sábado, 7 de julho de 2007

Ratatouille

Fui assistir a Ratatouille, nova animação da Pixar, esperando me divertir com as referências ao mundo da gastronomia. Já que todo esse universo ainda é muito novo para mim, imaginei que iria dar boas risadas com as típicas piadinhas envolvendo comida. Mas saí do cinema com muito mais do que risadas. O filme não só é belo e divertido como também absolutamente inspirado e emocionante.

As referências gastronômicas estão todas lá – os chefs excêntricos e os belíssimos restaurantes franceses, os ingredientes finos, o critico severo. É impossível não rir com o protagonista Remy tentando explicar para seus parentes "comuns" o que acontece com seu paladar quando ele prova uma combinação inusitada de ingredientes, ou quando ele testa uma nova receita – até porque os protagonistas são ratos.

O filme é tão bem feito que até a combinação deplorável de ratos e comida dá certo. Remy é uma gracinha, e sua paixão por boa comida é tão empolgante que esquecemos que ele não é humano. O filme toca em pontos cruciais do mundinho gastronômico, com direito a detalhes que só os gourmets entenderão, mas ao mesmo tempo sem deixar de ter aquela mensagem universal da busca por um sonho.

Mas, para mim, o personagem do critico é o melhor. Não vou contar detalhes da história, mas basta dizer que a transformação que ele sofre ao longo do filme é genial. A cena na qual ele prova o ratatouille feito por Remy, que o leva direto à lembrança de sua infância, me arrancou lágrimas. Sem falar na critica que ele escreve depois, uma das reflexões sobre o trabalho do critico mais belas e sensíveis que já vi – e olha que também sou uma critica profissional e já li muito sobre o assunto.

Abaixo segue uma reprodução do texto:

In many ways, the work of a critic is easy. We risk very little yet enjoy a position over those who offer up their work and their selves to our judgment. We thrive on negative criticism, which is fun to write and to read. But the bitter truth we critics must face is that, in the grand scheme of things, the average piece of junk is more meaningful than our criticism designating it so. But there are times when a critic truly risks something, and that is in the discovery and defense of the new.

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