Como dizem que uma vez jornalista, sempre jornalista (dizem? pois deviam), não posso deixar de reparar no tremendo agenda setting proporcionado por essa tal crise financeira, ou seja, a repetição incessante na mídia de matérias de todos os tipos tendo como contexto a crise: como economizar aqui e gastar menos acolá, vá de patins para o trabalho e economize em combustível, faça suas próprias bijuterias em casa e economize dinheiro, tome banho apenas uma vez por semana e economize energia, queime os cartões de crédito e pare de comprar a-go-ra!!!
Tirando essas dicas loucas que eu inventei agora, a verdade é que todos devíamos estar tomando essas medidas há muito tempo, e não só por causa da tal crise. Nas revistas, sites e colunas de culinária, por exemplo, tudo o que se vê são matérias sobre como aproveitar ao máximo ingredientes baratos e investir em refeições recicláveis para evitar desperdício - coisas que toda dona de casa deve saber e fazer independentemente de Wall Street. E daí que eu estava folheando a Gourmet de março, que traz a dica de assar dois frangotes para render quatro refeições para quatro pessoas. E me deu uma vontade louca de fazer frango assado, com crise ou sem crise.
Tudo o que eu usei para o frango da crise foi:
- Um frango orgânico (que não é o mais barato mas entra na conta kármica)
- Um limão amarelo
- Uma cabeça de alho
- Um ramo de manjericão fresco
- Três colheres de sopa de manteiga sem sal
- Sal e pimenta
Debati um pouco (lembrando da Julia e do Jacques) se devia lavar o frango ou não, e resolvi lavar e secar bem com um papel toalha, pois quanto mais seca a pele melhor. No pilão eu espremi metade dos alhos, metade do limão, cortei metade do manjericão e juntei a manteiga e soquei bem até virar uma pasta. Essa pasta eu massageei bem no frango inteiro, por cima e por baixo da pele.
A outra metade do alho, do limão e do manjericão eu enfiei no orifício central do frango, antes de amarrar bem as coxas com um cordão. Coloquei na assadeira, temperei com bastante sal e pimenta do reino e levei ao forno alto (450F) por uma hora e meia. De meia em meia hora eu fui lá com um pincelzinho e pincelei o frango com os sucos que se acumulavam na assadeira, assim ele fica sempre úmido mas com a pele bem dourada e crocante.
Aqui em casa o frango provou ser mesmo bem econômico: comemos eu e Luiz no domingo, ele levou uma coxa e sobrecoxa para o trabalho no dia seguinte e com um peito que sobrou fiz salada de frango e almocei dois dias. E, claro, usei a carcaça para fazer um caldinho que ainda vai render sabe-se lá quantas sopas e risottos.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
num livro de Jamie Oliver tem uma receita bastante parecida. eu já fiz e adorei
sabe q só de pensar que vc faz doutorado em cinema de lingua chinesa fico boquiaberta, pensando em quao grande é o universo acadêmico
parabéns
Postar um comentário