terça-feira, 19 de abril de 2011

Comida afetiva

Desde que comecei a cozinhar com frequência (desde o nascimento deste blog, na verdade), a comida tem se tornado um elemento cada vez mais presente e importante na minha vida. Sim, é bom ver o resultado de uma receita nova, é ótimo receber elogios por um prato bem executado e melhor ainda comer aquilo que se produz e o que se tem vontade sem depender de ninguém. Mas o que tem me dado cada vez mais satisfação é o lado afetivo (e menos egocentrado) da cozinha. Nada se compara ao ato de agregar pessoas em volta da mesa, oferecer carinho em forma de comida a quem se ama.

A comida serve tanto para agregar como também para comunicar coisas que talvez a gente nem soubesse dizer em palavras. Pensava nisso enquanto preparava o cardápio de um jantar familiar muito importante. Que prato fazer para contar à família que em breve teremos mais um integrante? Não existe receita para essas situações, claro. De repente, percebi que não se tratava mais de impressionar os convidados, nem de ter certeza de que sairia tudo certinho como o planejado. Na verdade importava muito pouco o que eu fizesse, pois o sentimento estaria ali, posto à mesa, de qualquer maneira.

Talvez eu esteja apenas ficando mais velha. Talvez sejam os famosos hormônios. Mas talvez essa mudança de percepção tenha me feito perceber que agora me sinto finalmente preparada para encarar uma fase de imensa doação, mas sem sacrifícios, de coração aberto. A comida me fez perceber isso. Não é à toa que a expressão popular diz que estamos com uma coisinha no forno, não é? É a mais pura verdade.


Ah, ficou curioso para saber o menu do famoso jantar? Fui de comfort food italiana: conchigliones recheados com ricota temperada, molho de tomate e bechamel, incrementados com uma ricota defumada maravilhosa que trouxe de São Paulo. Receitinha antiga mas que sempre agrada. Clique aqui para ver.

3 comentários:

A Dona da Cozinha disse...

Parabéns!!
Muita saúde para vocês.
Agora, some não, para ir dando as notícias das novidades!
Desejo de verdade muitas coisas boas para vocês!
A propósito, tenho conchigliones guardados a séculos e tá mais que na hora de fazer!
bjs e bjs
Paula

Lílian disse...

Parabéns!

Anônimo disse...

Na minha infância não tinha consciência da boniteza do mexer nas panelas. Hoje, sim! Consigo ter clareza da importância, de tantas e tantas vezes, ver a minha mãe com as mãos sujas de farinha e ovo, preparando bolos, pães e tantas outras delícias. Agora sei, ela estava fazendo muito mais que nos alimentar.