segunda-feira, 29 de outubro de 2012
Peixe thai prático
Finalmente realizei um sonho antigo de cozinheira: fazer amizade com um bom peixeiro. Ainda não estamos íntimos, mas grudei com todas as minhas forças no funcionário mais simpático de um dos boxes da Ceasinha do Rio Vermelho, que tem me ajudado muito nesta tarefa complicada de comprar pescados de boa procedência em Salvador. Embora moremos numa cidade litorânea, a maioria dos peixes à venda por aqui é congelada e/ou vem de outras águas e sofrem muito com o transporte.
E eu, que não entendo lhufas dos nomes e espécies de peixes (há pouco tempo eu nem sequer comia peixe), sempre ficava perplexa diante da enorme variedade exposta nas peixarias da Ceasinha e terminava desistindo. Precisava de ajuda profissinal. Pois o senhorzinho simpático me indicou e eu prontamente levei para casa duas belas postas de pescada amarela, embrulhadas no jornal de ontem e fresquinhas como deveriam ser. No caminho vim pensando em mil maneiras de prepara-las.
No entanto, quando cheguei em casa vi que o tempo para preparar o almoço já estava curto e precisaria agir rápido. Nada de pesquisar receita nova. Decidi pegar uma receita de frango thai que costumo fazer e simplificar ao extremo. Fiz o seguinte: coloquei as postas num refratário de louça, temperei com suco de limão, sal, pimenta do reino e salsinha e cebolinha picadas. Numa vasilha, misturei um vidrinho de meio litro leite de coco com duas colheres de sopa de curry amarelo tailandês (uso um da marca Roland, que não tem conservantes nem msg), joguei por cima do peixe e enfeitei com fatias de tomates e castanhas. Trinta minutos de forno e a casa estava cheirando maravilhosamente bem.
Poucas vezes eu vi ou fiz um prato tão simples e de resultado tão impressionante, tanto no visual quanto no sabor - o peixe simplesmente desmanchou no molho que ficou picante, mas não muito, e extremamente saboroso. Comemos com arroz branco e a saladinha de pepino da qual falei aqui. Mal posso esperar por minha próxima visita à peixaria.
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sábado, 20 de outubro de 2012
Salada oriental de pepino
Quando morávamos em Montreal, costumávamos frequentar um restaurante japonês que servia de entrada uma saladinha de pepino maravilhosa, à base de gengibre e óleo de gergelim. Tinha um gostinho de conserva bem suave, mas ao mesmo tempo era fresca e refrescante. Era a única ocasião em que via meu marido comer pepino com gosto, já que ele, ao contrário de mim, não é lá muito fã do (pausa para pesquisar se pepino é legume, verdura ou fruta) legume.
Já havia tentado replicar em casa o sabor daquela saladinha algumas vezes, sem sucesso. O gosto do gengibre ralado fresco era sempre forte demais. Até que um dia comprei um vidrinho de gengibre em conserva para comer com sushi, e tive um estalo - vou usar no molho da salada! Deu muito certo, já que o sabor da conserva do gengibre é bastante sutil, e contrastou com o frescor natural do pepino cortado em fatias bem fininhas. Adoro quando consigo reproduzir um prato de memória, ainda que com algumas pequenas diferenças...
Salada oriental de pepino
- Um pepino grande cortado em fatias bem finas (se ele tiver a casca grossa, convém descascar)
- Alguns pedaços de gengibre em conserva (neste caso, não recomendo usar o gengibre fresco)
- Uma colher de chá de óleo vegetal (qualquer um que não tenha gosto)
- Uma colher de chá de açúcar demerara
- Uma colher de chá de óleo de gergelim torrado
- Suco de um limão taiti
- Sal e pimenta à gosto
- Gergelim torrado para enfeitar
Pique as fatias do gengibre até virar uma pasta e joque num pilão com os óleos, o açúcar e o suco de limão. Macere com o socador até que tudo esteja bem incorporado. Misture ao pepino fatiado, tempere com sal e pimenta e deixe por alguns minutos (o pepino soltará líquido e transformará a pasta num molho). Fica bem como entradinha ou acompanhamento para pratos asiáticos/thai, etc.
Já havia tentado replicar em casa o sabor daquela saladinha algumas vezes, sem sucesso. O gosto do gengibre ralado fresco era sempre forte demais. Até que um dia comprei um vidrinho de gengibre em conserva para comer com sushi, e tive um estalo - vou usar no molho da salada! Deu muito certo, já que o sabor da conserva do gengibre é bastante sutil, e contrastou com o frescor natural do pepino cortado em fatias bem fininhas. Adoro quando consigo reproduzir um prato de memória, ainda que com algumas pequenas diferenças...
Salada oriental de pepino
- Um pepino grande cortado em fatias bem finas (se ele tiver a casca grossa, convém descascar)
- Alguns pedaços de gengibre em conserva (neste caso, não recomendo usar o gengibre fresco)
- Uma colher de chá de óleo vegetal (qualquer um que não tenha gosto)
- Uma colher de chá de açúcar demerara
- Uma colher de chá de óleo de gergelim torrado
- Suco de um limão taiti
- Sal e pimenta à gosto
- Gergelim torrado para enfeitar
Pique as fatias do gengibre até virar uma pasta e joque num pilão com os óleos, o açúcar e o suco de limão. Macere com o socador até que tudo esteja bem incorporado. Misture ao pepino fatiado, tempere com sal e pimenta e deixe por alguns minutos (o pepino soltará líquido e transformará a pasta num molho). Fica bem como entradinha ou acompanhamento para pratos asiáticos/thai, etc.
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terça-feira, 16 de outubro de 2012
Viajando com pimpolhos
Viajar com bebê que mama no peito é, além de gostoso, a coisa mais prática que existe – não precisa pensar em levar, esquentar, conservar, prato, talher, adaptação ao tempero local, nada disso. Quando os pequenos começam a comer comidinhas, a viagem demanda uma logística um pouco maior, mas nada desesperador. Recentemente passei uma semana em São Paulo com marido e filho de onze meses, e aproveitei para testar se era possível manter o guri numa comidinha caseira e saudável, sem recorrer a industrializados nem mudar muito sua rotina de refeições. É perfeitamente possível! Basta um pouco de organização antes da viagem e um tantinho de jogo de cintura durante.
Antes da viagem, fiz uma produção em massa de pratinhos para o almoço e jantar. Para o almoço (foto): arroz branco, feijão carioca, mandioquinha, abóbora e brócolis cozidos no vapor. Metade com frango desfiado e metade com carne de panela. Depois foi só congelar em porções individuais e colocar numa térmica no dia da viagem, que foi comigo como bagagem de mão.
Como o percurso era relativamente curto (2h de avião de Salvador a São Paulo, mais o trajeto do aeroporto para casa), não esquentei (rá!) com risco de descongelamento, mas acho que isso só seria motivo de preocupação se o trajeto fosse durar mais de 6h. Já passei o dia inteiro fora de casa carregando a comida dele congelada e não houve problema nenhum.
Ficamos em casa de parentes que nos cederam congelador e microondas, mas - a não ser que você vá para o meio do mato - qualquer hotel teria condições de fazer o mesmo (se não no frigobar do quarto, na própria cozinha do hotel). Chegando lá, só precisei comprar o que era mais perecível, como frutas, queijo e pão para o café da manhã. Inclusive, essa é uma ótima oportunidade para conhecer frutas novas, dependendo do destino da viagem e da estação do ano.
Durante a viagem, fiz o que faço aqui quando vou para a rua: levei o pratinho dele congelado numa térmica pequena, junto com talheres, babador, copo, fruta para o lanche e/ou suco. Na hora da fome, é só pedir para esquentar no microondas do restaurante onde estiver (de novo, só se você for para um lugar muito remoto para isso não ser possível). Não se preocupe que ninguém dirá não a um bebezinho lindo com carinha de fome.
Marcel comeu no chiquérrimo bistrô do Olivier Anquier (onde esquentaram sua comida em banho-maria), no Mercadão Municipal, onde disputou o microondas com os famosos petiscos gratinados, e até na fila de espera do Mestiço, que estava lotado (fome de criança não espera, né). Em todos os lugares fomos tratados com muita atenção e carinho - ainda bem que a maioria dos garçons, gerentes, donos, maitres são também pais e mães.
É claro que nem sempre deu tudo certo - em alguns dias Marcel estava com sono na hora do almoço e fez birra, em outros preferiu ficar só beliscando o pãozinho do couvert. Em outros, nem precisamos lançar mão da comida, já que ele curtiu experimentar dos nosso pratos. No restaurante italiano Taormina, por exemplo, fizeram um pratinho lindo especialmente para ele com nhoque artesanal e um mollho ao sugo delicioso, que ele devorou com suas próprias mãozinhas.
Aliás, a única coisa que não conseguimos replicar do que fazemos em casa é o baby-led weaning, pois - pelo bem das ruas roupas e do chão dos restaurantes - não poderíamos deixa-lo fazer aquela bagunça que ele normalmente faz ao tentar se alimentar sozinho.
No fim das contas, pode ter sido mais complicado do que viajar com um bebê de peito, mas foi também muito mais divertido! Eu fiquei muito satisfeita de saber que ele se adaptou bem às mudanças de ambiente, horário, cadeirões e tirou tudo de letra. Um dia ele saberá como isso é importante para nós...
Aqui pra você, N**** Meu potinho é outro!
Como o percurso era relativamente curto (2h de avião de Salvador a São Paulo, mais o trajeto do aeroporto para casa), não esquentei (rá!) com risco de descongelamento, mas acho que isso só seria motivo de preocupação se o trajeto fosse durar mais de 6h. Já passei o dia inteiro fora de casa carregando a comida dele congelada e não houve problema nenhum.
Ficamos em casa de parentes que nos cederam congelador e microondas, mas - a não ser que você vá para o meio do mato - qualquer hotel teria condições de fazer o mesmo (se não no frigobar do quarto, na própria cozinha do hotel). Chegando lá, só precisei comprar o que era mais perecível, como frutas, queijo e pão para o café da manhã. Inclusive, essa é uma ótima oportunidade para conhecer frutas novas, dependendo do destino da viagem e da estação do ano.
Comendo no Mercadão
Durante a viagem, fiz o que faço aqui quando vou para a rua: levei o pratinho dele congelado numa térmica pequena, junto com talheres, babador, copo, fruta para o lanche e/ou suco. Na hora da fome, é só pedir para esquentar no microondas do restaurante onde estiver (de novo, só se você for para um lugar muito remoto para isso não ser possível). Não se preocupe que ninguém dirá não a um bebezinho lindo com carinha de fome.
Marcel comeu no chiquérrimo bistrô do Olivier Anquier (onde esquentaram sua comida em banho-maria), no Mercadão Municipal, onde disputou o microondas com os famosos petiscos gratinados, e até na fila de espera do Mestiço, que estava lotado (fome de criança não espera, né). Em todos os lugares fomos tratados com muita atenção e carinho - ainda bem que a maioria dos garçons, gerentes, donos, maitres são também pais e mães.
Aproveitando a comida sensacional do Taormina
É claro que nem sempre deu tudo certo - em alguns dias Marcel estava com sono na hora do almoço e fez birra, em outros preferiu ficar só beliscando o pãozinho do couvert. Em outros, nem precisamos lançar mão da comida, já que ele curtiu experimentar dos nosso pratos. No restaurante italiano Taormina, por exemplo, fizeram um pratinho lindo especialmente para ele com nhoque artesanal e um mollho ao sugo delicioso, que ele devorou com suas próprias mãozinhas.
Aliás, a única coisa que não conseguimos replicar do que fazemos em casa é o baby-led weaning, pois - pelo bem das ruas roupas e do chão dos restaurantes - não poderíamos deixa-lo fazer aquela bagunça que ele normalmente faz ao tentar se alimentar sozinho.
No fim das contas, pode ter sido mais complicado do que viajar com um bebê de peito, mas foi também muito mais divertido! Eu fiquei muito satisfeita de saber que ele se adaptou bem às mudanças de ambiente, horário, cadeirões e tirou tudo de letra. Um dia ele saberá como isso é importante para nós...
Hum, deixa eu ver o cardápio...
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segunda-feira, 1 de outubro de 2012
Muffin integral de banana para um aniversariante decidido
Não sei se foi coincidência ou um sinal da maioridade, mas desde que soprou a primeira velinha Marcel passou a rejeitar alguns alimentos que sempre(*) fizeram parte do seu cardápio, especialmente as frutas in natura do café da manhã. Come dois pedaços da pêra (ou maçã, banana, melão, mamão) e depois trava a boca. Foca o olhar bem no meu prato e solta o verbo naquele linguajar típico dos bebês, que eu traduzi livremente como: "mamãe, agora que estou cada vez mais capaz de mastigar e digerir os alimentos, já posso comer coisas mais incrementadas, né não?". Tá certo meu filho.
O único problema é que, na minha opção por oferecer alimentos não-industrializados e não-adoçados, as opções de café da manhã ainda são um pouco limitadas. Já ofereci pão integral, que provocaram palminhas de alegria quando suas mãozinhas conseguiram levar os pequenos pedaços do prato à boca. Já ofereci iogurte natural batido com frutas e aveia, que também fez sucesso. O queijo frescal ainda provoca caretas, acredito que seja salgado para seu paladar (se já é para o meu... alguém aí sabe se existe versão sem sal, ou terei que partir para a produção caseira?).
A receita mais nova que testei com sucesso foi a destes muffins integrais de banana, que combinam perfeitamente a textura do pão que ele adora com o sabor e os nutrientes da fruta que não podem faltar, especialmente de manhã. Além de saborosos (o marido aprovou, já que eu continuo sem comer bananas), podem ser congelados e levados para o lanche fora de casa.
Não sei se ele gostou mais pelo sabor ou pela felicidade de conseguir se alimentar sozinho...
Muffins integrais de banana
(Receita adaptada do livro Super Natural Cooking, de Heidi Swanson)
Rende 12 muffins grandes
- 2 xícaras de farinha de trigo integral
- 2 colheres de chá de fermento químico
- uma pitada de sal marinho
- 1/4 de xícara de aveia em flocos (mais um punhado para polvilhar por cima)
- 6 colheres de sopa de manteiga sem sal em temperatura ambiente
- 3/4 de xícara de açúcar mascavo (usei metade açúcar e metade melaço de cana)
- 2 ovos orgânicos grandes
- 2 colheres de chá de extrato de baunilha natural
- 1 xícara de iogurte natural integral
- 1 xícara e 1/2 de bananas maduras amassadas (três bananas grandes)
Pré-aqueça o forno em temperatura média e forre uma forma para muffins com forminhas de papel. Numa vasilha, combine a farinha, fermento, sal e aveia. Na batedeira, bata a manteiga até ficar pálida e cremosa, adicione o açúcar, melaço, ovos, baunilha, iogurte e bananas até incorporar tudo. Junte os ingredientes secos somente até incorporar, cuidando para não mexer demais. Coloque nas forminhas, polvilhe com aveia se desejar e asse por aprox. 30 minutos, ou até que os muffins fiquem dourados.
(*) SEMPRE, uma palavra tão absoluta, mas que na vida de um bebê quer dizer há apenas alguns meses. Será que só eu acho isso engraçado?
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