20 East 76th Street (between Madison and 5th avenue)
New York, NY 10021

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Shake Shack

Nossa primeira parada em NYC foi no Shake Shack, tido por muitos como o melhor hambúrguer da cidade. A julgar pela fila que encontramos no Madison Square Park, o lugar era popular mesmo.


O shack é literalmente uma cabana, que serve hamburgueres, cachorros-quentes e milkshakes deliciosos para o pessoal comer ao ar livre.


A comida estava mesmo muito boa, mas foi o ambiente agradável do parque que completou a experiência.


Quando o lanche fica pronto, o controle vibra para avisar.


O burger tradicional é servido mal passado, com tomate, alface e maionese num pão de batata que roubou a cena. Não resisti e tomei também um shake de sorvete com pedacinhos de caramelo.


Eles servem até um lanche só para cachorros, com sorvete, biscoitinho canino e manteiga de amendoim. E eles adoram!

Shake Shack
Madison av. and East 23rd St.
New York, NY 10010, USA

terça-feira, 14 de julho de 2009

New York City

Ufa! Depois de entregar a tese no final de junho (agora só falta a defesa), fomos desestressar por uma semana em Nova Iorque, onde andamos muito, compramos umas coisitas, fotografamos demais e comemos feito condenados. A primeira coisa que eu sempre reparo andando pelas ruas de Nova Iorque - especialmente depois de sair de Montreal - é a quantidade de comida de rua.

Tem de tudo: comida tailandesa, indiana, mexicana, árabe e, claro, os tradicionais cachorro-quente, pretzel e pizza. Não se pode andar um quarteirão sem ser atingido por uma barronfada de fumaça vinda do churrasquinho. Os preços são bem convidativos, como é de se imaginar, mas a cara das comidas nem sempre é boa. Não tive coragem de encarar, se bem que eu provaria o milho na espiga e as batidas de frutas.