sábado, 20 de fevereiro de 2010

Sopa marroquina de lentilhas


Sopa? Com um calor destes? Eu sei, eu sei, deve parecer loucura eu estar falando de sopa em pleno verão, mas não posso evitar. Desde que encontrei conforto nas sopas em 2007 elas vêm fazendo parte do meu cardápio cotidiano, aparecendo dia sim dia não na mesa de jantar. Para mim é uma excelente oportunidade de consumir legumes, ao mesmo tempo em que é a refeição mais simples e prática de se fazer quando o cansaço aperta.

Já tentei dar uma chance às sopas frias, mas ainda não consegui me convencer (tampouco desisti de tentar, é só uma questão de tempo). Então eu digo sim às sopas, mesmo no calor. Afinal, não há nada que um banho frio e um bom ventilador posicionado bem em cima da mesa não resolvam. Ainda mais quando uma amiga queridíssima me presenteia com um livrinho chamado "The Soup Bible", da Editora Penguin.

A primeira receita que escolhi para colocar em prática foi uma sopa marroquina de lentilhas. Já é notório neste blog o quanto eu amo lentilhas e o quanto confio na minha tradicional sopa de lentilhas, mas as duas são bem diferentes. Enquanto a minha receita tem ingredientes mais italianos, essa leva especiarias magrebinas, e isso já foi suficiente para me deixar curiosa. De fato, o gosto é bem diferente e interessante.



Sopa marroquina de lentilhas
(Adaptada do livro Soup Bible, Penguin Books)

- Duas cenouras médias ou uma grande
- Uma cebola média
- Três dentes de alho
- Uma xícara de lentilhas verdes
- Um litro de caldo de galinha ou de legumes
- Uma colher de chá de cominho em pó
- Uma colher de chá de páprica
- Meia colher de chá de harissa*

Pique a cebola e o alho e corte as cenouras em pedacinhos pequenos. Coloque para dourar numa panela com um fio de azeite. Acrescente o cominho e a páprica e deixe cozinhar com os legumes por uns três minutos. Acrescente a harissa e uma pitada de sal. Acrescente as lentilhas e o caldo de galinha, baixe o fogo, tampe a panela e deixe cozinhar por 45 minutos, até as lentilhas ficarem bem macias. (dá tempo de tomar um banho e voltar para a cozinha refrescada). Essa sopa não tem muito líquido, é quase um ensopado de lentilhas que implora para ser servido com um pãozinho torrado do lado.

*A harissa é um molho de pimenta tunisiano (bastante conhecido da minha amiga Fabrícia). Lá no Canadá eu costumava comprar em pasta, mas aqui no Brasil só achei em pó para ser reconstituído com azeite de oliva. De qualquer maneira, é muito bom.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Omelete + salada = almoço


Se você tem ovos na geladeira, você pode ter um almoço pronto em menos tempo ("jantar em meio minuto", já dizia Julia Child) do que leva para fazer um miojo, e muito mais saudável. Muita gente associa ovos apenas ao café da manhã, mas a verdade é que uma omelete pode perfeitamente servir como um almoço ou jantar, principalmente se for complementada por uma saladinha verde.

Sempre que estou com preguiça de cozinhar, com a geladeira vazia ou sem idéias eu recorro a esta combinação de omelete com salada, e acho que não existe no mundo uma refeição mais rápida e fácil do que esta. Se a fome for muita, a omelete pode ser recheada com queijo e presunto, restos de legumes cozidos, tomates, cogumelos, o que tiver à disposição. A técnica é aquela mesma da Julia Child que eu já falei por aqui, e funciona sempre.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Guarda-papaia



Confesso que nunca tinha visto muita utilidade para estes potes de plástico em formato de legumes - tem de cebola, alho, pimentão, uva, até berinjela - até ver este em forma de meio mamão papaia, com direito à representação das sementinhas e tudo. O tamanho é perfeito para os papaias menores, e você não precisa mais usar papel filme para guardar aquela metade que sobrou na geladeira (pode ser usado também para transportar para o trabalho em perfeita segurança e estilo). Comprei por R$1,99 na Le Biscuit de Salvador.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Flor + livros

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Essência de baunilha caseira


Uma das coisas que eu mais estranhei na volta à Salvador foi não encontrar baunilha nos mercados. Vasculhei todas as lojas gourmet, mercadinhos e feiras livres, mas não encontrei nadinha de nada, nem as favas, nem sequer a essência de baunilha verdadeira, só a artificial baratinha. Será que os chefs pâtissiers de todos os restaurantes da cidade são obrigados a importar suas baunilhas? Ou será que eles usam a essência artificial baratinha? Espero mesmo para o bem da nação que a resposta seja opção número um.

Bem, eu que não sou boba nem nada descolei umas baunilhas em fava no mercado municipal de Curitiba (que é maravilhoso por sinal) e voltei para casa decidida a fazer minha própria essência. Já havia lido em algum lugar que era fácil de fazer, que bastava acrescentar ums bebida alcoólica qualquer e esperar um bom tempo, mas eu não sabia que era assim tão fácil.

Literalmente, basta acrescentar três favas de baunilha (faça um corte nas favas para expor as sementinhas) a um copo de alguma bebida alcoólica neutra (nas muitas receitas que li a vodka e o rum predominavam, mas eu fui de cachaça mesmo que era o que tinha disponível) num pote hermeticamente fechado (e de preferência esterilizado com água fervente), e guardar por oito semanas num lugar seco e escuro. De vez em quando, dê uma sacudida para incentivar a baunilha a dominar o álcool.

Em poucos dias a minha essência já estava bem escura, sinal de que estava funcionando, e agora só me resta esperar pelas oito semanas para provar se funcionou mesmo. O melhor dessa receita - além de ser extremamente fácil e econômica - é que a essência não acaba nunca. É só você ir acrescentando mais bebida à medida que for usando, e sempre que usar uma baunilha lembrar de colocar a fava ali dentro. Genial, não?

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Pizza, finalmente


Foram quase seis meses de testes, incontáveis tentativas frustradas, mas agora eu posso dizer que finalmente consegui uma receita de massa de pizza que funciona no clima de Salvador e com os ingredientes disponíveis aqui. Sim, porque estou convencida de que foram os pequenos detalhes - como o calor e a água - que fizeram a diferença dessa vez.

A primeira receita que eu testei, claro, foi a que eu usava sempre quando morava lá no Canadá, e que funcionava maravilhosamente bem. Só que ela usa o fermento em pó sem ser instantâneo, algo que não existe nos mercados de Salvador. Como eu não queria virar escrava de eventuais portadores de fermento, parti para buscar uma receita que usasse os fermentos disponíveis aqui, que são o fresco, aquele do padeiro, e o seco instantâneo.

Não me dei bem com o fermento fresco. Já na primeira tentativa fui sentindo aquele cheiro de cerveja meio passada, a massa não cresceu, e a pizza ficou amarga. Um horror. Decidida pelo fermento instantâneo mesmo, usei uma receita da Ana Elisa, outra do Jamie Oliver (do livro Jamie at Home), e elas até que funcionaram, mas acho que as quantidades e temperaturas não estavam calibradas para o calor que faz aqui, de maneira que a massa sempre ficava molenga demais, abrindo inúmeros buracos toda vez que eu tentava abri-la.

Já estava quase desistindo da minha carreira de pizzaiola, conformada a comer pizza de restaurante para o resto da vida, quando me deparei com uma receita do Mark Bittman que seguia os mesmos princípios das outras, mas levava menos água. Resolvi dar uma última chance, e não é que o negócio funcionou? A massa não cresceu muito como ela crescia com o fermento não-instantâneo (o contrário de instantâneo é o que? retardado?), mas ficou super macia e maleável sem abrir os terríveis buracos. We're back in business!

Não me fiz de rogada e construí a pizza da retomada imitando descaradamente o recheio de um restaurante famoso na cidade, que leva molho de tomate, mozzarela, presunto (usei peito de peru), tomate, gorgonzola, champignons (omiti por falta dos mesmos), azeitonas pretas e fatias de alho frito. Quem conhece essa pizza (ou qualquer pizza que leve alho frito) sabe o cheiro que sai do forno quando ela fica pronta. Uma maravilha.


Fiz essa pizza no forno convencional com a ajuda de uma pedra de cerâmica, mas estou doida para testar a receita no forno à lenha do meu prédio - recentemente instalado e, ao que me parece, nunca usado.

Massa de pizza do Mark Bittman
(receita adaptada do livro How to Cook Everything Vegetarian)

- 3 xícaras de farinha de trigo (*usei duas e meia de farinha e meia de semolina)
- 1 xícara de água
- 2 colheres de chá de fermento seco instantâneo
- 2 colheres de chá de sal
- 2 colheres de sopa de azeite de oliva, mais um pouco para untar

Coloque a farinha, o fermento e o sal num processador (eu uso a batedeira com o gancho para massas). Ligue e vá adicionando uma xícara de água e duas colheres de azeite, até a massa virar uma bola. Se estiver muito grudenta, coloque um pouco mais de farinha. Retire a massa da batedeira e sove um pouco com as mãos sobre uma superfície lisa e levemente enfarinhada, até que a massa fique macia.

Coloque a massa numa vasilha untada com azeite e cubra bem com um papel filme ou um pano úmido. Você pode deixar a massa crescer por uma ou duas horas em temperatura ambiente, ou, se estiver preparando para assar mais tarde, pode deixar até seis horas na geladeira. Depois divida a massa em duas partes iguais, que rendem duas pizzas grandes de massa fina. A massa pode ser embrulhada em papel filme e congelada, ou aberta com a ajuda de um rolo e assada com a cobertura de sua preferência.