sexta-feira, 30 de maio de 2008

Festival de cervejas do mundo







Montreal é a cidade dos festivais: de comédia a jazz, passando por tulipas e balões, acho que tem um festival para cada dia do ano por aqui. Só que Montreal é também conhecida por ser uma destinação gourmet, onde as pessoas vivem nos farmer's markets e apreciam sem preconceito as cozinhas dos lugares mais longínquos. Juntando essas duas qualidades você tem os festivais de comida e bebidas, que estão entre os meus favoritos.

Estas fotos são do festival de cervejas do mundo, que trouxe algumas das mais famosas, mais conceituadas e mais esdrúxulas bebidas do planeta. Eu particularmente não entendo muito de cerveja, mas achei a experiência de provar várias diferentes numa mesma noite muito (hic!)enriquecedora. Dessa maneira dá para perceber que, para um verdadeiro expert no assunto, o mundo das cervejas é tão rico e complexo quanto o dos vinhos.

Enquanto os países com tradição - Bélgica, Alemanha e Inglaterra - providenciaram as cervejas de melhor qualidade, as cervejarias locais e de outras destinações menos conhecidas também marcaram presença. Da Bélgica, eu provei uma cerveja chamada "delirium tremens" que, com um teor alcoólico de quase 10%, não tem esse nome à toa. Já da França eu provei uma cerveja verde que era muito bonitinha, mas tinha gosto de pastilha para garganta.

Do Quebec provei uma cerveja escura com um aroma de nozes maravilhoso. E tinha também dos Estados Unidos, Irlanda, Letônia, cerveja com frutas, cerveja de trigo, cerveja orgânica, enfim, muita coisa para uma noite só de degustações. Eu particularmente não sou nenhuma pinguça, mas todo mundo que gosta de comida há de concordar que algumas bebidas alcoólicas, especialmente vinho e cerveja, fazem parte da experiência gastronômica E fazem bem ao espírito - desde que apreciadas com moderação, claro.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Torta de ricotta e vegetais


Não foi exatamente uma torta do que tinha na geladeira, mas quase. Fui colocando os ingredientes que tinha à mão, pensando no que ficaria bom, no que combinava melhor, nas cores, e no final ficou bem gostoso mesmo. Coloquei uma camada fina de tapenade no fundo da massa, e por cima uma generosa camada de ricotta fresca, ligeiramente temperada com pimenta e sal (só um pouco, porque a tapenade é salgada), e finalmente alguns vegetais: dois tomates, um pimentão laranja e corações de alcachofra cortados em pedaços uniformes. Cobri tudo com um pouco de mozarela ralada, mas achei dispensável, porque a ricotta cremosa já estava de bom tamanho. Assei por 20-30 minutos e servi quente com uma saladinha verde, mas fica gostoso também em temperatura ambiente.

Para a massa, ao invés da tradicional receita de pâte brisée com a qual estava acostumada, resolvi experimentar a variação com um ovo no lugar da água, e confesso que achei a massa muito mais fácil de trabalhar, macia e saborosa. Adotarei essa prática de agora em diante. Também segui uma idéia que tinha visto no blog do Daniel e incrementei a massa com um punhado de ervas frescas picadinhas, no meu caso salsinha e alecrim que já estavam bons de colher no pé. As quantidades da receita do Daniel dão para uma torta fechada ou duas tortas abertas, então eu dividi a massa em duas partes e congelei uma.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Encontro de blogueiras

Encontro de blogueiras é assim: uma cozinha, outra tira fotos dos pratos, enquanto os maridos esperam o fim da sessão fotográfica para poder comer.

Semana passada a Fabrícia e o Mohamed foram jantar lá em casa, e adivinha que assunto predominou? (se bem que futebol ficou num respeitável segundo lugar, já que os maridos descobriram em pouco tempo que tinham mais este fanatismo em comum...). Que felicidade é poder confessar as suas piores obsessões por comida para alguém que te entende, e não vai te olhar com cara de medo!

Para o jantar eu fiz receitas já clássicas na minha cozinha: lombo de porco assado, vagens e risotto de açafrão com abóbora. A sobremesa ficou por conta da Fabrícia, que trouxe uma torta de morangos linda e deliciosa, pena que dela ninguém tirou fotos.

Foi uma noite muito agradável, e que só fez confirmar minha imensa alegria em poder participar desta comunidade de blogueiros e blogueiras de comida porque, cá pra nós, não existe um grupo de pessoas mais simpáticas, talentosas e carinhosas em todo o ciberespaço!

Repetecos


Nunca mais tive uma receita nova para postar aqui porque, justamente, eu tenho feito somente as mesmas coisas over and over. Agora que a tese entrou num ritmo meio frenético, não há tempo para invencionices nem para pôr em prática a pilha de receitas e recortes de revistas que se acumula na to do list. Não senhores: estes são tempos que pedem receitas já testadas e aprovadas, aquelas que você faz com os olhos fechados e uma mão nas costas, como esta batata rosti que eu fiz para acompanhar o salmão da sexta-feira. A receita, inclusive, já havia até sido postada antes, de maneira que sua re-aparição neste blog é pura enrolação de quem não tem novidades a contar.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Tulipas de Ottawa





Em 1945, a princesa da Holanda presenteou Ottawa com cem mil bulbos de tulipa em agradecimento à hospitalidade da capital canadense, que abrigou muitos exilados da família real durante a Segunda Guerra. Assim nasceu o festival das tulipas, que todo ano acontece na cidade. As tulipas são plantadas antes do inverno e passam meses congeladas, até brotarem sempre nesta época. Por conta disso a tulipa é uma planta relativamente comum por aqui, mas estas de Ottawa eram especialmente lindas, de todas as cores e formatos imagináveis.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Dulce de Leche Brownies

Antes de mais nada, uma confissão: eu estava fazendo tudo errado. Até então, todas as vezes que fiz doce de leite em casa eu usei a técnica do banho-maria, porque tinha medo de usar a técnica da lata submersa e causar uma explosão. Quem mandou ser covarde? Ontem eu finalmente usei esta técnica, e devo dizer que o resultado ficou BEM melhor. É mais fácil, demora menos (especialmente se você tiver uma panela de pressão) e o doce de leite fica com uma cor e textura muito melhores. A partir de agora sou uma pessoa destemida e recomendo esta técnica a todos, desde que observemos algumas normas de segurança importantes:

Para fazer o doce de leite, primeiro retire o rótulo de papel da lata de leite condensado (que deve ser da variedade doce). Coloque a lata fechada numa panela funda e cubra com água. É fundamental que a lata fique inteiramente submersa na água, pois caso contrário existe sim um perigo de explosão. Coloque a panela no fogo alto até a água ferver, abaixe para fogo baixo e deixe cozinhando por duas horas e meia (menos de uma hora se usando a panela de pressão). É importante também checar o nível da água de meia em meia hora para garantir que a lata continua submersa. Depois deste período, deixe a lata esfriar completamente antes de abrir, senão você corre o risco de levar um banho de caramelo. Depois de aberta, mexa bem até o doce de leite ficar macio e homogêneo e coloque num pote bem fechado. Se não for usá-lo em seguida, o doce de leite pode ser conservado em geladeira por um bom tempo.

Eu usei o meu para fazer estes brownies que ficaram perfeitamente deliciosos. O doce de leite adiciona não só um novo sabor ao tradicional brownie, como também textura - é como um bolo macio recheado com um caramelo grudento - e cor - o redemoinho do marrom escuro com o caramelo claro possui um efeito quase hipnótico de tão apetitoso. Além disso, é uma receita extremamente fácil e prática que só suja uma panela, e todo mundo sabe que isso é um grande incentivo!

Dulce de Leche Brownies
(Receita adaptada do blog de David Lebovitz)

Um tablete (115 g) de manteiga sem sal
170 g de chocolate meio amargo cortado em pedaços
1/4 de xícara (25 g) de cacau em pó
3 ovos
1 xícara de açúcar
1 colher de chá de extrato de baunilha
1 xícara de farinha
1 xícara de doce de leite

Pré-aqueça o forno em temperatura média (350F). Cubra uma forma quadrada com papel alumínio e unte com manteiga. Pegue uma panela média e derreta a manteiga em fogo baixo, quando estiver derretida acrescente o chocolate picado e deixe derreter. Retire do fogo e junte o cacau em pó, mexendo bem até ficar homogêneo. Acrescente os ovos um de cada vez, depois a baunilha, o açúcar e por fim a farinha. A massa fica bem densa, quase uma massa de biscoito.

Coloque metade da massa na forma e depois coloque colheradas do doce de leite por cima. Com uma faca, faça leves redemoinhos com a massa e o doce de leite, mas não mexa demais a ponto de misturar os dois. Coloque o restante da massa e o restante do doce de leite e repita o processo dos redemoinhos. Asse por 40 minutos ou até a massa ficar resistente. Deixe esfriar completamente e corte em quadradinhos.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Fake Tandoori Chicken

Tandoor é o nome de um forno de argila onde são preparados muitos pratos tradicionais da cozinha indiana, especialmente o pão Naan e o frango tandoori, um dos meus preferidos. O frango é marinado em iogurte e temperos e depois assado neste forno especial, uma verdadeira delícia. Na semana passada o New York Times publicou uma receita de frango tandoori adaptada para o forno convencional - eu adorei a receita, mas tive que ser chata e chamá-la de fake tandoori, porque na minha opinião sem o forno especial não pode levar o nome tandoori e pronto. Dito isto, o fake tandoori ficou bem gostoso.

Fake Frango Tandoori
(Receita adaptada do New York Times)

Dois peitos de frango cortados em quatro filés
1 xícara de iogurte natural (sem sabor)
1 colher de chá de gengibre fresco ralado
1 colher de chá de alho picado ou ralado
1 colher de chá de paprica
1 colher de chá de semente de coentro em pó (ground coriander)
Suco de meio limão
Sal e pimenta à gosto

Faça um marinado misturando todos os ingredientes. Eu troquei a pimenta do reino por um pouquinho da harissa (pasta de pimenta) caseira que a Fabrícia me deu de presente. Coloque o marinado sobre os peitos de frango, cobrindo bem todos os lados, e deixe marinar por no mínimo dez minutos e no máximo uma hora na geladeira. O iogurte age como amaciante natural, mas como estamos usando peito de frango não precisa deixar muito tempo marinando, só para dar mais sabor mesmo. Depois coloque os peitos de frango numa assadeira forrada com papel alumínio e asse por cerca de vinte minutos, virando a carne na metade do processo. Se seu forno tem a função broiler imagino que o frango deva pegar ainda mais cor desta maneira, ou então na churrasqueira também deve ficar muito bom. Eu servi com espetinhos de vegetais grelhados e arroz basmati. As sobras do frango também fazem um belo sanduíche.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Sopa de ervilhas verdes e amarelas com dumplings

Pois bem, toda essa história sobre os dumplings tem uma origem bem específica: eu estava me coçando para experimentar a receita de sopa de ervilhas amarelas (yellow split peas) com dumplings da Heidi Swanson. Então fiz os dumplings, congelei três das quatro levas produzidas e usei uma nesta sopa absolutamente divina. A receita mais uma vez veio do 101 Cookbooks, só que desta vez eu alterei algumas coisas para facilitar minha vida.

Sopa de ervilhas verdes e amarelas com dumplings
(Receita baseada nesta aqui)

- 1 xícara de ervilhas amarelas secas (yellow split peas)
- 4 xícaras de caldo de galinha ou de legumes
- 1 talo de salsão/aipo
- meia cebola picadinha
- 12 dumplings de ervilha com ricota

A receita original usou caldo de legumes em cubo, mas como eu tinha um caldo de galinha pronto preferi usá-lo. A Heidi também cozinhou as ervilhas amarelas antes, mas eu as cozinhei no próprio caldo da sopa para poupar tempo. Uma coisa que ela fez e eu achei interessante reproduzir foi cozinhar os dumplings separadamente, para evitar que a sopa virasse uma bagunça caso algum deles estourasse.

O procedimento é simples: numa panela grande, coloque a cebola e o aipo picados até amolecerem. Adicione as ervilhas amarelas e o caldo de galinha e cozinhe por 25-30 minutos, até as ervilhas ficarem macias. Tempere com sal e pimenta a gosto. Numa panela separada, ferva bastante água e coloque os dumplings para cozinhar até que eles fiquem translúcidos, eles levam cerca de um minuto para ficarem prontos. Para servir, coloque uma concha da sopa num bowl e dois ou três dumplings por cima. Termine com cebolinha picada na hora, queijo parmesão ralado e um fio de azeite de oliva.

Eu achei esta sopa sensacional. Os dumplings são como pequenos travesseiros recheados boiando num caldo limpo e delicioso, e quando se mergulha a colher as ervilhas amarelas fazem sua aparição especial. Eu nunca as havia comido antes, e achei a textura bem parecida com a de lentilhas, só que com cor e formato de grãos de milho verde. A mistura do verde e amarelo das ervilhas também não ficou nada mal. Como são meio trabalhosos, os dumplings podem ser substituídos por qualquer massa recheada tradicional, mas eu não garanto o mesmo resultado - como se eu garantisse qualquer coisa - pisc!

Da arte de fazer dumplings


Dumplings, também conhecidos como “raviólis chineses”, são pacotinhos de massa recheada absurdamente populares na China, mas também presentes sob outras formas em diversas cozinhas espalhadas pelo mundo. Hoje em dia está cada vez mais fácil fazê-los em casa já que a massa é vendida pronta na maioria dos supermercados, inclusive cortada em quadradinhos do tamanho certo.

O que eu mais gosto nos dumplings é sua versatilidade: eles podem ser cozinhados em água fervente como macarrão, no vapor (método tradicional chinês) ou fritos em óleo; dependendo do recheio, eles podem ser comidos como entrada, prato principal ou sobremesa; podem ser usados em sopas e caldos (neste caso eles passam a se chamar wontons), podem ser comidos quente ou frios, e por aí vai.

O recheio também pode ser de qualquer coisa que se queira. Os tradicionais chineses quase sempre levam alguma carne picada bem fininha, geralmente porco ou boi, cogumelos ou vegetais. Eu estava procurando uma coisa mais leve e menos convencional, e encontrei este recheio que me pareceu maravilhoso. O sabor suave e fresco das ervilhas é delicioso puro, mas também complementa muito bem uma sopa ou caldo de legumes.

Dumplings de ervilha com ricota
(Receita traduzida do blog 101 Cookbooks, de Heidi Swanson)

- 2 xícaras de ervilhas congeladas
- 2/3 de xícara de ricota
- uma chalota (ou cebolinha) picadinha
- raspas de meio limão siciliano
- queijo parmesão ralado, sal e pimenta à gosto
- um pacote de massa para dumplings

Coloque um pouco de água para ferver e cozinhe as ervilhas por um minuto, só o suficiente para elas descongelarem e amolecerem um pouco. Coloque no processador com a ricota e bata até formar um purê. Acrescente a chalota, as raspas de limão e tempere com o parmesão, sal e pimenta à gosto. Rende recheio suficiente para um pacote de massa de dumplings (aproximadamente 5 dúzias de dumplings).




O preparo é como o de qualquer massa recheada: um processo simples mas trabalhoso, exigindo um pouco de tempo e paciência. Ideal, portanto, para se preparar em dupla ou em família, de preferência ao lado de um amigo ou ente querido. De qualquer maneira, é interessante observar algumas regras importantes:

- Ao invés de fazer um dumpling de cada vez, espalhe doze quadradinhos de massa numa superfície bem limpa e promova uma espécie de produção em série. É mais rápido e eficiente desta maneira.

- É fundamental ter um potinho com água fria e um pincel para molhar as beiradas da massa, pois é isso que sela o dumpling e evita que o recheio escape depois.

- Coloque pouco recheio em cada quadradinho (uma colher de chá no máximo), senão será impossível fechar o dumpling bem fechadinho e acidentes acontecerão.

- Você pode perfeitamente preparar um pacote inteiro de dumplings e congelar o que não for comer na hora. Para evitar que os dumplings grudem uns nos outros, espalhe-os num prato ou assadeira e coloque no congelador por trinta minutos. Depois coloque-os num saquinho ziploc hermeticamente fechado e eles ficarão bem conservados, podendo ir direto do congelador para a panela.

Coloque uma colherzinha do recheio no centro do quadradinho. Com um pincel úmido ou a ponta dos dedos, molhe as beiradas do quadrado e feche da maneira que desejar. Existem mil e uma maneiras de fechar um dumpling, uma para cada tipo de recheio e ocasião, mas eu não conheço muito bem estes detalhes. Existe até um aparelhinho só para isso, o que facilita bastante a vida da pessoa, mas se você não tem um não se preocupe: é igualmente fácil fechá-lo manualmente. O jeito mais fácil e bonito, na minha opinião, é fechá-lo ao meio e depois juntar as pontas inferiores com um apertãozinho no centro.

domingo, 11 de maio de 2008

Batatas no vapor com salsinha e açafrão

Essa veio da revista Gourmet de maio, mas é tão simples que nem precisava de receita. Escolha e descasque algumas batatas bolinha - as menores ficarão inteiras, as maiores serão cortadas ao meio. Leve-as para cozinhar no vapor até ficarem macias, o que pode levar de 15 a 20 minutos dependendo das batatas. Depois pegue uma colher de sopa de manteiga e leve à uma panela com um punhadinho mínimo de açafrão. Quando a manteiga estiver derretida, coloque as batatas e mexa bem para que todas fiquem cobertas com a mistura aromática de manteiga e açafrão. Tempere com sal e pimenta a gosto e finalize com um punhado de salsinha picada. Sirva bem quente.

É tempo de plantar

Salsinha, coentro, tomilho, alecrim, cebolinha, manjericão...

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Macarrão tricolor com pesto de alcachofra


A bateria da câmera me deixou na mão e a foto terminou não fazendo justiça a este prato divino. A inspiração veio do frango com alcachofras da Fer, mas com algumas adaptações para transformar o molho num molho de macarrão.

Eu peguei uma lata de corações de alcachofras conservados em salmoura, lavei com água fria e separei em duas metades. Uma eu cortei em pedaços grandes e reservei, e a outra eu bati no processador com um dente de alho, algumas folhas de basílico, sal, pimenta e azeite de oliva, fazendo uma espécie de pesto. Enquanto o macarrão cozinhava eu coloquei esse pesto numa frigideira com um pouco mais de azeite, juntei suco e raspas de um limão (amarelo), uma colher de vinho branco, meia xícara de creme de leite fresco e o restante das alcachofras. Quando a massa estava quase pronta eu ralei meia xícara de queijo parmesão por cima do molho e depois misturei o macarrão fumegante. Servi com mais queijo ralado na hora e esqueci completamente do punhado de nozes que eu tinha separado para jogar por cima.

Esse molho é qualquer coisa de especial. Cremoso, um pouco ácido do limão e da alcachofra, leve e extremamente saboroso. Mas, na minha opinião, o que elevou esse prato a um outro nível foi o rotini tricolor desta marca que eu adoro. Eu normalmente não gosto muito de massa colorida, mas essa orgânica me conquistou à primeira vista.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Agricultura local na mídia

Foram duas ocorrências na mesma semana, o que me fez pensar que alguém, lá de dentro da mega-indústria do entretenimento, está tentando passar mensagens sutis sobre a importância da agricultura local, orgânica e sustentável. O primeiro foi no seriado Brothers & Sisters, que eu adoro e assisto religiosamente todo domingo. No último episódio Scotty, que é chef em treinamento, falou para o namorado, Kevin Walker, trocar os sacos plásticos pela sacola de lona. Lá pras tantas Kevin liga para Scotty e pergunta: "pelo menos você comeu algo orgânico hoje? Eu só tive tempo de comer um pretzel". Fofo, né?

A segunda ocorrência eu não vi, mas fiquei sabendo que foi ainda mais notável. Foi no seriado Law & Order: SVU, no qual Robin Williams fez uma participação especial. Ao ser preso como suspeito de um crime ocorrido num restaurante de fast-food, Robin diz que não poderia ter sido ele pois ele é um "locavore": "eu só como comida orgânica e sazonal criada por agricultores locais. O agrobusiness quer que a gente coma tomates verdes vindos do Chile em janeiro. Eu espero e como os meus perfeitamente maduros vindos de Jersey em julho".

Eu sei que tudo isso pode ter sido mera coincidência, ou - o mais provável - uma estratégia de marketing já que agora ser ecológico está na moda. Pode ser. Mas ouvir esta frase, com estas palavras, em pleno horário nobre da TV norte-americana me deixou extremamente feliz. Talvez seja um sinal de que as coisas estejam mesmo começando a mudar.

Sopa de pimentão assado e tomate


Essa é uma das minhas sopas preferidas, e também uma das mais fáceis de fazer. Asse dois pimentões vermelhos (o passo-a-passo está aqui), corte uma cebola e dois dentes de alho em pedaços e abra uma lata grande (ou duas pequenas) de tomates inteiros pelados. Coloque a cebola e o alho na panela com azeite, depois acrescente os pimentões cortados em pedaços e os tomates inteiros com o líquido da lata e tudo. Junte mais uma xícara de água, tempere com sal, pimenta (eu coloquei pimenta calabresa para ficar bem picante) e uma pitada de orégano e deixe cozinhar por vinte minutos. Depois bata tudo até ficar cremoso, e sirva bem quente com um fio do melhor azeite e muitos pedaços de pão torrado. Uma delícia!

terça-feira, 6 de maio de 2008

Chá com biscoitos


Foi só eu falar que não tinha mais uso para a minha farinha de sarraceno (buckwheat) que as receitas começaram a aparecer como mágica pela blogosfera. Primeiro foi este bolo ideal para um lanche ou café da manhã. Depois me deparei com estes biscoitos amanteigados simplesmente deliciosos para acompanhar um chá. A farinha de sarraceno tem uma textura mais densa do que a tradicional e um sabor e aroma diferentes, que me fazem pensar imediatamente em nozes e especiarias. Eu, que comprei esta farinha para fazer crepes, estou achando usos muito mais interessantes para ela. É impressionante como podemos fazer coisas deliciosas com estes grãos e farinhas menos usuais.


Biscoitos amanteigados de sarraceno
(Receita traduzida do site 101 Cookbooks, por sua vez retirada do livro Pure Dessert, de Alice Medrich)

1 e 1/4 xicaras de farinha branca
3/4 de xícara de farinha de sarraceno (buckwheat)
2 tabletes (250g) de manteiga sem sal em temperatura ambiente
2/3 de xícara de açúcar (*usei açúcar mascavo)
1/3 de xícara de pedacinhos de cacau (*não usei)
1 e 1/2 colheres de chá de extrato de baunilha
uma pitada de sal

Misture as farinhas juntas numa vasilha e reserve. Bata a manteiga com o açúcar e uma pitada de sal numa batedeira ou na mão até ficar cremosa, depois acresente o extrato de baunilha e as farinhas. Misture tudo até formar uma massa e trabalhe um pouco com as mãos, formando um cilindro. Enrole o cilindro em papel filme e deixe na geladeira por duas horas, no mínimo, ou de um dia para o outro.

Quando for assar os biscoitos, pré-aqueça o forno em temperatura média e tire a massa da geladeira para que ela volte à temperatura ambiente. Você pode cortar fatias com uma faca bem afiada ou abrir a massa com um rolo e cortar os biscoitos com um cortador. O importante é que os biscoitos fiquem de tamanho uniforme e não muito grossos. Coloque numa assadeira forrada com papel manteiga e asse por 12 minutos, até os biscoitos começarem a dourar.

Deixe os biscoitos esfriar e depois guarde-os num recipiente bem fechado. A receita rende cerca de 45 biscoitos que podem ser conservados por até um mês.

Chocolate orgânico


Eu provei o chocolate da Green & Black's pela primeira vez em Hong Kong, e logo descobri se tratar de uma marca britânica que produz os chocolates orgânicos mais deliciosos. Infelizmente, ainda não os tinha encontrado por aqui - pelo menos até ontem, quando vi essas barrinhas na seção de produtos orgânicos de uma grande rede de farmácias. Agarrei as duas feliz da vida, embora preferisse mesmo o chocolate meio-amargo puro, mas não se pode querer tudo nesta vida...

domingo, 4 de maio de 2008

Creme de aspargos


Mais uma receita retirada do livro Jamie at Home e aprovada com louvor na minha cozinha. Pegue um punhado de aspargos bem verdes e bonitos e descarte a parte dura do fundo (para fazer isso, segure cada ponta do aspargo e dobre-o gentilmente; o ponto onde ele quebra naturalmente é a divisão entre a parte não-comível e a parte boa). Depois corte os aspargos em quatro ou cinco pedaços e reserve.

Corte um alho-poró, um talo de aipo e uma cebola média em pedaços e coloque-os para dourar numa panela de sopa com um fio de azeite de oliva. Depois de alguns minutos acrescente os aspargos e um litro de caldo de frango ou legumes, e deixe cozinhar por cerca de vinte minutos, ou até que os aspargos estejam macios. Depois bata tudo no liquidificador, tempere com sal e pimenta do reino e sirva bem quente com um pouco de parmesão ralado por cima.

No livro, Jamie sugere servir esta sopa com ovos poché e torradas, e eu achei a idéia divina. Aliás, ovos e aspargos parecem ser uma combinação daquelas made in heaven, pois só no livro dele tem mais uma ou duas receitas com estes ingredientes. Eu nunca havia provado os dois juntos e agora já sou fã!

Mais um simples almoço


Primeiro eu preparei uma manteiga temperada com bastante alho ralado, sal, pimenta e um punhado de herbes de Provence. Peguei um frango inteiro cortado em oito pedaços e espalhei essa manteiga neles, especialmente entre a pele e a carne. Depois eu peguei umas batatas, tomatinhos cereja e uma cebola roxa e os cortei em pedaços (menos os tomates) e temperei com sal, pimenta e azeite de oliva. Coloquei os vegetais espalhados numa assadeira e os pedaços de frango por cima, derramei duas colheres de vinho branco sobre tudo e assei em forno médio-alto por 40-45 minutos.

Os tomatinhos cereja explodiram durante o cozimento, ajudando a formar um molho saborosíssimo junto com o vinho branco e o caldo que saiu do frango temperado. Servi com arroz branco e um vinho verde português bem gelado, e fiquei feliz por ter feito o frango inteiro, pois assim Luiz pôde levar as sobras para o trabalho sem ficar tão chateado de ter que trabalhar em pleno domingo chuvoso.