quarta-feira, 4 de julho de 2012

A vida íntima das papinhas (parte 3)

Finalmente uma receita! Afinal, este blog é sobre comida e não sobre questões da maternidade, embora elas venham automaticamente na bagagem de quem se propõe a cozinhar para os bebês. A verdade é que, embora tenha me preparado, lido e separado muitas receitas e tabelas nutricionais, não tenho seguido nenhuma na hora de fazer as papinhas de Marcel. Mais um mito desconstruído, o de que conseguiria seguir e até elaborar receitinhas.

Em parte por falta de tempo e organização, em parte por ele ter um paladar um tanto seletivo, o fato é que tenho feito as comidas de maneira bem instintiva, usando a imaginação e o que tem na geladeira. Depois é só ver o que agrada e seguir daí, sem neura. Confesso que nunca segui à risca o manual da nutricionista, procuro apenas me certificar de que o prato dele esteja bem colorido e saboroso. Isso tem mudado minha relação com a cozinha de modo geral, tenho encarado as coisas com mais leveza e menos disciplina. Mais um aprendizado da maternidade...

Mas vamos voltar ao assunto? Das frutas, como já disse, nada supera a inimiga número 1 da mamãe aqui, a banana (já estou quase superando meu trauma de tanto que amassei banana nos últimos meses). Dos legumes, nenhum faz mais sucesso que o brócolis! Coisa que descobri por acaso, ao servir um creme de brócolis que havia feito para os adultos da casa, e da qual desde então tenho tirado muito proveito. Uso os talos e folhas para fazer um panelão de sopa verde para a janta, e as floretes são cozidas no vapor diariamente para o almoço. Nada de desperdício, ainda mais com o brócolis custando o olho da cara!



Papinha verde para um pequeno devorador de brócolis

- Uma cebola pequena e dois dentes de alho
- Talos e folhas de um brócolis médio
- Uma cenoura média (ou um pedaço de abóbora)
- Uma batata grande ou mandioquinha
- Uma folha de couve manteiga (opcional)
- Uma abobrinha pequena
- Salsinha e cebolinha a gosto
- Água ou caldo de frango ou legumes

Na verdade, não se trata de uma receita propriamente dita, já que os ingredientes podem ser trocados e/ou aumentados conforme o gosto (menos o brócolis, que deve ser o sabor predominante). O que muda aqui é apenas a técnica. No início eu refogava toda a comida do meu bebê em água, mas desde que ele fez nove meses recebeu um upgrade para o azeite, porque eu acreditei que o paladar dele estava pronto. Vai depender muito da criança.

Corte os temperos e refogue a cebola, alho, salsinha e cebolinha num fio de azeite. Corte os legumes em pedaços pequenos e junte aos temperos. Cubra com água ou caldo de galinha caseiro e deixe cozinhar bastante, uns quarenta minutos, ou até os legumes mais duros cozinharem por completo. Bata no liquidificador ou com mixer e acrescente uma pitada de sal e pimenta do reino, se quiser.

Rende um panelão, que eu como também (conserto o sal no meu prato) e congelo o que sobrou. Eu sirvo esta sopa desta maneira no jantar, mas se tiver que servir no almoço ou quiser dar uma encorpada acrescento uma colher de arroz integral ou macarrão cozido (depois de batida), e se quiser ainda mais proteína, junto um pouco de frango desfiado ou uma gema de ovo de quintal cozida.

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