sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Fondue na abóbora
Abóboras, abóboras, abóboras... o que fazer com tantas abóboras? Eu já tinha feito de tudo, sopa, purê, gratinado e suflê e as benditas continuam vindo, por todos os lados, de todas as cores, formatos e tamanhos. O destino da última abóbora da última cesta orgânica do ano (sim, já terminou a estação aqui no bloco de gelo) estava em aberto, mas eu sabia que teria que ser alguma coisa especial. Estava quase balançando para um repeteco do risotto de abóbora com açafrão, mas a edição de novembro da revista Gourmet trouxe a luz: fondue de queijo na abóbora.
Como eu havia feito com o risotto, este prato usa a abóbora como ingrediente e recipiente ao mesmo tempo, só que neste caso faz-se o fondue dentro da abóbora que vai ao forno para assar. Depois de pronta, come-se o queijo derretido com pão e - o toque de mestre - colheradas da carne da abóbora macia. Agora me diz: tem idéia mais genial, chique, deliciosa e outonal do que esta? Você tanto pode fazer numa abóbora grande e servir uma festa inteira quanto em abóboras pequenas individuais. Eu fiz uma abóbora média para duas pessoas e comemos até dizer chega.
Fondue de queijo na abóbora
(Receita levemente adaptada da revista Gourmet de Novembro/2008)
- Uma abóbora laranja média
- Meia xícara de queijo emmenthal
- Meia xícara de queijo gruyère
- Meia xícara de creme de leite
- Meia xícara de caldo de galinha
- Sal, pimenta e noz moscada à gosto
- Pão
Primeiro, abra a tampa da abóbora e retire os caroços e as fibras de dentro. Rale os queijos e misture-os. Em outra vasilha, misture o creme de leite ao caldo de galinha e tempere com sal, pimenta e noz moscada. Forre o fundo da abóbora com pedacinhos de pão, coloque um pouco dos queijos e derrame a mistura de caldo e creme de leite por cima; repita a operação até chegar ao topo da abóbora.
Coloque a tampa da abóbora de volta (eu cobri com papel alumínio para não queimar), coloque a abóbora numa assadeira e asse em fogo médio-alto por uma hora e meia, ou até a carne da abóbora ficar macia e o queijo derretido. Cheque de vez em quando o queijo: se ele estiver muito grosso coloque mais caldo ou creme de leite, pois o ideal é que fique só um pouco mais grosso do que fondue tradicional.
Para servir, você pode tanto mergulhar o pão na abóbora, como um fondue tradicional, ou tirar colheradas do queijo e da carne da abóbora e colocar no prato. Hum, depois desta receita eu acho que vou precisar de mais abóboras...
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Cava
Eu descobri e virei fã deste vinho espumante espanhol há pouco tempo. O Cava se parece muito com o vinho verde português, que eu também adoro, só que tem espumas e é um pouco mais forte. Mais doce, mais barato e menos famoso do que o champagne francês, o melhor dele é que você não precisa de uma ocasião especial para abrir uma garrafa ;-)
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Calzone e a primeira neve do ano
Aqui no Grande Norte todo ano tem um dia que amedronta todo mundo. E não estou falando do Halloween. É aquele malfadado dia em que você acorda e vê, através das janelas embaçadas, uma camada branca por cima das árvores e da grama. Você espreme os olhos, torcendo para aquilo ser apenas uma alucinação pós-sono, mas a nuvenzinha branca continua lá. E pior: tem mais caindo do céu.
Oh, não.
Já está nevando.
E ainda estamos em outubro.
A primeira neve do ano é um lembrete de que falta pouco, muito pouco, para começar novamente aquela lenga-lenga do inverno: é um tal de colocar mil e uma camadas de roupa, usar a mesma bota todos os dias, andar feito o bonequinho Michelin e ficar entocado em casa tomando sopa e jogando videogame. Só nos resta torcer para que tenha sido apenas uma neve precoce e ainda tenhamos uns últimos dias de outono antes da coisa ficar... er, branca.
Felizmente, este ano temos um mantra que entoamos toda vez que pensamos que o inverno se aproxima: "vamos para a Califórnia". E agora faltam apenas doze dias! É bem verdade que por lá também é outono, mas com temperaturas bem mais amenas. Ontem mesmo, enquanto os termômetros registravam zero graus aqui, em Los Angeles fazia 27 graus. É verdade também que iremos escapar apenas por alguns dias, e quando voltarmos o inverno estará no auge, mas depois de uma viagem com a qual venho sonhando há meses eu encaro qualquer tempestade de neve que vier no meu caminho sem reclamar. Muito.
Mas e o calzone? Eu fiquei divagando e esqueci do que mais interessa, o calzone. Pois bem, agora que a churrasqueira está em vias de se aposentar porque ninguém aguenta mais pisar na varanda e terei que dar adeus às pizzas grelhadas, maior hit do verão deste ano, tive que desencaixotar a boa e velha pedra de assar pizza no forno. Só que ao invés de assar a pizza como sempre decidi inovar e preparei calzones. Que nada mais são do que pizzas fechadas.
Segui as instruções de preparo do Jamie Oliver no livro Jamie at Home, mas preparei o meu próprio recheio usando o que tinha na geladeira. A massa é a mesma massa de pizza que faço sempre. Dividi uma massa média em duas e abri como se fosse fazer duas pizzas individuais. Depois coloquei o recheio sobre metade da massa e fechei a outra metade por cima, apertando bem as beiradinhas para não escapar nenhum recheio. Pincelei a massa com azeite de oliva e coloquei sobre a pedra pré-aquecida em forno alto, voltei ao forno por uns vinte minutos.
Para o recheio, eu fatiei e grelhei uma beringela pequena, misturei com pedaços de tomate fresco e molho de tomate pronto desta marca que eu adoro, coloquei mozarella e ricotta fresca por cima e temperei com sal, pimenta e orégano seco. No calzone do marido foram também pedaços de salame cortadinhos. Só tenho uma dica a dar: calzone tem que ter bastante recheio (principalmente queijo), pois lembre-se que o resultado final será duas partes de massa para uma de recheio. Eu fiquei com medo de colocar muito molho e terminar amolecendo a massa, mas depois me arrependi.
Oh, não.
Já está nevando.
E ainda estamos em outubro.
A primeira neve do ano é um lembrete de que falta pouco, muito pouco, para começar novamente aquela lenga-lenga do inverno: é um tal de colocar mil e uma camadas de roupa, usar a mesma bota todos os dias, andar feito o bonequinho Michelin e ficar entocado em casa tomando sopa e jogando videogame. Só nos resta torcer para que tenha sido apenas uma neve precoce e ainda tenhamos uns últimos dias de outono antes da coisa ficar... er, branca.
Felizmente, este ano temos um mantra que entoamos toda vez que pensamos que o inverno se aproxima: "vamos para a Califórnia". E agora faltam apenas doze dias! É bem verdade que por lá também é outono, mas com temperaturas bem mais amenas. Ontem mesmo, enquanto os termômetros registravam zero graus aqui, em Los Angeles fazia 27 graus. É verdade também que iremos escapar apenas por alguns dias, e quando voltarmos o inverno estará no auge, mas depois de uma viagem com a qual venho sonhando há meses eu encaro qualquer tempestade de neve que vier no meu caminho sem reclamar. Muito.
Mas e o calzone? Eu fiquei divagando e esqueci do que mais interessa, o calzone. Pois bem, agora que a churrasqueira está em vias de se aposentar porque ninguém aguenta mais pisar na varanda e terei que dar adeus às pizzas grelhadas, maior hit do verão deste ano, tive que desencaixotar a boa e velha pedra de assar pizza no forno. Só que ao invés de assar a pizza como sempre decidi inovar e preparei calzones. Que nada mais são do que pizzas fechadas.
Segui as instruções de preparo do Jamie Oliver no livro Jamie at Home, mas preparei o meu próprio recheio usando o que tinha na geladeira. A massa é a mesma massa de pizza que faço sempre. Dividi uma massa média em duas e abri como se fosse fazer duas pizzas individuais. Depois coloquei o recheio sobre metade da massa e fechei a outra metade por cima, apertando bem as beiradinhas para não escapar nenhum recheio. Pincelei a massa com azeite de oliva e coloquei sobre a pedra pré-aquecida em forno alto, voltei ao forno por uns vinte minutos.
Para o recheio, eu fatiei e grelhei uma beringela pequena, misturei com pedaços de tomate fresco e molho de tomate pronto desta marca que eu adoro, coloquei mozarella e ricotta fresca por cima e temperei com sal, pimenta e orégano seco. No calzone do marido foram também pedaços de salame cortadinhos. Só tenho uma dica a dar: calzone tem que ter bastante recheio (principalmente queijo), pois lembre-se que o resultado final será duas partes de massa para uma de recheio. Eu fiquei com medo de colocar muito molho e terminar amolecendo a massa, mas depois me arrependi.
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Frango recheado com brie e brocoli rabe
Mais uma receitinha de frango roubada descaradamente da Fer e que foi parar imediatamente na categoria dos "fazer sempre". Peguei dois peitos de frango caipira, cortei ao meio fazendo quatro filés e bati com o rolo até eles ficarem bem fininhos, depois coloquei sobre os filés algumas fatias de queijo brie e ramos de brocoli rabe, também conhecido como rapini (já falei dele aqui) rapidamente pré-cozidos no vapor.
Enrolei os franguetes, prendi com palitos de dente, temperei com sal e pimenta e levei à frigideira com um fio de azeite e uma colher de manteiga. Quando estavam douradinhos transferi a frigideira para o forno pré-aquecido só para o frango terminar de cozinhar e o queijo derreter, uns 15 minutos. Servi com arroz de açafrão. Olha, tenho que dizer que esse rango brejeiro, como diz a Fer, é sensacional: o queijo derrete e deixa o frango super úmido e perfumado, e o brocoli rabe, que pode também ser espinafre, complementa com sua cor e sabor. Nota 10!
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Gratinado de swiss chard e batata, ou o que fazer quando muito se transforma em pouco
Graças à cesta orgânica eu comi muita swiss chard(*) este ano, de várias maneiras diferentes. Confesso que já estava sem idéias de como aproveitar a última leva, quando pensei em fazer um gratinado para acompanhar o porco assado do jantar de sexta-feira. Fiquei meio pensativa com a idéia de fazer um gratinado só de folhas verdes, mas, afinal de contas, o que não fica bom coberto com béchamel e gratinado com queijo, não é mesmo?
Catei algumas receitas e elaborei a minha própria, usando um béchamel feito com metade de caldo de galinha e metade creme de leite. O problema aconteceu quando estava pré-cozinhando as folhas e talos da swiss chard, e o montão que eu tinha cortado e preparado se transformou em pouco menos de uma xícara. Aquilo obviamente não renderia um gratinado para quatro pessoas!
Desespero, desespero, muitos xingamentos contra a minha própria burrice que não previu o fator "encolhimento", até que o marido veio com a brilhante idéia: porque você não coloca umas batatas nesse gratinado? As batatas estavam programadas para irem ao forno com o porco, mas sim, porque não, até que não é má idéia. O béchamel estava pronto mesmo, era só uma questão de fatiar as batatas bem fininhas e misturar tudo.
Foi assim que surgiu o gratinado de swiss chard e batatas, deliciosa criatura híbrida entre um gratin dauphinois e o gratinado que eu originalmente pretendia fazer. As folhas e talos da swiss chard deram um complemento de cor e sabor às batatas, que com este béchamel savoury definitivamente ganharam um novo status.
Gratinado de swiss chard e batatas
Para a swiss chard:
- Um maço médio de swiss chard de qualquer cor (as minhas eram vermelhas e brancas)
- Meia cebola e um dente de alho
Com uma faca, separe os talos das folhas da swiss chard e pique tudo em pedacinhos pequenos. Não se esqueça que os talos da swiss chard são comestíveis e deliciosos.
Leve ao fogo a cebola e o alho picados e refogue bem até ficarem translúcidos, adicione os talos da swiss chard picados e refogue mais um pouco, uns 5-6 minutos. Por fim, acrescente as folhas, tempere com sal e pimenta e refogue até que as folhas estejam murchas. Reserve.
Para o molho béchamel:
- Duas colheres de sopa de manteiga sem sal
- Duas colheres de sopa de farinha de trigo
- Duas xícaras de caldo de galinha
- Uma xícara de creme de leite
- Sal, pimenta e noz moscada à gosto
Numa panela pequena, ferva o caldo de galinha até que ele reduza pela metade e fique bem concentrado. Acrescente o creme de leite e desligue o fogo. Numa outra panela derreta a manteiga e coloque a farinha, fazendo um roux. A partir daí é como um béchamel tradicional: acrescente a mistura de creme de leite e caldo de frango, mexendo bem até engrossar. Tempere com bastante sal, pimenta e noz moscada e reserve.
Para o gratinado:
- Duas colheres de sopa de manteiga derretida
- Meia xícara de farinha de rosca
- Meia xícara de parmesão ralado
Misture todos os ingredientes e reserve.
Para as batatas:
- Duas batatas médias com casca e tudo
Fatie as batatas o mais fino que conseguir (de preferência com um mandolin) e reserve.
Montagem do prato:
Unte uma forma redonda de vidro ou cerâmica com manteiga e espalhe uma camada do béchamel no fundo. Cubra com uma camada das batatas, se quiser tempere com sal e pimenta, coloque a swiss chard por cima, espalhe um pouco mais de molho e feche com o restante das batatas. Espalhe o restante do molho por cima das batatas e cubra com a mistura de farinha de rosca e parmesão. Leve ao forno por uns 40-45 minutos, até as batatas cozinharem e o gratinado ficar dourado.
(*)Em tempo: existe uma falta de consenso sobre a tradução correta da swiss chard para o português. Enquanto todos os dicionários e tradutores apontam acelga como a tradução, algumas leitoras me chamaram a atenção para o fato de que não se trata exatamente da mesma coisa. De fato, no Google Images as fotos de acelga se parecem mais com o bok choy. Desta maneira, vou continuar chamando pelo nome em inglês até descobrir qual é o equivalente, se é que ele existe, em português.
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Galette de maçãs
Para aqueles que gostariam de fazer uma torta de maçãs ao modo americano mas têm medo ou acham que dá muito trabalho, trago a solução em uma palavra: galette. Este é o nome de uma torta free-form, ou seja, sem fôrma, na qual apenas o centro do recheio é informalmente coberto com as beiradinhas da massa.
Fiz esta galette no final de semana e fiquei extremamente satisfeita com o resultado. Ao contrário das tortas estilo american pie, esta tem mais massa do que recheio, o que para mim é ótimo já que a massa amanteigada derrete na boca. Também é super fácil e rápida de fazer, e pode ser adaptada em qualquer estação com outras frutas como pêras, nectarinas, pêssegos e assim por diante.
A receita da massa foi adaptada do livro Chez Panisse Fruit, da diva Alice Waters, e rende o suficiente para duas galettes de tamanho médio. Você pode cortar a receita pela metade para fazer apenas uma galette (foi o que eu fiz) ou fazer inteira e congelar metade da massa se não for usar toda.
Você vai precisar de:
- 2 xícaras de farinha de trigo branca (usei orgânica)
- 1 colher de chá de açúcar
- 1 pitada de sal
- 12 colheres de sopa de manteiga sem sal, gelada e cortada em pedacinhos
- 7 colheres de sopa de água gelada, ou mais se necessário
O procedimento é o mesmo da pâte brisée: misture a farinha, o açúcar e o sal numa vasilha, e com as mãos ou a batedeira vá misturando os pedacinhos de manteiga até virar uma "areia", se ficarem pedaços maiores de manteiga não tem problema. Vá juntando a água aos poucos até dar o ponto da massa (se colocar água demais coloque mais farinha), faça uma bola grande e corte ao meio, enrole cada metade em papel plástico e deixe na geladeira por no mínimo meia hora.
O recheio eu improvisei com três maçãs médias descascadas e cortadas em meia lua, misturadas com umas quatro colheres de sopa de açúcar, uma colher de sopa de canela em pó e duas colheres de sopa de farinha. A farinha é importante porque é ela quem vai engrossar o líquido que sai das maçãs durante o cozimento, criando um caldinho delicioso. Há quem use maizena no lugar da farinha.
Na hora de assar, pré-aqueça o forno em temperatura média. Retire a massa da geladeira e abra com um rolo sobre uma superfície bem enfarinhada. Abra em círculo mas não se preocupe em fazer perfeito, lembre-se que essa é uma torta mais rústica. Tente trabalhar rápido porque essa massa leva bastante manteiga e pode derreter e grudar tudo.
Transfira a massa para uma assadeira forrada com papel manteiga. Espalhe o recheio no centro da massa, cuidando para deixar uma sobra de massa nas beiradas. Dobre esta sobra sobre as maçãs também de maneira bem descontraída, sem se preocupar com simetria, deixando o centro do recheio exposto. Derreta uma colher de sopa de manteiga e pincele sobre a massa e o recheio, polvilhe um pouco mais de açúcar por cima e leve ao forno por uns 40 minutos, até a massa ficar dourada e as maçãs macias.
É tempo suficiente para deixar sua casa com um aroma irresistível, daqueles que em desenho animado deixam rastro visível pelo qual os personagens inadvertidos são atraídos como num transe. Sirva bem quente acompanhada de creme chantilly ou sorvete. Eu servi com o já tradicional sorvete de doce de leite, só que dessa vez segui uma dica da Luna Lestrie e pinguei colheradas de doce de leite puro pelo buraco da sorveteira quando já estava quase pronto. Nem preciso dizer que ficou sensacional.
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Carbonara com alguma coisa verde
Couve de bruxelas é um vegetal estigmatizado. Em inúmeras propagandas ele figura como o legume que nenhuma criança quer comer, aquele que os meninos dão escondido para o cachorro e nem este quer saber. É aquele legume do qual os adultos têm as piores memórias de infância. Felizmente este não foi o meu caso. Não que eu fugisse à regra e gostasse de couve de bruxelas (como eu fui uma criança muito chata para comer, chances eram de que eu jamais me atreveria a provar uma), ela é que nunca tinha pintado lá em casa. Não deve ser um vegetal muito comum no Brasil, pois não me lembro de tê-lo visto nem nas casas de conhecidos ou em restaurantes.
Fast-forward alguns anos, me deparo com dois pés (literalmente) de couve de bruxelas na cesta orgânica. Olho para as minúsculas bolinhas de couve já com o olhar tingido de preconceito. Porque será que as pessoas te detestam tanto? Elas não têm resposta. Prefiro acreditar que na realidade, como acontece com muitos legumes, a má fama não tem razão de ser. Culpa mesmo é das pessoas que não sabem tratá-los como merecem, tendem a cozinhá-los demais e terminam extraindo todo o sabor dos legumes e transformando-os em algo sem graça, algo mesmo a ser evitado.
Não me odeie, não sou linda assim ainda no caule?
Mas então como é que cozinha a couve de bruxelas mesmo? Já tinha feito uma sopa antes, mas não valeu porque tudo o que eu fiz foi cozinhar as couvezinhas com brócolis e passar no blender. Desta vez eu queria algo mais próximo do sabor natural da couve. Lembrei de já ter visto uma receita na TV de couve de bruxelas com bacon, pensei se combina bem com bacon deve ficar bom num carbonara, e incorporei essa idéia à vontade do marido de comer macarrão.
Para mim pasta carbonara tem que ter alguma coisa verde. Já fiz com zucchini seguindo a receita de Jamie Oliver, ficou estupendo, quando não tem faço com ervilhas mesmo que fica bom demais. Posso estar me enganando, mas para mim um prato pesado como este tem que ter alguma coisa saudável para compensar (a teoria é minha e vou seguir com ela, ok?). Dessa vez, então, o "alguma coisa verde" foi a couve de bruxelas. E, como eu imaginava, ficou muito bom.
O que eu fiz foi separar as couvezinhas do caule, cortar ao meio e reservar. Enquanto o macarrão cozinhava, levei à panela o bacon cortadinho e quando este estava quase dourado, juntei as couves e deixei dourar bem. Para as minhas couves pequeninas foi tempo suficiente, mas para couves maiores aconselho dar uma pré-cozida na água ou no vapor antes.
Só assim já dá um prato de acompanhamento supimpa.
Enquanto isso, numa vasilha fiz o molho carbonara: duas gemas misturadas com meia xícara de creme de leite e meia xícara de parmesão ralado na hora (mais sal e pimenta à gosto). Quando tudo estava pronto, transferi o macarrão para a panela com a couve e o bacon, desliguei o fogo, joguei o molho por cima e misturei bem. Servi com mais parmesão e pimenta do reino por cima.
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Lentilhas vermelhas + macarrão = sopa
Numa panela, coloque para dourar uma cebola média e três dentes de alho picados. Junte duas cenouras médias cortadas em pedacinhos pequenos e deixe cozinhar alguns minutos. Coloque na panela uma xícara de lentilhas vermelhas e um litro de água ou caldo de legumes. Deixe cozinhar por vinte minutos.
Enquanto isso, numa outra panela coloque bastante água para ferver e cozinhe uma xícara de macarrão pequenininho até ficar al dente. Escorra e reserve. Bata a sopa no liquidificador ou mixer até ficar cremosa, junte o macarrão e tempere com sal e pimenta. Sirva com parmesão ralado na hora e pão tostado.
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
terça-feira, 14 de outubro de 2008
É tempo de abóboras
Não são apenas as árvores que apresentam tons de vermelho e laranja no outono - as abóboras também mostram suas belas cores. Basta dar uma olhada na feira para ver que estamos em plena estação de abóboras, e elas vêm em todas as cores, tamanhos e formatos.
As grandonas servem de decoração para o Halloween.
Essas engraçadinhas são só para enfeitar a mesa.
Mas nem só de decoração vivem as abóboras. A buttercup (primeira), butternut (do meio) e pumpkin (do fundo) são deliciosas assadas, em saladas mornas ou - meu preferido para esta época do ano - em sopas.
Ontem fiz uma sopa de abóbora com batata doce, outro ingrediente bem outonal. Peguei uma abóbora butternut pequena e uma batata doce média, descasquei e cortei tudo em pedaços, temperei com sal, pimenta e azeite e coloquei para assar com três dentes de alho inteiros no forno médio por uns 40 minutos. Depois retirei os alhos da casca e coloquei tudo na panela com 4 xícaras de caldo de galinha. Deixei cozinhar por mais 20 minutos, bati no processador e servi com pão quentinho. Ficou simples e delicioso.
As grandonas servem de decoração para o Halloween.
Essas engraçadinhas são só para enfeitar a mesa.
Mas nem só de decoração vivem as abóboras. A buttercup (primeira), butternut (do meio) e pumpkin (do fundo) são deliciosas assadas, em saladas mornas ou - meu preferido para esta época do ano - em sopas.
Ontem fiz uma sopa de abóbora com batata doce, outro ingrediente bem outonal. Peguei uma abóbora butternut pequena e uma batata doce média, descasquei e cortei tudo em pedaços, temperei com sal, pimenta e azeite e coloquei para assar com três dentes de alho inteiros no forno médio por uns 40 minutos. Depois retirei os alhos da casca e coloquei tudo na panela com 4 xícaras de caldo de galinha. Deixei cozinhar por mais 20 minutos, bati no processador e servi com pão quentinho. Ficou simples e delicioso.
domingo, 12 de outubro de 2008
Cores de outono
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Top 10 utensílios de cozinha sem os quais não vivo
Há algumas semanas a Simone me perguntou umas dicas de utensílios de cozinha para ela comprar aqui no Canadá. Achei a pergunta ótima e oportuna para a realização de um post, que ficou enrolando, enrolando até que finalmente decidiu sair. Confesso que foi difícil elaborar um Top 10 dos utensílios sem os quais não existo na cozinha... Para chegar a um número fechado tive que elaborar alguns critérios: eliminei os utensílios básicos, tipo panelas, pratos e talheres, e me concentrei somente naqueles que eu tenho e uso diariamente ou quase. Não estabeleci preço nem ordem de importância: tem de bugiganga até eletrodoméstico carésimo. Eis o meu Top 10:
1. Faca
Eu sei que disse que não ia falar dos utensílios mais básicos, mas acho que sempre é bom reiterar a importância de se ter uma boa faca na cozinha. Uma faca adequada para o serviço e bem afiada poupa tempo, stress e energia de quem cozinha, e para quem tem que cortar, picar e fatiar um montão de coisa isso é muito importante. Uma faca boa e pesada não precisa ser cara, e você também não precisa comprar um jogo inteiro: basta uma faca do chef para toda hora e uma faca pequena e delicada para descascar frutas e fazer pequenos cortes.
2. Mini processador
Eu sou fã do bom e velho pilão e socador, mas o mini processador também tem seu lugar na cozinha. Bom especialmente para triturar cebola e alho bem trituradinhos, fazer pequenos purês e marinados. Dá um certo trabalho para lavar, é verdade, mas compensa. Eu não tenho um processador grande, daqueles com lâminas que fatiam, ralam e trituram, então compenso com o mini-processador e o mandoline.
3. Mandoline
Indispensável para fatiar legumes bem fininhos e sempre do mesmo tamanho. Se a sua habilidade com a faca for profissional acho que dá para passar sem ele, mas para nós, simples mortais, essa bugiganga é um achado. Como muitos outros utensílios de cozinha, você encontra mandolines de todos os tamanhos e preços: desde os de inox com lâminas reguláveis até os de plástico baratinho (e que funcionam muito bem, obrigado).
4. Mini mixer
Este foi um achado mesmo: achei por menos de cinco dólares escondido numa barraquinha de livros (?). Tem o motorzinho movido a pilha e quatro tipos de batedores diferentes: um para fazer espuma de leite para capuccinos, um para bater vinagretes, um ótimo para fazer maioneses e hollandaises sem falha, e um para misturar drinks. Pode parecer super supérfluo, mas eu uso praticamente todos os dias (principalmente para fazer vinagretes e capuccinos).
5. Steamer
Eu acredito que ter um steamer na cozinha é indispensável, já que todo mundo está cansando de saber dos benefícios do cozimento a vapor sobre o cozimento tradicional: além de não usar gordura, é rápido e conserva mais nutrientes nos vegetais. Além disso, você pode fazer refeições inteiras usando um steamer de bambu de dois andares, facilmente adquirido em qualquer lojinha de produtos asiáticos. Hoje em dia muitas panelas já vêm com uma bandeja de cozimento a vapor que também é ótima.
6. Microplane/zester
Quem costuma assistir aos programas de culinária na TV já deve ter percebido que os celebrity-chefs não vivem sem um zester para tirar raspas de cítricos ou ralar gengibre, alho e queijo bem rapidinho. Pode parecer um luxo dispensável, mas a verdade é que ter um zester ao alcance das mãos faz com que você use mais e melhor os temperos disponíveis, portanto trata-se de um elemento importante na cozinha. É bem verdade que o microplane que os chefs usam custa o olho da cara, mas existem versões menos poderosas por uma fração do preço.
7. Máquina de arroz
Olha, não é só porque eu estudo cinema chinês que virei devota das máquinas de arroz. Hoje em dia eu não consigo imaginar a minha vida sem uma dessas. Se é prática? Pense assim: numa refeição completa, é menos uma coisa para se preocupar. Sim, porque a máquina faz tudo: você só coloca o arroz e a água, joga uns temperinhos se quiser, e liga na tomada. Até as mais vagabundas têm um mecanismo que desliga sozinho quando o arroz fica pronto, então nada de ficar de olho na panela, bye-bye para arroz queimado ou empapado. Você pode controlar a consistência do arroz de acordo com a quantidade de água acrescentada (lembrando que os asiáticos preferem arroz coladinho), só não dá para fazer arroz temperado, risotto, pilaf ou paella porque aí também já é querer demais.
8. Secador de salada
Para mim este ítem entraria na lista de coisas básicas, mas a verdade é que muita gente não tem um secador de saladas em casa. Mas é tão mais fácil do que lavar a alface na pia e secar com pano de prato, sem falar que faz um trabalho muito mais competente, especialmente para quem compra alface na feira que vem cheia de terra! E não serve só para alface, dá para lavar e enxugar todo tipo de folha e erva que se desejar. Para quem usa muito, vale a pena investir num modelo mais resistente e com manivelas ergonômicas (meu sonho é um desses que você bombeia ou puxa a cordinha).
9. Blender de imersão
Se você adora sopa cremosa mas tem medo de colocar coisas muito quentes para bater no liquidificador (ou simplesmente não tem um liquidificador), prepare-se para ver sua vida mudar com um blender de imersão. Ele transforma qualquer coisa em purê muito facilmente, com mais segurança e sem sujar mais louça! Hoje em dia existem até versões sem fio e com vários acessórios que transformam o blender de imersão num micro-processador (hello! dois apetrechos fundamentais em um!!).
10. Batedeira
Eu costumo medir o grau de comprometimento das pessoas com a batedeira da seguinte forma: quem não tem uma ou não gosta de cozinhar ou adora mas não se liga muito em doces. Quem tem uma daquelas portáteis gosta de bater um bolinho eventualmente, mas não sempre. Uma daquelas grandes é sinal de que a coisa é mais séria. Agora uma dessas é sinal de que a pessoa é uma serious baker (ou uma daquelas madames que usa os apetrechos de última moda como objetos decorativos). Sim, é um investimento caro - o mais caro que eu já fiz na minha cozinha -, mas para quem usa muito vale a pena.
*Menção especial para o apetrecho que eu uso mas tenho vergonha de admitir: medidor de macarrão. Sim, porque eu sempre, SEMPRE erro a medida do macarrão. No começo eu errava para menos, mas na tentativa de corrigir o erro passei a errar para mais - eu sei, tem algo errado comigo. Felizmente eu não preciso procurar ajuda profissional já que inventaram esse troço para medir macarrão. É só passar o espaguete pelos buracos indicadores (para uma, duas ou quatro pessoas) e pronto! Só que com o tempo aprendi que essa medida é ideal apenas para pessoas de apetite moderado, ou seja, tenho que usar a medida para três pessoas quando é meu marido quem vai comer.
1. Faca
Eu sei que disse que não ia falar dos utensílios mais básicos, mas acho que sempre é bom reiterar a importância de se ter uma boa faca na cozinha. Uma faca adequada para o serviço e bem afiada poupa tempo, stress e energia de quem cozinha, e para quem tem que cortar, picar e fatiar um montão de coisa isso é muito importante. Uma faca boa e pesada não precisa ser cara, e você também não precisa comprar um jogo inteiro: basta uma faca do chef para toda hora e uma faca pequena e delicada para descascar frutas e fazer pequenos cortes.
2. Mini processador
Eu sou fã do bom e velho pilão e socador, mas o mini processador também tem seu lugar na cozinha. Bom especialmente para triturar cebola e alho bem trituradinhos, fazer pequenos purês e marinados. Dá um certo trabalho para lavar, é verdade, mas compensa. Eu não tenho um processador grande, daqueles com lâminas que fatiam, ralam e trituram, então compenso com o mini-processador e o mandoline.
3. Mandoline
Indispensável para fatiar legumes bem fininhos e sempre do mesmo tamanho. Se a sua habilidade com a faca for profissional acho que dá para passar sem ele, mas para nós, simples mortais, essa bugiganga é um achado. Como muitos outros utensílios de cozinha, você encontra mandolines de todos os tamanhos e preços: desde os de inox com lâminas reguláveis até os de plástico baratinho (e que funcionam muito bem, obrigado).
4. Mini mixer
Este foi um achado mesmo: achei por menos de cinco dólares escondido numa barraquinha de livros (?). Tem o motorzinho movido a pilha e quatro tipos de batedores diferentes: um para fazer espuma de leite para capuccinos, um para bater vinagretes, um ótimo para fazer maioneses e hollandaises sem falha, e um para misturar drinks. Pode parecer super supérfluo, mas eu uso praticamente todos os dias (principalmente para fazer vinagretes e capuccinos).
5. Steamer
Eu acredito que ter um steamer na cozinha é indispensável, já que todo mundo está cansando de saber dos benefícios do cozimento a vapor sobre o cozimento tradicional: além de não usar gordura, é rápido e conserva mais nutrientes nos vegetais. Além disso, você pode fazer refeições inteiras usando um steamer de bambu de dois andares, facilmente adquirido em qualquer lojinha de produtos asiáticos. Hoje em dia muitas panelas já vêm com uma bandeja de cozimento a vapor que também é ótima.
6. Microplane/zester
Quem costuma assistir aos programas de culinária na TV já deve ter percebido que os celebrity-chefs não vivem sem um zester para tirar raspas de cítricos ou ralar gengibre, alho e queijo bem rapidinho. Pode parecer um luxo dispensável, mas a verdade é que ter um zester ao alcance das mãos faz com que você use mais e melhor os temperos disponíveis, portanto trata-se de um elemento importante na cozinha. É bem verdade que o microplane que os chefs usam custa o olho da cara, mas existem versões menos poderosas por uma fração do preço.
7. Máquina de arroz
Olha, não é só porque eu estudo cinema chinês que virei devota das máquinas de arroz. Hoje em dia eu não consigo imaginar a minha vida sem uma dessas. Se é prática? Pense assim: numa refeição completa, é menos uma coisa para se preocupar. Sim, porque a máquina faz tudo: você só coloca o arroz e a água, joga uns temperinhos se quiser, e liga na tomada. Até as mais vagabundas têm um mecanismo que desliga sozinho quando o arroz fica pronto, então nada de ficar de olho na panela, bye-bye para arroz queimado ou empapado. Você pode controlar a consistência do arroz de acordo com a quantidade de água acrescentada (lembrando que os asiáticos preferem arroz coladinho), só não dá para fazer arroz temperado, risotto, pilaf ou paella porque aí também já é querer demais.
8. Secador de salada
Para mim este ítem entraria na lista de coisas básicas, mas a verdade é que muita gente não tem um secador de saladas em casa. Mas é tão mais fácil do que lavar a alface na pia e secar com pano de prato, sem falar que faz um trabalho muito mais competente, especialmente para quem compra alface na feira que vem cheia de terra! E não serve só para alface, dá para lavar e enxugar todo tipo de folha e erva que se desejar. Para quem usa muito, vale a pena investir num modelo mais resistente e com manivelas ergonômicas (meu sonho é um desses que você bombeia ou puxa a cordinha).
9. Blender de imersão
Se você adora sopa cremosa mas tem medo de colocar coisas muito quentes para bater no liquidificador (ou simplesmente não tem um liquidificador), prepare-se para ver sua vida mudar com um blender de imersão. Ele transforma qualquer coisa em purê muito facilmente, com mais segurança e sem sujar mais louça! Hoje em dia existem até versões sem fio e com vários acessórios que transformam o blender de imersão num micro-processador (hello! dois apetrechos fundamentais em um!!).
10. Batedeira
Eu costumo medir o grau de comprometimento das pessoas com a batedeira da seguinte forma: quem não tem uma ou não gosta de cozinhar ou adora mas não se liga muito em doces. Quem tem uma daquelas portáteis gosta de bater um bolinho eventualmente, mas não sempre. Uma daquelas grandes é sinal de que a coisa é mais séria. Agora uma dessas é sinal de que a pessoa é uma serious baker (ou uma daquelas madames que usa os apetrechos de última moda como objetos decorativos). Sim, é um investimento caro - o mais caro que eu já fiz na minha cozinha -, mas para quem usa muito vale a pena.
*Menção especial para o apetrecho que eu uso mas tenho vergonha de admitir: medidor de macarrão. Sim, porque eu sempre, SEMPRE erro a medida do macarrão. No começo eu errava para menos, mas na tentativa de corrigir o erro passei a errar para mais - eu sei, tem algo errado comigo. Felizmente eu não preciso procurar ajuda profissional já que inventaram esse troço para medir macarrão. É só passar o espaguete pelos buracos indicadores (para uma, duas ou quatro pessoas) e pronto! Só que com o tempo aprendi que essa medida é ideal apenas para pessoas de apetite moderado, ou seja, tenho que usar a medida para três pessoas quando é meu marido quem vai comer.
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quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Sopa de mandioquinha com pêra e alho assado
Esta semana chegaram umas figurinhas estranhas na cesta orgânica - eu já as tinha visto na TV e na feira, mas nunca havia cozinhado uma. Sabia que se chamavam parsnips (ou panais em francês), que eram as primas louras, pálidas e doces da cenoura. Procurando pelo correspondente em português, encontrei respostas dúbias: alguns dizem que é mandioquinha, enquanto outros dizem que não é exatamente mas pode ser substituída sem maiores problemas.
Então fui procurar o que fazer com as quase-mandioquinhas, pensando numa sopa já que o clima estava propenso e, se elas são mesmo primas da cenoura devem se comportar muito bem numa sopa cremosa. Numa rápida pesquisa pelo google e pelos food blogs da vida, descobri que a quase-mandioquinha quase sempre é combinada com uma outra figurinha que tinha aparecido na minha cesta da semana: a pêra. Mas como assim, fruta doce com legume de raiz doce? Isso não pode estar certo, pensei.
Mas depois de ler umas três ou quatro receitas diferentes me convenci de que talvez fizesse sentido sim. Afinal de contas, os dois legumes estão no auge nessa época do ano, e é apenas natural que se combine produtos da mesma época. Também não é nada estranho por aqui usar as frutas da estação, como pêras e maçãs, em pratos salgados. Apesar de não ser muito a minha praia, decidi dar uma chance ao diferente.
Para mim o segredo do sucesso desta receita está no assar dos legumes, é o que dá essa outra dimensão à sopa e que, sem isso, talvez fique doce demais. Eu peguei umas cinco parsnips médias, descasquei e cortei em pedaços grosseiros. Coloquei numa assadeira com uma cebola média cortada em quatro pedaços e dois dentes de alho inteiros, na casca. Temperei tudo com sal, pimenta e azeite e levei para assar em forno alto (375F) por 25-30 minutos.
Depois disso, deixei os legumes esfriarem alguns minutinhos, retirei o alho assado de dentro da casca e coloquei tudo numa panela funda. Descasquei uma pêra média, cortei em cubinhos e coloquei na panela. Coloquei novamente sal, pimenta e uma pitada de tomilho seco. Coloquei caldo de legumes até cobrir os ingredientes (duas xícaras e meia), tampei a panela e acendi o fogo. Deixei cozinhar por vinte minutos e depois passei tudo no processador até ficar bem cremoso.
A sopa ficou extremamente saborosa e de gosto complexo, requintado. Em cada colherada era possível sentir o doce da pêra, o salgado da mandioquinha e da cebola, o doce-apimentado do alho assado, o gosto do tomilho, tudo ao mesmo tempo. Eu confesso que não tomaria dois potes cheios desta sopa, mas certamente a faria novamente como entrada numa refeição ou num jantar outonal.
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Biscotti de chocolate
Hum, vontade de fazer biscotti... devo estar curada!
Depois de uma semana inteira sem sentir gosto de nada, com dores na garganta e sem eneregia para cozinhar, a vontade de comer biscotti com café veio como um bom sinal. Essa receita de biscotti de chocolate é bem italiana, no sentido de que produz biscoitos que só servem para serem comidos mergulhados numa boa xícara de café - se comidos puros eles são simplesmente duros demais. A receita original pedia avelãs, que eu adoro mas não tinha em casa e substituí por chips de chocolate branco que tinham sobrado de outro biscoito. Ficou delicioso.
Biscotti de chocolate com chocolate chips
(Receita adaptada do blog Smitten Kitchen)
1 xícara de chocolate chips (ou avelãs, nozes, o que preferir)
2 e 1/2 xícaras de farinha de trigo
1/2 xícara de cacau em pó
1 colher de sopa de café em pó
1/2 colher de chá de bicarbonato de sódio
3/4 de colher de chá de fermento (baking powder)
4 ovos orgânicos
1 e 1/3 de xícara de açúcar
1. Esquente o forno em temperatura média (350F). Se estiver usando avelãs ou nozes, você pode tostá-las rapidamente (máximo de dez minutos) para que fiquem mais saborosas. Caso contrário, parta para os ingredientes secos: peneire e misture a farinha, o cacau em pó, o café em pó, o fermento, o bicarbonato e uma pitada de sal.
2. Numa vasilha ou na batedeira, bata os ovos rapidamente. Separe uma colher de sopa dos ovos batidos. Coloque o açúcar e bata mais um pouco. Coloque os ingredientes secos e misture bem até obter uma massa. Atenção: essa receita produz uma massa bem úmida, portanto use bastante farinha para untar e abrir a massa se não quiser se estressar com massa grudada em sua cozinha.
3. Numa superfície BEM enfarinhada, divida a massa em duas partes e abra dois retângulos. Espalhe os chocolate chips (ou as nozes) sobre os retângulos e enrole-os, formando dois "troncos" levemente achatados. Coloque os troncos de massa numa assadeira forrada com papel manteiga, pincele com o ovo batido reservado e leve ao forno por 25 minutos.
4. Retire a massa do forno e deixe esfriar por dez minutos. Corte a massa em fatias diagonais da grossura de um dedo, formando os biscotti. Espalhe os biscotti de volta na assadeira e asse por mais 10 a 15 minutos. Vire os biscotti e asse por mais 10 minutos. Deixe esfriar completamente antes de servir ou guardar.
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Hollywood cocktails
Confesso que comprei o livro mais por causa das fotos - takes lindíssimos dos filmes dos anos 50 que eu adoro - do que dos drinks. Mas, por outro lado, o que seriam dos clássicos do cinema norte-americano sem a famosa hora do cocktail? Pense bem: quase todo filme daquela época tem pelo menos uma cena em que alguém beberica, prepara ou fala sobre alguma bebida, com mais naturalidade e menos frescura do que hoje em dia.
O livro "Hollywood Cocktails", de Tobias Steed, é recheado de fotos em preto e branco de filmes inesquecíveis e receitas para drinks igualmente classudos - dry martini, rusty nail, brandy alexander, shirley temple, bloody mary. Cada cocktail vem com a receita e uma explicação: ou eles foram usados no filme, em alguma cena específica, ou foram inspirados por ele ou eram as bebibas preferidas das estrelas da época. Tudo o que você precisa saber para servir um drink ao estilo Hollywoodiano.
O livro "Hollywood Cocktails", de Tobias Steed, é recheado de fotos em preto e branco de filmes inesquecíveis e receitas para drinks igualmente classudos - dry martini, rusty nail, brandy alexander, shirley temple, bloody mary. Cada cocktail vem com a receita e uma explicação: ou eles foram usados no filme, em alguma cena específica, ou foram inspirados por ele ou eram as bebibas preferidas das estrelas da época. Tudo o que você precisa saber para servir um drink ao estilo Hollywoodiano.
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