sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
Into the wild
Acabo de ver um filme belíssimo dirigido pelo Sean Penn chamado Into the Wild (obrigada, Dani, pela dica). É baseado na história real de um jovem norte-americano, Christopher McCandless, que, depois de se formar para agradar aos pais, abandona tudo para ir morar na selva. Ele dá todo o dinheiro que tem para caridade, queima seus documentos, abandona o carro e cai na estrada, numa aventura que o leva cada vez mais para o lado "selvagem" da vida, ou seja, o mais longe possível da civilização.
O filme é maravilhoso e me deu arrepios em alguns momentos. O que justifica falar dele por aqui é justamente a relação do protagonista com a natureza. As cenas mais impressionantes são as que o mostram completamente sozinho, tendo que se virar para comer catando frutas silvestres e caçando pequenos animais. O filme parece ter uma preocupação particular com isso, pois o mostra trabalhando num Burger King para juntar um dinheirinho, e também numa fazenda de (Michael Pollan ia gostar) milho. A cena na qual ele caça um alce e fica sem saber o que fazer depois me emocionou muito, e me fez lembrar do Dilema do Onívoro.
Acho que o que atraiu McCandless para esta aventura, além de seu espírito rebelde, foi o mistério que este estado natural de vida exerce sobre a gente. Tem uma passagem no In Defense of Food que diz que nossa relação com os animais e com a natureza é inteiramente baseada neste mistério, pois são criaturas e coisas que não criamos e as quais não controlamos. O fato deles serem independentes e às vezes contrários ao que a gente chama de civilização - e, ainda assim, dependemos deles para viver - nos intriga de maneira sedutora. É preciso manter em mente esse mistério quando comemos algo que vem da natureza, e acho que o filme transmite isso de maneira belíssima.
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4 comentários:
Oi Lud, também achei o filme tudo a ver com os livros do Michael Pollan, mesmo sem os ter lido : )
É lindo mesmo o filme, esse maravilhamento e enfrentamento com a natureza, um caminho próprio a seguir, etc. Que bom que você gostou da dica. Aqui vimos "gone, baby, gone" e gostamos muito!
Você viu "c.r.a.z.y."? É bom também (mas nada sobre comida).
Beijinho,
Dani
Oi Dani, pois C.R.A.Z.Y. é, como vc deve ter reparado, quebecois e venerado por aqui. Recentemente foi eleito acho que o melhor filme canadense de todos os tempos. Nós gostamos muito também, a trilha sonora é sensacional!
Beijão
Oi...
Tb adorei C.R.A.Z.Y.....mas como filme quebequense preferido ainda fico com "A grande sedução"....ótimo humor.....
Lud amei ...com certeza vou procurar para alugar...
Bjcas.
Eu ainda não vi o filme, mas li o livro há alguns anos e me apaixonei!!
Bjs,
Cris
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