"We butcher, grind, chop, grate, mince and liquefy raw ingredients, breaking down formerly living things so that we might recombine them in new, more cultivated, forms.(...) In 'The Hungry Soul' Leon Kass calls this the great paradox of eating: 'that to preserve their life and form living things necessarily destroy life and form'. If there is any shame in this destruction, only we humans seem to feel it, and then only on occasion. But cooking doesn't only distance us from our destructiveness, turning the pile of blood and guts into a savory salami, it also simbolically redeems it, making good our karma debts: look what good, what beauty, can come of this! Putting a great dish on the table is our way of celebrating the wonders of form we humans can create from this matter - this quantity of sacrificed life - just before the body takes its first destructive bite."
Trecho do Dilema do Onívoro, de Michael Pollan, que me levou às lágrimas e o qual copiei num pedaço de papel e grudei na minha cozinha, como uma espécie de oração.
De fato, como disse a Fer um dia desses, depois de ler este livro sua vida muda um pouco. E todo mundo devia lê-lo, mesmo sabendo que, na prática, quem vai ler é quem já se preocupa com alimentação e quer ter certeza de que está fazendo a coisa certa, num exercício válido, mas meio egoísta, de reafirmação. Mas quem deveria mesmo lê-lo são as outras pessoas, aquelas que raramente param para pensar de onde vem esta comida que estamos colocando na boca ou nos carrinhos de mercado todos os dias. E porque é mesmo que nos preocupamos tão pouco com uma coisa que é tão básica e fundamental?
Pollan não é um guru da alimentação natureba. Ele é jornalista, e tenta manter a imparcialidade e o olho clínico com a melhor das intenções. Para além da crítica da industrialização da agricultura (até mesmo a orgânica) e da cultura fast-food, ele promove uma reflexão filosófica sobre a nossa relação com a comida, com os bichos e plantas que nos sustentam. O capítulo final, sobre a refeição que ele fez só de coisas que plantou, colheu, caçou, catou e cozinhou, é absolutamente lindo.
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Um comentário:
Que alivio saber que eu nao fui a unica que chorou lendo O Dilema do Onivoro....
um beijo, Lud!
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