sexta-feira, 13 de junho de 2008

Como comer menos carne

Seja por razões econômicas, éticas, de saúde, ecológicas, nutricionais ou kármicas, hoje em dia a idéia de comer menos carne é largamente aceita e divulgada, mas fazer isso não é tão fácil quanto parece. Quase todas as nossas refeições são organizadas em torno da carne, de modo que às vezes pode ser mais difícil cortar a quantidade de carne do cardápio do que eliminá-la de uma vez.

Esta semana o Mark Bittman, colunista do New York Times, dá algumas dicas práticas de como comer menos carne sem atrapalhar a vida das pessoas ao seu redor e sem mudar completamente seus hábitos alimentares. Como eu estou surfando essa onda ultimamente, achei as dicas muito interessantes. Segue um resumo do que ele diz:

1. Esqueça o mito da proteína. Se você comer carne, digamos, dia sim dia não, isso não vai te deixar com déficit de proteínas. Sem falar que alimentos variados, como legumes e ovos, também contém proteínas que nosso corpo precisa.

2. Compre menos carne. Segundo regulações americanas, uma porção de carne equivale a 120 gramas (4 ounces), mas nós tendemos a comer o dobro disso facilmente. Os norte-americanos comem uma média de meio quilo de carne por dia, o que é muito (em algumas regiões do Brasil imagino que essa quantidade deva ser ainda maior).

3. Use carne como condimento, não como foco do prato. Muitos métodos tradicionais de cozinhar usam carne como condimento, misturada a vegetais ou molhos (pense em curry, arroz con pollo, couscous marroquino, macarrão bolognese). Dessa maneira, a carne é vista como um "treat", um presente que só se tem de vez em quando, e não algo dado como garantido.

4. Tire a carne do centro do prato. Concentre suas atenções nos acompanhamentos, e sirva porções menores de carne. Pense "vegetais grelhados com carne" ao invés de "carne grelhada com vegetais": simplesmente invertendo essa proporção você já está a caminho de uma alimentação mais balanceada, e não precisa se aventurar no mundo dos tofus e carnes de soja, se essa não é a sua praia.

5. Compre mais vegetais e aprenda a cozinhá-los. Muita gente se volta para a carne como um ponto de apoio na hora que bate aquela dúvida: o que vamos comer no jantar? Se a sua cozinha estiver sempre cheia de vegetais e você souber maneiras de deixá-los tão deliciosos quanto um filézão (sim, isso é possível), essa dúvida ocorrerá mais raramente até desaparecer. Também é uma boa idéia planejar suas refeições com antecedência levando isso em consideração - por exemplo, se você comeu carne (branca ou vermelha) no almoço, planeje um jantar vegetariano. Vale até criar regras, como "sextas-feiras vegetarianas" ou coisa do tipo.

6. Torne alimentos vegetarianos mais práticos. Aproveite o forno e asse vários vegetais que se comportam bem na geladeira por alguns dias, e você terá opções variadas para uma salada a qualquer hora. Feijões e lentilhas cozidos também ficam bem na geladeira para uma refeição rápida. Estoque sua despensa com couscous, arroz integral e macarrões.

7. Olhe para os menus nos restaurantes de uma maneira diferente. Tudo bem que se você vai a uma steakhouse é porque você quer comer um belo steak, mas deixe isso para ocasiões especiais. Em outros casos, não tenha medo de pedir uma salada ou dois pratos de vegetais como refeição. Não pense que isso vai diminuir sua experiência de comer fora, porque não vai.

8 comentários:

Unknown disse...

Concordo com ele, adorei o post!!!
Muito útil.
Principalmente com esse aumento de preço a carne esta saindo devagar do cardapio.
Bjs

Ana Elisa Granziera disse...

Boas dicas, Lud. Mas vou dizer que o que mais dificulta parar de comer carne é que mesmo restaurantes medianos mostram dificuldade em preparar vegetais decentemente, ou preparar pratos vegetarianos com o fator "uau!". Vivo dizendo para meu marido que eu avalio a qualidade de um restaurante pelos brócolis e vagens, pois é muito "difícil" acertar seu ponto do que o de um pedaço de carne.
E, só para você ficar chocada, é recomendado, para evitar problemas de saúde, que não se coma mais de 60g de proteína por dia. E isso inclui proteína do leite, de castanhas e de vegetais. Pensar que americanos comem 500g por dia me dá medo...
:o

Odete disse...

Parabens, post bem oportuno. Nao sou grande apreciadora de carnes e tenho tentado usa-la cada vez menos. Nao eh mesmo facil, mas vamos la.
bjs

Anônimo disse...

Ola ! Minha esposa, do blog Brincando de Casinha, indicou este post para mim porque eu também estou a tês meses consumindo carne somente uma ou duas vezes por semana. Meus motivos são Éticos e Ambientais. Almoço em restuarntes por quilo todos os dias e tenho me empenhado nesta adaptação. As dicas do artigo são realmente muito boas e vou compartilhá-las com os meus colegas de trabalho (depois da minha decisão, a redução do consumo de carne se tornou tema de conversa no almoço). Parabésn pelo post.

Lua Limaverde disse...

Ludmila, gostei muito do post. Eu tenho uma tendência muito forte para o vegetarianismo, mas não gosto de radicalizar muito, quero ir aos poucos. Algumas de suas dicas já venho pondo em prática intuitivamente e aos poucos, vou convencendo meu marido. E o mais legal é ter um restaurante veggie a um quarteirão de casa, o que ajuda muito, rs.
Beijinho. :)

Carla disse...

Lud, quanto maior o steak na minha frente, menos eu tenho vontade de comer carne. O exagero do americano, e do brasileiro, no consumo da carne so tem me feito andar na direcao contraria. Outro dia fiz um pratao lindo de vegetais e tofu marinado, tudo feito na churrasqueira e coloquei a mesa. Foi a primeira vez que meu marido nao reclamou, nao comentou nada sobre a ausencia da carne (e a presenca do tofu). Se a gente cozinha com amor, com vontade de fazer, e muito mais facil transformar alimentos simples numa refeicao deliciosa. Devagar a gente chega la. Nao tenho intencao de me tornar vegetariana, mas o consumo de carne uma vez a cada dez dias me parece suficiente.

Carla disse...

Ah! Ainda gosto muito de peixes e frutos do mar, mas tambem em moderacao.

Fabrícia disse...

Por aqui é asim..carne so no final de semana.
Bjs.