O pato à Pequim, ou Peking Duck, é talvez o prato mais famoso e tradicional da capital chinesa. Diferente de outros pratos típicos da culinária chinesa, este tem realmente uma afiliação local muito forte – pato à Pequim só se come em Pequim e, fora dela, em restaurantes que prometem reproduzir exatamente a mesma receita. Sim, porque como tudo na China, há uma história milenar por trás do prato, há toda uma tradição em torno dele, há o local e hora certa para comê-lo, há o jeito certo de comê-lo e por aí vai.
Fomos a um restaurante especializado na iguaria chamado Beijing Dadong Roast Duck Restaurant, mas que tinha um cardápio do tamanho de uma lista telefônica. Nele, havia um texto dizendo que o chef do Dadong foi premiado por sua receita para fazer o pato ficar com a pele mais crocante. Seu segredo, bem simpes, ora: usar apenas o pato extra-magro, 97% fat-free. Já gostei da idéia, pois sempre achei pato das carnes mais pesadas que existem.
De fato, a pele é a parte mais importante deste prato, é onde está o sabor e a textura que o diferenciam de outros patos quaisquer. Li em algum lugar que eles injetam ar no pato para separar a pele da carne, mas não tenho certeza se esta é uma prática costumeira. O certo é que os patos são assados inteiros pendurados pela cabeça, quase como a nossa televisão de cachorro só que na vertical.
Na fila da espera para comer o pato
No restaurante, muito bonito e classudo, ficamos por dentro das formalidades que envolvem o prato. Primeiro, recebemos potinhos contendo os acompanhamentos: um molho doce e fortíssimo feito de ameixas, alho amassado, açúcar branco, pepino e cebolinha cortadinhos, outros vegetais em forma de conserva e umas panquequinas redondas quase transparentes de tão finas.
Depois, um garçom muito bem vestido e portando luvas e máscara traz o pato inteiro à mesa e o fatia habilidosamente na sua frente, arrumando as fatias delicadamente num prato que é, então, trazido à mesa.
O costume é fazer pequenas “trouxinhas” com a panqueca, usando as quantidades desejadas dos vegetais e da carne. Haja habilidade para dobrar tudo usando apenas os chopsticks, eu não consegui fazer nenhuma "trouxinha" digna de foto.
Preferi provar a carne pura mesmo, a pele era realmente crocante e leve, derretia na boca. E a combinação do pato com o açúcar foi a que mais me surpreendeu.
Menção honrosa para uma salada de salmão cru que pedimos de entrada mas que estava tão (ou mais) gostosa quanto o prato principal.
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