terça-feira, 31 de julho de 2007

Salada de cenoura e abacate

Ok, então é segunda-feira e você quer esquecer que comeu todo aquele tiramisu no fim de semana. Eis uma saladinha nutritiva, fácil e gostosa, própria para aquelas segundas-feiras de detox após ter exagerado no domingão. Num bowl médio, misture o suco de um limão ou laranja, um pouco de vinagre balsâmico e uma colherzinha de mostarda Dijon. Corte um abacate pequeno em cubinhos e joge no bowl. Rale duas cenouras médias e junte ao abacate. Toste um punhado de amêndoas fatiadas e junte à salada. Tempere com sal e pimenta à gosto.

Tá bom, eu reconheço que o resultado não é lá muito bonito de se ver. Fica com uma cara de gororoba danada, principalmente porque o vinagre balsâmico escurece tudo. Mas o gosto é bom, eu garanto. A textura do abacate com as amêndoas crocantes fica bom mesmo.

domingo, 29 de julho de 2007

Tiramisu

Tiramisu é uma das sobremesas que não envolve chocolate (pelo menos a receita original) que eu mais gosto. Entretanto, quase sempre que eu peço em restaurantes, mesmo italianos, fico desapontada. Às vezes vem aquela porçãozinha mixuruca, às vezes eles substituem o queijo mascarpone por algo não-identificável, às vezes não se sente mesmo o gosto dos ingredientes. Acho que a maioria tenta economizar, pois os ingredientes são de fato caros, mas isso altera enormemente o resultado. Então, depois que compramos uma panelinha de fazer café espresso, resolvi enfrentar o problema com minhas próprias mãos. Não surpreendentemente, descobri que o melhor tiramisu é o feito em casa - sem economia, sem substituições, não tem erro.

Os ingredientes são (para 6 pessoas, ou 4 devoradoras de doces):

- 6 gemas
- 3 colheres de sopa de açúcar
- 2 xícaras de café espresso, frio
- 2 colheres de sopa de rum *
- um pacote de biscoitos italianos Ladyfingers (ou os nossos Champagne)
- 500g de queijo mascarpone **
- cacau em pó para decorar

As observações:

* A receita original pedia 2 colheres de café de rum, usei 2 colheres de sopa por engano (hohoho!!!) e ficou muito bom. No entanto, se for servir para crianças é melhor deixar de fora.

** O mascarpone é um queijo cremoso italiano usado em muitos doces. Não é muito fácil de achar, tampouco barato, mas é insubstituível nessa receita. Quer dizer, há quem diga que é possível substituir por ricota ou queijo cottage, mas eu tenho lá minhas dúvidas.

O preparo:

Primeiro, faz-se um creme chamado zabaglione. Na batedeira, bata as gemas com o açúcar até ficar pálido e cremoso, entre 5 e 10 minutos. Adicione o mascarpone de uma vez e bata de novo até incorporar. Adicione uma colher do café frio e mexa de novo.


Misture o rum e o restante do café numa vasilha rasa que dê para megulhar os biscoitos. Mergulhe cada biscoito no café até absorver um pouco do líquido, mas não demais senão o biscoito desmancha. É coisa rápida mesmo, 5 segundos. Pegue um refratário fundo e vá colocando uma camada dos biscoitos. Depois, uma camada do creme, outra de biscoitos e o restante do creme. Cubra com papel filme e leve à geladeira por no mínimo 2 horas antes de servir. Na hora de servir, polvilhe o cacau em pó por cima. Lascas de chocolate meio amargo também ficam bem.


Em tempo: "tiramisu" em italiano significa "pick-me up" - não encontrei tradução em português, mas é algo como "me acorde", pois leva dois ingredientes ricos em cafeína, o cacau e o café, além do rum (e algumas receitas ainda pedem vinho Marsala!). É uma dose energética das boas, além de delicioso.

sábado, 28 de julho de 2007

Espirais de tapenade


Essa é uma ótima idéia para entradinhas e petiscos, até porque você pode congelar e só colocar no forno quando aquela visita inesperada chegar. Compra um pacotinho de massa folhada, abre até ficar bem fina a massa, e espalha uma boa camada de tapenade sobre a massa. Se quiser, polvilha um pouco de queijo parmesão ralado também - eu fiz isso, mas nem senti o gosto do parmesão, então talvez seja desnecessário.

Daí você enrola a massa como se fosse um rocambole, envolve o rolo em papel filme e leva ao congelador até endurecer. Perto da hora de servir, corte fatias do "rocambole" e arranje numa assadeira untada (dependendo do tempo que ficou no congelador, talvez você precise esperar um pouco antes de cortar as fatias). Leve ao forno até a massa crescer um pouquinho e ficar dourada, de 10 a 20 minutos dependendo do seu forno. É prático e gostoso, e o aroma da tapenade quando sai do forno é qualquer coisa de especial.

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Chocolate makes me happy

Logo quando chegamos em Montreal, a primeira semana de adaptação foi muito difícil para mim. Não entendia o sotaque francês daqui, não tinha mais a minha casa e fiquei baixo-astral mesmo. Lá pelo quarto ou quinto dia, estávamos no supermercado e foi Luiz, meu marido, quem reparou: "esta é a primeira vez que vejo você sorrir desde que chegamos". Eu segurava uma barra de chocolate. É assim, gente. Chocolate coloca um sorriso no meu rosto, literalmente, até nas piores condições.

Como (quase) tudo que é gostoso engorda, eu tento comer do melhor chocolate possível, aquele mais fino e com maior concentração de cacau, que tem menos gordura ruim e até faz bem para a saúde (são os flavonóides, os mesmos antioxidantes que fazem o vinho tinto também ser bom para a saúde). Mas acho que agora exagerei.

Lindt com concentração de 85% de cacau, não tem nem um traço de doçura. Não tem nem gosto de chocolate. E olha que tinha um 90%, mas esse deve ser hard-core mesmo...

quarta-feira, 25 de julho de 2007

O bolo prometido

Num post antigo, eu prometi fotos do bolo de chocolate do Juliette et Chocolat, porque da última vez que estive lá comi tudo antes de me lembrar de tirar a foto. Pois bem, não é que abriu uma nova filial da casa de doces, muito maior e mais charmosa que a original, aqui pertinho de casa? É tentação demais, não é mesmo? Enquanto me seguro para não passar lá diariamente, fui dar uma conferida no chocolat fondant, simplesmente divino.

(O braço do maridão sempre de coadjuvante na foto)

O bolinho ainda vem acompanhado de uma bola de sorvete de avelã, o que o transforma numa espécie de versão do "meu" suflê de nutella com sorvete que, modéstia à parte, não fica devendo nada a este daí. Até a Rainha Faby já testou e aprovou a receita, ó que chique!

Agora, cá pra nós, mesmo sabendo reproduzir a receita, ir comer num lugarzinho tão charmoso como este também tem o seu lugar. No espelho tem um ditado que me faz sentir menos "maluca" no meu vício por chocolate - pelo menos sei que existem outros por aí que me entendem...


A frase diz mais ou menos assim: Ame profundamente o chocolate, sem complexo nem falsa vergonha, pois é importante lembrar-se: não existe nenhum homem sensato sem um grão de loucura. Lindo, né?

Salada de frango

Falando em almoço prático, essa salada de frango é o que como pelo menos três dias na semana (sem falar nas suas infinitas variações e usos).


Os ingredientes são (serve 4-6 pessoas, ou uma pessoa durante uma semana inteira):

- Um frango assado inteiro desfiado. Uso aquele frango pronto de supermercado (a famosa televisão de cachorro), o que facilita ainda mais a minha vida.
- Um pimentão vermelho assado e cortado em pedacinhos (neste da foto usei o laranja, mais prefiro o vermelho porque já tem a cor laranja da cenoura)
- Uma cenoura grande ralada, ou duas pequenas
- Meia cebola roxa em fatias bem finas
- Um punhado de salsinha picadinha
- Sal e pimenta do reino a gosto

Estes são os ingredientes básicos. Eu já fiz usando aipo e ficou bom, usando milho verde e ficou bom, usando palmito (acrescentado por último para não despedaçar) e ficou bom. Dá pra ver que é uma receita bem versátil, use o que gostar mais e na quantidade que quiser.

Para comer como salada, sirva com folhas de alface romaine (não sei o nome em português, mas acho que pode ser substituída por alface americana, ou qualquer alface mais crocantezinha), croutons e uma vinagrete básica (2x azeite de oliva, 1x vinagre de vinho tinto, sal, pimenta, tantinho de mel, tantinho de mostarda Dijon).

Mas o frango temperado, sem a alface, pode ser usado para uma infinidade de coisas além da salada: eu uso em sanduíches, coloco na tortilha com queijo e faço quesadilha, coloco no taco e faço tacos de frango, até num molho de macarrão cai bem. Agora diz, essa receita é coringa ou não é?

terça-feira, 24 de julho de 2007

Tomatinho do pé

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Sanduíche de salmão defumado

Quando minha mãe esteve aqui, em agosto do ano passado, comemos um sanduíche muito gostoso no bistrô da livraria Olivieri. Imediatamente bateu aquela idéia de que era um sanduba facilmente reproduzível em casa a preço bem mais honesto e porção mais generosa. Hoje em dia ele é um dos meus almoços preferidos, gostoso, fácil, leve e o melhor para dias de calor ou preguiça: não envolve nenhum cozimento.


Eu pego duas fatias de pão de forma integral e torro no torrador. Passo uma generosa camada de cream cheese no pão, cubro com fatias de salmão defumado, duas rodelas de tomate e um punhado de alcaparras. Dica: espremer umas gotas de limão no salmão defumado para cortar aquele cheiro e gosto de peixe.

Sirva aberto com uma saladinha de folhas verdes e vinagrete de vinagre balsâmico (eu uso duas partes de azeite de oliva para uma parte de vinagre, sal, pimenta moída na hora, um fiozinho de mel, uma colherzinha de mostarda Dijon, e mais um pouquinho do suco de limão).

Yes, nós também temos picanha


Uma cortesia do mercadinho português Alim Pôt, que vende os cortes de carne que nós (re)conhecemos mais.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Guacamole

Sempre que vejo guacamole me lembro de uma história tragicômica que ocorreu ainda em Salvador, já faz alguns anos. Estávamos num restaurante mexicano no qual íamos sempre, com uns amigos, e doidos para comer quesadilhas. Até então não tínhamos tido nenhum motivo para reclamar do serviço daquele restaurante, mas naquela noite algo resolveu surtar. Primeiro, minha quesadilha chegou sozinha. Depois de alguns minutos, perguntamos ao garçom onde estavam as demais quesadilhas dos nossos amigos. Todos os pratos da mesa deveriam chegar mais ou menos na mesma hora, não é básico isso? O garçom, já nervoso, nos garantiu que estavam chegando. E assim foi - a gente perguntando, o garçom sem graça dizendo que já vinha, por mais de uma hora e meia (isso mesmo!).

Depois de todo este tempo chegam as quesadilhas de camarão (havíamos pedido frango, mas a essa altura quem ia reclamar?), com uma saladinha verde no canto onde DEVERIA estar a guacamole. Que estranho... perguntamos onde estava a guacamole, o garçom disse que era aquilo ali, chamamos a gerente, e a mulher nos berrou, quase em prantos, que não tinha mais guacamole pois os abacates vinham especialmente de Feira de Sanatana e não estavam maduros! Quanta decepção numa só noite, que terminou em briga feia pois a dona não exercitou o mandamento número um de qualquer comércio (i.e. o cliente sempre tem razão), e queria nos fazer pagar por um prato que chegou com horas de atraso, errado e com uma FALSA GUACAMOLE escamoteada em folhas de coentro.

Pois bem, este episódio já virou lenda (e até música, mas agora não consigo lembrar) e, hoje em dia, quando eu penso em como é fácil fazer uma guacamole não consigo esconder a risada. Toda vez que faço lembro-me deste evento, e aí vem aquela sensação de vingança e auto-suficiência, bem ao estilo Scarlet O'Hara dizendo "jamais ficarei sem guacamole novamenteeeeee!!"

Para fazer uma guacamole básica para dois no conforto do seu lar você precisa de:

- suco de um limão
- um abacate grande maduro (não precisa ser de Feira de Santana)
- meio tomate sem pele cortado em pedacinhos
- meia cebola cortada também em pedacinhos
- sal e pimenta a gosto
- chili em pó (opcional, se você não for mexicano)
- uma pitada de cominho
- folhas de coentro

Corte o tomate e a cebola em pedacinhos e reserve. Extraia o suco do limão e coloque no fundo de um bowl. Corte o abacate ao meio, tire a semente e extraia a carne com uma colher. Coloque a carne do abacate no bowl com o suco do limão, esmague com a parte de trás de um garfo até ficar macio. Junte os tomates e a cebola, tempere com sal, pimenta, cominho e por fim as folhas de coentro.

É bastante fácil, e variações costumam ser relativamente bem-sucedidas (experimente colocar alho, se você gosta). Tem só duas coisitas que precisam ser seguidas religiosamente:

1 - Nossa amiga do restaurante mexicano pode ser uma péssima comerciante, mas numa coisa ela tinha razão: não se faz guacamole com abacate verde. Tem que estar maduro, e para isso basta deixar o abacate fora da geladeira até ele ficar macio ao toque. Isso deve demorar apenas um dia ou dois, dependendo do grau de "madurez" do abacate que você comprou. Mas é sempre preverível comprar o abacate verde e deixar amadurecer em casa do que comprar o abacate mole do mercado, pois este provavelmente vai estar passado e preto por dentro. A não ser que você esteja precisando de uma guacamole com urgência...

2 - O limão é fundamental pois evita que o abacate, uma vez aberto, fique escuro. Abacates são seres sensíveis, e sem o suco do limão eles vão escurecer antes mesmo que você termine de cortar os tomates. Se for guardar a guacamole pronta na geladeira, use mais limão e despeje também um pouquinho por cima de tudo, para conservar a cor.

domingo, 15 de julho de 2007

Talai Thai

Em dias de preguiça, ou quando bate aquela vontade de variar o cardápio, nosso destino preferido é um restaurante tailandês pertinho aqui de casa. O ambiente é bem simples, a comida maravilhosa, limpa e leve (o que, infelizmente, não é uma constante nos restaurantes orientais), o preço justo, o serviço cordial (a dona até já nos conhece). De quebra, ainda ouvimos umas pérolas do cancioneiro pop tailandês no som.


Pra começar, o melhor rolinho primavera de todos os tempos. Vegetariano, servido com um oleozinho aromatizado de amendoim que é um escândalo.


Os pratos vêm acompanhados por uma incrível salada de manga, pimentão, cebola roxa, folhas de menta e amendoins. Deu pra perceber que a cozinha tai a-do-ra um amendoim, né? E ainda tem mais...


Eu sempre oscilo entre dois pratos: frango com molho agridoce (tão levinho e aromatizado que faz aquela gororoba do chinês passar vergonha) e uma "quase-moqueca" de frango (essa aí da foto). Chamo de quase-moqueca porque o molho leva leite de côco, mas na realidade o gosto é bem diferente, claro. Esse aí leva ainda curry, folhas de manjericão e, claro, amendoim. Uma delícia.

O grande lance da cozinha tailandesa, como da cozinha oriental de um modo geral, é o contraste de sabores. Todo prato tem que ter um elemento salgado, um doce, um picante e um amargo, e dá para sentir todos esses sabores em perfeita harmonia num prato como este. O Talai Thai ainda tem um plus para mim que é a apresentação e a qualidade dos pratos. O prato não vem abarrotado de comida, o corte da carne é a melhor possível, os ingredientes são frescos e tudo vem arrumadinho na medida certa. Já frequentamos este lugar por tempo suficiente para perceber que eles tem um controle de qualidade impecável, e isso é gostoso de saber.

sábado, 14 de julho de 2007

Mediterranean chick peas

Desde que vi esta receita num dos meus blogs de comida favoritos, fiquei tentada a experimentar. Aproveitei o sábado para servir como acompanhamento para um filé de porco e uma boa garrafa de vinho Chianti. Ficou excelente, mas acho que com o açafrão em fios ficaria ainda melhor. Enjoy!


Grão de bico estilo mediterrâneo

Ingredientes (serve 4-6 pessoas)

- 2 latas de grão de bico
- 1/4 copo de azeite de oliva
- 1 cebola cortada em pedacinhos ou ralada
- 1 lata de tomates pelados, escorridos e cortados
- 3 dentes de alho, cortados
- 1/3 copo de amêndoas fatiadas e tostadas
- 1 copo de caldo de galinha
- pitada de açúcar
- 1 punhado de salsinha cortada
- fios de açafrão (eu usei em pó diluído em água)
- sal e pimenta a gosto
- meio limão

Escorra o grão de bico. Se os grãos não estiverem bem macios, ferva-os em água com sal até ficarem bem macios (o teste é amassar um grão com o garfo). Reserve. Numa frigideira grande, coloque o óleo e a cebola e deixe dourar. Acrescente os tomates, o punhado de açúcar e deixe-os derreter até virar uma pasta grossa (uns 10 a 15 minutos em fogo médio). Tire a frigideira do fogo. Num processador ou pilão, combine o açafrão, alho, amêndoas e salsinha até virar uma pasta grossa. Se usar o açafrão em fios, acrescente um pouco de água. Junte a pasta à mistura de cebolas e tomates, acrescente o grão de bico e o caldo de frango, volte ao fogo até o líquido evaporar e o molho ficar bem grosso, mais uns 10 minutos. Acerte o sal, pimenta, e use o limão para temperar e decorar o prato.

Controle das porções


O site do Food Network Canada está com uma matéria muito interessante mostrando maneiras fáceis de visualizar o que são as porções recomendadas do que você deve comer. Uma porção recomendada de frango (já cozido), por exemplo, equivale ao tamanho de um baralho. Já uma porção de massa (também cozida) corresponde ao tamanho de uma bola de tênis. Os dadinhos aí de cima equivalem a uma porção de queijo, e por aí vai. Visualizando os tamanhos das porções fica mais fácil de controlar o que se come sem cometer exageros. Eles, como eu, acreditam que não é saudável se privar do que se gosta. Tudo em moderação, inclusive moderação, certo?

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Ben & Jerry's


Bendita seja a Ben & Jerry's, famosa produtora americana de sorvetes, que lançou este sabor Chocolate Fudge Brownie em versão low fat, com direito a pedacinhos de brownie no meio do sorvete. Muito gostoso, e apenas 190 calorias por porção de 1/2 cup. Eu não sei como eles fazem para conservar o sabor e limar as calorias, mas olhando nos ingredientes não achei nenhum componente químico de nome impronunciável. Deve ser mágica mesmo!

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Panzanella


Pois então, voltando ao assunto do pimentão assado, usei o da foto para fazer uma deliciosa panzanella. Trata-se de uma salada italiana à base de pão, tomates e manjericão, tão farta que acho que não serve bem como acompanhamento. É uma refeição inteira na tigela.

Começando pela vinagrete, você mistura num bowl bem fundo:
- duas partes de azeite para uma parte de vinagre
(usei vinagre de vinho tinto)
- um dente de alho cortado em pedacinhos
- sal e pimenta a gosto
- um punhadinho de alcaparras

Daí é só jogar no molho os ingredientes:
- dois tomates maduros
- um pimentão vermelho assado
- meia baguete cortada em pedaços
- meia cebola roxa em pétalas
- folhas de manjericão picadinhas

É importante que os ingredientes estejam cortados em pedaços do mesmo tamanho, para faciliar a mistura. A receita diz que quanto mais velho for o pão melhor, porque ele mais seco absorve melhor a vinagrete e não empapa. Mas como eu só tinha pão fresco, torrei um pouco na churrasqueira e deixei esfriar antes de cortar em pedacinhos. Também fica melhor se feita com antecedência e deixada na geladeira por algumas horas, para a vinagrete incorporar bem.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Memória culinária


Quando eu leio sobre lembranças culinárias de outras pessoas, não consigo evitar aquela pontinha de ciúmes e de pensar que, no meu caso, gostar de cozinhar não foi um destes hábitos passados desde a infância, mas sim adquirido com muito trabalho. Minha mãe querida me ensinou muitas coisas nessa vida, mas cozinhar não foi uma delas (e não a culpo por isso, longe de mim). O mais próximo que eu tenho da lembrança de um gosto específico da minha infância, ou de uma experiência partilhada com membros familiares, é a imagem do meu avô comendo pão com queijo prato Regina (nenhum outro). Se eu puxar bem aqui pela memória consigo lembrar das amoras que eu comia direto do pé no fundo do quintal, e que manchavam minhas mãos daquele vermelho-rubi.

Não tenho aquelas lembranças de criança enrolada nas pernas da mãe ou avó enquanto esta batia um bolinho. Não tenho receitas passadas de geração a geração. Parte disso é porque minha família nunca se ligou muito nessas coisas, mas outra grande parte é minha culpa mesmo, claro, porque bem que eles tentavam, mas até pouco tempo atrás eu era a pessoa mais chata do mundo para comer. Confesso. Já fui conhecida como a menina que foi na casa da amiguinha e comeu meia (meia!) laranja, nada mais. Ainda hoje luto para superar certos preconceitos e provar coisas que, há uns dois anos, seriam impensáveis (outros preconceitos eu mantenho mesmo porque eu não sou santa).

Então, me desculpem, mas nada disso de cozinhar vem naturalmente para mim. É, sim, fruto de vontade de aprender, de interesse por adquirir hábitos e alimentos mais saudáveis, mas não deixa de ser um hábito forçado, quando para outras pessoas parece ser tão espontâneo. Ainda não tenho aquela intimidade com a comida que para outros parece vir fácil. Enfim, o importante é que um belo dia eu mudei, como todo mundo muda um dia. Foi, mesmo, de um dia para o outro, mas foi também uma combinação de fatores: a necessidade, morando fora do país e sem a possibilidade de comer na rua todos os dias, o fato de agora eu trabalhar em casa e precisar desgrudar do computador para desencanar de vez em quando, a facilidade de acesso a ingredientes frescos do mundo inteiro, a preocupação em manter o peso e a saúde que só vêm com a idade adulta.

Resumindo: morar em Montreal foi o “click” que eu precisava para despertar a deusa doméstica que morava em mim (risos). Mas que bom que isso é possível, que bom que as pessoas mudam e se desenvolvem com suas experiências de vida. Caso contrário, este mundo seria muito chato. Cozinhar para mim pode não ter muita ligação com o passado, mas tem com o presente e certamente terá com o futuro.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Roasted bell peppers

Adoro pimentões. Verde, vermelho, amarelo e laranja, eles enchem qualquer geladeira (e prato, por consequência) de cor e nutrientes. Já li em algum lugar que o melhor para a saúde é o vermelho, que é também o mais saboroso. Aqui até chamam-no de sweet pepper, de tão doce que chega a ser seu sabor. Mas sempre há aqueles que acham o gosto do pimentão cru um tanto forte, e para isso a solução é assá-los. A doçura intensifica-se, a textura suaviza-se, mas a cor vibrante mantém-se. E fazer seu próprio pimentão assado é tão fácil quanto metê-lo na brasa - pois é exatamente isso que se faz.

Agora que eu tenho uma churrasqueira - deixa eu me gabar só um tantinho -, posso fazê-los do jeito melhor, mas quem não têm uma pode fazer no forno ou até mesmo na chama do fogão (se o seu fogão for a gás). O passo-a-passo é o seguinte:


Corte o pimentão ao meio, tire as sementes e aquela parte branca de dentro, e coloque na brasa com a parte da pele para baixo. Se for no forno, parte da pele para cima. Deixe no fogo alto mesmo até a pele ficar beeem queimada, uns 15 a 20 minutos no mínimo - não se preocupe, a parte queimada sairá como passe de mágica.


Tire o pimentão do fogo e coloque numa vasilha, tampando-a bem tampada com papel filme. O calor do pimentão criará um vapor dentro da vasilha e a pele sairá facilmente depois de alguns minutos.


Et voilá! Quando o pimentão estiver frio o suficiente para manusear, a pele deverá sair fácil fácil. A carne macia e vermelhinha do pimentão pode ser fatiada em pedaços ou cubinhos se for ser usada imediatamente, ou ele pode ser guardado inteiro num frasco na geladeira por mais ou menos uma semana. Os usos são infinitos - eu coloco em pizza, no macarrão, no cuscuz, em sanduíches, na salada de frango ou até puro mesmo, temperado com azeite de oliva e vinagre balsâmico. Esse aí foi destinado para uma panzanella, mas isso já é assunto para outro post.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Olha só o que eu achei hoje

Iogurte de leite de cabra. Tem o mesmo gostinho do queijo de cabra, um tom quase puxando para o azedo, mas ao mesmo tempo docinho e delicioso. Um achado!

sábado, 7 de julho de 2007

O destino do brócolis

Primeiro...

Cozinhando no vapor do steamer de bambu

Depois...

Com uma generosa porção de alho torradinho

Ratatouille

Fui assistir a Ratatouille, nova animação da Pixar, esperando me divertir com as referências ao mundo da gastronomia. Já que todo esse universo ainda é muito novo para mim, imaginei que iria dar boas risadas com as típicas piadinhas envolvendo comida. Mas saí do cinema com muito mais do que risadas. O filme não só é belo e divertido como também absolutamente inspirado e emocionante.

As referências gastronômicas estão todas lá – os chefs excêntricos e os belíssimos restaurantes franceses, os ingredientes finos, o critico severo. É impossível não rir com o protagonista Remy tentando explicar para seus parentes "comuns" o que acontece com seu paladar quando ele prova uma combinação inusitada de ingredientes, ou quando ele testa uma nova receita – até porque os protagonistas são ratos.

O filme é tão bem feito que até a combinação deplorável de ratos e comida dá certo. Remy é uma gracinha, e sua paixão por boa comida é tão empolgante que esquecemos que ele não é humano. O filme toca em pontos cruciais do mundinho gastronômico, com direito a detalhes que só os gourmets entenderão, mas ao mesmo tempo sem deixar de ter aquela mensagem universal da busca por um sonho.

Mas, para mim, o personagem do critico é o melhor. Não vou contar detalhes da história, mas basta dizer que a transformação que ele sofre ao longo do filme é genial. A cena na qual ele prova o ratatouille feito por Remy, que o leva direto à lembrança de sua infância, me arrancou lágrimas. Sem falar na critica que ele escreve depois, uma das reflexões sobre o trabalho do critico mais belas e sensíveis que já vi – e olha que também sou uma critica profissional e já li muito sobre o assunto.

Abaixo segue uma reprodução do texto:

In many ways, the work of a critic is easy. We risk very little yet enjoy a position over those who offer up their work and their selves to our judgment. We thrive on negative criticism, which is fun to write and to read. But the bitter truth we critics must face is that, in the grand scheme of things, the average piece of junk is more meaningful than our criticism designating it so. But there are times when a critic truly risks something, and that is in the discovery and defense of the new.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Cozinha nova


Quando olhamos o apartamento, logo me encantei pela cozinha - rústica, mas bem espaçosa, cheia de armários e bancadas, e ainda por cima colorida. Isso sem falar na varandinha que comporta uma churrasqueira...

Foram longos meses de espera até chegar a data da mudança, e agora que estamos nos instalando pouco a pouco, mal posso esperar para saber o que vai sair dessa nova cozinha. Mas primeiro deixa eu recarregar as energias depois da mudança...

domingo, 1 de julho de 2007

Churrasco à canadense

Nós brasileiros temos fama de que gostamos de um churrasquinho, mas a verdade é que os norte-americanos também são obcecados por um bom barbecue. Basta o verão dar as caras que todo mundo coloca sua churrasqueirazinha (a gás ou a carvão) na varanda e manda brasa nos steaks e hambúrgueres. Claro, as diferenças culturais se mostram no corte da carne, nos temperos, nos acompanhamentos, nas bebidas, mas a essência continua a mesma.

Em breve, muito breve, nós teremos nosso próprio "cantinho do churrasco" (em humilde reverência ao meu sogro que é um verdadeiro rei do churraso), mas enquanto esse dia não chega fomos convidados para experimentar um barbecue no melhor estilo canadense na casa de nossos amigos americanos. Excelente companhia, comida saborosa, cerveja gelada, nós nem ligamos para o fato de que o sol tinha resolvido não comparecer naquele dia.


- Kebabs de vegetais: tomates, cebola e cogulemos
- Nossos steaks ganharam pedacinhos de gorgonzola (nham!)
- Tudo assando no grill


A noite terminou, como sempre, com uma animada partida de mahjong (popular jogo chinês). Ainda bem que agora sei ler os números nas pecinhas...