Sou a primeira a admitir que às vezes me deixo abater por uma nostalgia muito grande das coisas do Canadá (afinal, foi lá que eu descobri de fato a comida, por isso a ligação afetiva é e sempre será muito forte). Sinto falta dos ingredientes de primeira qualidade, da fazenda orgânica a que tinha acesso, da feirinha 24h do lado de casa, dos restaurantes ótimos e baratos, etc.
Também admito que não é nada legal ficar reclamando e chorando por águas passadas. Assim a gente corre sério risco de não perceber as coisas boas que estão bem debaixo dos nossos narizes. Como um pedaço de queijo de cabra produzido aqui mesmo, na Bahia, que encontrei outro dia na Ceasa do Rio Vermelho. Não é o queijo de cabra que conheci em Montreal, de sabor muito forte e consistência macia. Este parece mais um queijo frescal, tem sabor sutil, embora marcante, e derrete que é uma maravilha.
Usei este queijo para coroar umas tortinhas de tomate que ficam muito bem como entrada ou jantar leve, acompanhadas por uma saladinha verde. Peguei um pedaço de massa folhada congelada, cortei uma rodela que regulasse mais ou menos com o tamanho do meu tomate, e pré-assei por alguns minutinhos (só o suficiente para começar a dourar).
Depois pincelei a massa com um tantinho de nada de mostarda Dijon, coloquei a fatia de tomate (temperado com sal e pimenta do reino) e o pedaço de queijo de cabra por cima. De volta ao forno por mais alguns minutinhos para terminar de assar, amolecer o tomate e derreter o queijo. Servi com um fio de vinagre balsâmico reduzido (receita aqui).